segunda-feira, 27 de setembro de 2010

ENSAIO 02/2010

A BASE "IMBECIL-COLETIVA" DA PIRÂMIDE.

Na mitologia grega o deus Vulcano rejeitado pelos seus divinos pais, foi recolhido pela bela Tetis, filha do Oceano. Durante um período viveu numa gruta profunda , ocupado em fabricar brincos, broches, colares, anéis e braceletes.  Este deus disforme e feio é também conhecido por ser entre o panteão, o mais laborioso e também o mais industrioso, por fabricar mimos para as deusas e outras armas para os deuses. Parece-me que este arquétipo de uma entidade trabalhadora (sua estátua tem um martelo de forja na mão), habitante de um mundo subterrâneo ou escondido, um ser feio e atarrancado permanece presente na cultura pelos reflexos de modelos que apresentam as mesmas caracterísitas com algumas variações. Uma tênue imagem atávica...
No conto a Branca de Neve vemos criaturas nanicas, que trabalham em minas subterrâneas, muito parecidas entre si, os famosos 07 anões. Zangado, Dunga e etc.
Na lenda de Papai Noel, os brinquedos que o bom velhinho distribui pelo mundo na noite de natal são feitos pelos seus ajudantes que são duendes.
Na filme a Fantástica Fábrica de Chocolate, nas duas versões, temos anõezinhos trabalhando arduamente no fabrico de guloseimas para as crianças. os Lumpas, inesquecíveis para quem assistiu a primeira versão.
No livro do Admirável Mundo Novo de Aldous Huxley somos apresentados a criaturas localizadas na base da pirâmide social, responsáveis pelos trabalhos braçais. Os Semi-aleijões Ypsilon-menos, dos grupos gêmeos Bokanowiski, imbecis, felizes e dedicados.
Na base da pirâmide social da civilização de 1984 no livro de George orwell Temos os proletas trabalhadores de uniformes padronizados.
Acho muito parecido estas descrições com os gabirus  nordestinos, principalmente quando alguns  emigram para cidades grandes afim de prestar serviços pesados na contrução civil  e outros.
 Na historinha do Lobo Mau e os três porquinhos percebemos que os suinos apresentam os mesmos traços de um grupo de baixinhos muito parecidos entre si, dedicados a tarefas manuais. Estes porem não se mostram nada imbecis.


Um desenho  animado que eu adorava quando criança era o de uns duendinhos (OU GNOMOS?) azuis habitantes das florestas, moradores de casas/cogumelos, os smurfs que se assemelham muito nas características e atividades aos outros mostrados acima.



Já escapando das similitudes dos grupos apresentados, porém não muito,  temos no filme de George Lukas, aqueles baixinhos de capuz escuros que negociam andróides pelos desertos, os Jawas, muito parecidos com duendes fabricantes de presentes. Os Ewoks também lembram de longe duendes como os smurfes, os 07 anões, os Lumpas.  Mas lembram mais precisamente os pigmeus das florestas africanas.
Nas mitologias de muitos povos e em entretenimentos da atualidade temos este tema recorrente de grupos gêmeos anões ,habitantes de cavernas ou profundas florestas, ligados a atividades laborais físicas.
Inspirado na Teoria das castas  de Olavo de Carvalho e enquadrando estes seres do universo fantástico nesta classificação, acho que estes seres sejam uma estereotipia ou  uma intuição do supraconsciente coletivo de muitos povos e civilizações da natureza mesma dos tipos mais baixos nas pirâmides sócio-economicas de seus respectivos povos. Uma forma não racional, mais intuitiva de verem o esquema social de que fazem parte. Trolls e gnomos, ligados a mundos subterrâneos, mineiros, ferreiros e forjadores, são os trabalhadores das castas mais baixas, os sudras, os serviçais, os proletários, os escravos. Estas criaturas imaginárias são, evanescentemente, uma auto-imagem caricatural que culturas tem de suas classes, castas ou estamentos, ainda que uma lembrança distante e inconsciente.

Elfos =Arianos
Elfos = arianos?
Que Trolls e Gnomos são uma representação de nossos proletários é comprovado pelos seus igualmente fantásticos irmãos superiores, mais sutis que são os elfos e fadas. Mais inteligentes, habitates de mundos "aéreos", copas de árvores e não cavernas e escuras florestas. De traços mais finos, mais longilíneos, mais arianos, mais espirituais, são os brâmanes e  os guerreiros. Mais rarefeitos, menos indênticos, não dedicados a meter a mão na massa.
Um grupinho anão de gêmeos estupidos, prontos a obedecer ordens é um tema recorrente em muitos filmes e desenhos animados. Estes são os Gabirus. (Não me leve a mal , sou quase um).
São um reflexo pálido, esmaecido, do deus Vulcano, um lascado (feio e malformado) expulso das elites, habitante de submundos, de guetos, sobrevivendo as custas de seu dedicado trabalho manual. Uma autoprojeção da sociedade em representação de suas proprias classes.
Não sou marxista e creio que sempre existirão, pois faz parte da própria estrutura da realidade que uns sejam mais belos, mais inteligentes, consequentemente mais ricos que  outros. Alguns desenvolverão doenças psicológicas que os levarão às drogas, ao alcoolismo, à mendicância , inevitavelmente é a pobreza. É uma lástima!
"No meio de vocês sempre haverão pobres, enquanto eu não estarei sempre com vocês"
(João 12:8)
 Mesmo assim podemos esperar medidas para que oportunidades sejam oferecidas para ascenções sociais, não da maioria é claro, não tivemos por oito anos um Troll-gabiru presidente?
 Independentemente  de opiniões adversas,  o metalurgico que virou sindicalista, que se tornou presidente de uma república  é autor de um feito memorável! Parabéns Senhor Presidente! 
ABSOLUTUM.

Obs: O filósofo Olavo de Carvalho se refere no livro O Imbecil Coletivo a uma falsa casta sacerdotal, Brahmane


quinta-feira, 23 de setembro de 2010

ENSAIO 01/2010

PSICOPOLÍTICA
Há muito venho observando que em crimes de ódio, crimes verdadeiramente de ódio e não em hiperbolismos politicamente corretos que hoje se atribui a um simples xingamento, existem duas modalidades, duas direções da "seta" da ação destruidora do autor do delito. Uma do conjunto para o elemento e outra do elemento para o conjunto. Por exemplo o crime do sul-coreano Cho Seung-hui é exemplo da parte que ataca o todo, o crime de um serial killer é um exemplo de um "todo" que ataca uma parte. Coloco entre aspas porque este "todo" significa uma introjeção psiquíca que o atacante padece. 
A um atacante, um franco-atirador chamamos assassino em massa, a um homicída que mata sequencialmente chamamos de obviamente serial killer. Percebi já há algum tempo que nestas duas modalidades de agressão existem algumas peculiaridades  que as diferenciam radicalmente, não só quanto ao fator matemático do número de vítimas,( o assassino em massa, procura destruir o maior número possível em uma menor duração de tempo, o psicopata clássico mata durante uma duração de tempo longa, apenas na maioria, uma vítima por vez.), mas também quanto as motivações individuais, os estados subjetivos do autor da façanha maligna, que percebi no dois casos serem antagônicas em um sentido "POLITICO", ou "ideológico."
Quero dizer aqui sentido político-ideológico não na direção cognitiva, racional, mas eminentemente emocional, passional. O assassino em massa tem motivações (motivações mesmo, de emoção) e não razões, que são em essência uma materialização de todo um discurso de ESQUERDA. No outro extremo o serial killer apresenta sentimentos no momento do ato ímpio que o coloca em sintonia com um discurso de DIREITA.
Vou explicar melhor mais a frente do que estou falando.
 Por isto então, baseados nestes significados políticos , tentaremos explicar metaforicamente uma ação causada por distúrbios psicológicos profundos(com componentes emocionais secretos é claro)  que causam estragos sociais e éticos consideráveis.
Denominei ao esquema de  classificação destes dois tipos de homicídas de PSICOPOLÍTICA, embora saiba que este termo já exista para designar  outros assuntos. A Psicopolítica como um mecanismo de classificação  de crimes de ódio apresenta os seguintes conceitos:
HOMICÍDIO PSICOPOLÍTICO.
Ato de matar pessoas por motivações de ódio extremo, já anterior a ação, de duração prolongada, cujo objeto de ódio não deu causa a ação, que devido as motivações PSICOSSOCIAIS do perpetrador se classificam em:
HOMICIDA DE DIREITA
É o serial Killer, o psicopata clássico, que sucumbiu aos vetores de forças sociais que agridem o indivíduo; ao jogo implicito de forças dentro de uma sociedade, que visa descriminar determinados individuos e premiar outros. O homicida de direita incorporou em sua psique o ódio a minorias, aos marginalizados, a parte defeituosa da sociedade, ele dá vazão as forças latentes na hierarquia social. Para comprovar minha tese bastar elencar as vitimas dos serial killers que são quase sempre esta parte frágil da sociedade. O dextro-homicida odeia o fraco, pois suas vítimas são mulheres, crianças, ou pessoas que portam alguma  peculiaridade  que a INDIVIDUALIZA, onde a morte desta vítima satisfaz alguma fantasia de poder do autor. O dextro-homicida psicologicamente simboliza a sociedade que se opõe ao indivíduo e desta forma se identifica com estruturas socais antigas como os espartanos que sacrificavam bebês defeituosos ou os nazistas que extermiram minorias e  elementos defeituosos da antiga alemanha. O dextro-homicida sucumbiu ao mecanismo do bode expiatório de que falou René Girard sobre a coletividade homicída e então, o mesmo, dá vazão de forma mais acentuada ao que existe de forma latente dentro do comunidade. Busque no Google ou outro mecanismo de busca pelo nome de psicopatas famosos  e trace o perfil de suas vítimas que na maioria se enquadrara no conjunto de pessoas problemáticas como homossexuais ou prostitutas, idosos e outros. Que os principais antagonistas de minorias (aparentemente)  sejam pessoas "à direita" do espectro politico engloba nosso dextro-homicida como um agente executor destas minorias em obediência as forças destrogênas
HOMICIDA DE ESQUERDA
O Sinistro-homicida será complementar e opositivamente então aquele que se vingará da agressão da comunidade/sociedade contra o indivíduo, sendo então sua ação o oposto da do dextro-homicida. Se este último aje, metaforicamente falando, de forma comprida e fina, ao longo do tempo, com uma vítima por vez, o dextro agirá de forma CURTA E GROSSA.
 Busque novamente no google sobre atentados em massa, incluindo o 11/09 e verá que o leitmotiv será a vingança contra a sociedade, o status quo, ou em casos de escala reduzida um maluco que se vinga da comunidade que o rejeitou, de uma empresa que na cabeça do pertubado seja a culpada pela sua falência socio-economica, ou de um escola que rejeitou um marginalizado. O sinistro-homicida é o bode expiatório vingador, quando o vetor agressivo vem da sociedade para este indivíduo, este ao invez de introjetar esta agressão , indentificar-se com as estruturas sociais e passá-la opressivamente para um mais fraco, volta-se contra toda a coletividade homicida. Geralmente em discusões ideologicas quando ocorre um crime os direitistas afirmam taxativamente que a culpa é quase toda do individuo, opositivamente os esquerdistas explicam que a responsabilidade pelo crime é da sociedade, o criminoso é absorvido como uma vítima da sociedade. Creio por intuição e não por estudo sistemático e atencioso que este quadro do forças é analógico a dinâmica, nas linhas causais, de homicidios praticados por assassinos em massa e assassinos seriais. Por dextro-homicidas que odeiam concentrada e individualmente e por sinistro-homicidas que odeiam expandida e coletivamente. Não tenho as qualificações nem tempo para examinar e estudar este assunto profundamente por isto levanto-o ensaísticamente sem provas para que alguem mais habilitado posso desvendá-lo com um estudo sistemático.
Gostaria de lembrar aqui que esta é uma classificação de motivos passionais, uma simplificação metodica, que não deve estravazar para o campo realmente político ou ideológico. Tomo os conceitos destas áreas e os usos como uma analogia de caráter psicológico apenas.
O Dextro-homicida se identifica com a sociedade agressora e ataca um individuo.
SOCIEDADE > INDIVIDUO
O Sinistro-homicida se identifica com o individo injustiçado pela sociedade e se vinga.
INDIVIDUO > SOCIEDADE
O filósofo Olavo de Carvalho diz que os criminosos em uma sociedade atualizam as tentências negativas que existem no coração do pacato cidadão  comum, uma forma dialética e longínqüa de possibilitar uma margem de manobra para que atenue o poder coercitivo da sociedade como um todo.
"Cada delinqüente, por definição, dá expressão física e manifesta às tendências malignas latentes na alma dos seres humanos em geral, inclusive os melhores deles. Nenhuma vítima de homicídio pode proclamar que o desejo de matar está totalmente ausente no seu coração
A diferença entre ela e o assassino não é de natureza, mas de proporção"

"Até um certo ponto, a inversão retórica é tolerável. Ela serve como um atenuante relativista da confiança que toda sociedade tem na sua própria bondade." (Inversão retorica e realidade invertida)


 Quando estas tendências negativas são atualizadas por um mecânico que estupra e mata meninos  ou por uma gangue alcoolizada que espanca e queima um mendigo ocorreu um dextro-homicídio, quando um demente vai a um cinema munido de uma pistola  e abre fogo em todas as direções sem discriminar ninguém, não está atacando um individuo e sim a sociedade e por isso ocorreu um sinistro-homicídio. Um homem-bomba é um sinistro-homicida. Jeffrey Dahmer que matava homossexuais, ou Jake, o estripador que matava prostitutas é o classico dextro-homicida.
É claro que este assunto está sendo abstraído idealmente e na dinâmica do mundo real às vezes os dois tipos estão fundidos como no caso de Hitler que exterminava "o judeu", "o cigano" ou o "homossexual" como um dextro e ao mesmo tempo como um sinistro-homicida atacava o sistema maior capitaneado pelos Estados Unidos. Ou como no caso de traficantes que queimam ônibus e aterrorizam a sociedade como um todo (sinistramente) ou vendendo drogas individualmente para crianças indefesas nas escolas(destramente).
Podemos dizer também , com respeito a Igreja,  dentro desta analogia, que a Inquisição obedecia a um comando dextro-homicida quando torturava e matava hereges individualmente, e a um comando sinistro-homicida  quando, nas cruzadas, saia para combater o mundo mal mouro.
E você? Odeia as partes ou o todo? Neste sentido em que estou falando, tem tendências sinistras ou destras?
Creio ter intuido algo digno de ser considerado atentamente.
ABSOLUTUM

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Sugestão: Se você se interessou por este ensaio veja este outro texto que faz uma espécie de reflexo invertido simétrico deste post:  HERÓIS DE ESQUERDA X HERÓIS DE DIREITA




Postando no corpo do texto mesmo:
Fernando...

Parece estar havendo problemas no sistema de comentário de seu blog. Tentei postar no PSICOPOLÍTICA o seguinte comentário:

Caro Ferando...
Excelente o texto, que dá início a possibilidades abrangentes de investigação.
Só contesto um único parágrafo, quase ao final, ao falar de Hitler, porque este não atacou um sistema capitaneado pelos EUA. Na verdade Hitler nunca teve intenção de atacá-los, mas sim apenas a Europa, e até o fim tentou uma trégua com as forças norte americanas para poder se concentrar contra os soviéticos. Acho que os nazistas ficam apenas no grupo dos Dextros.
Também não vejo os traficantes como "vendendo" drogas a inocentes. Eles as vendem a quem quiser, e puder, pagar. Além disso, incorporam em vários níveis um discurso de revolta contra a situação social, visto emergirem em geral de classes pobres. Creio que são basicamente Sinistros, tendo, por outro lado, uma "verve" comercial.
Atente para o fato dos dextro-homicidas serem sempre anônimos, e os sinistro sempre públicos, e veja que isso também pode ser relacionado a temas políticos mais abrangentes.
Sabemos claramente quem foram os revolucionários e os militantes de esquerda em geral, mas não quem foram exatamente os agentes da repressão.
E observando fóruns e brigas entre bandos de esquerdistas e direitistas, notem que os últimos lançam mão do anonimato com uma predominância muitíssimo maior.
Ou seja, mais um aponto para a sua análise, por o dextro, por encarnar uma representação da sociedade, se dilúi como indivíduo, agindo apenas como mais um instrumental do sistema. O sinistro, mais uma vez, afirma sua individualidade contra o sistema.
Mais uma vez, parabéns.
Marcus Valerio XR
www.xr.pro.br



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