quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

ENSAIO 01/2012

VÁ PROCURAR TUA TURMA
Ele é um camundongo conhecido no mundo todo e vive imerso em um universo com cidades (patópolis por exemplo) e "pessoas" todas especiais, com aventuras fascinantes e emoções divertidas. Um universo que somente fanáticos por desenhos animados e gibis podem abarcar totalmente. Ele é o Mickey Mouse, namorado da Minie e amigo do Pateta e Pato Donald. É perda de tempo digitar algo falando sobre ele pois a rede mundial de computadores está repleta de informações e imagens a seu respeito e de sua turma.  


É uma turma conhecida mundialmente como já falei mas poucas pessoas conhecem todos os personagens deste universo, como por exemplo o alien Esqualidus, um amigo do ratinho que aparece em poucos episódios da turma...

VEJA A FICHA DO SUJEITO AQUI
Ele se parece até com o homúnculo científico...
homúnculo

 ...mas talvez seja apenas recorrência randômica...

Outros personagens menos conhecidos com aparições menos frequentes você pode conhecer clicando neste link.

Outra turma, entre centenas, menos conhecida mundialmente, desta vez nacional  é a turma de Maurício de Sousa, a turma da Mônica que dispensa comentários. Também é um universo fechado e amplo...

Nem todos os personagens aparecem sempre...



 ...como é o caso de Penadinho e sua turma... 


Uma subturma em um universo próprio dentro da turma da Mônica. A propósito, foi Dumont ou os Wright que inventaram o avião?

Penadinho, Gasparzinho, hum...

 Mas ampliando o foco do particular para o genérico, além de personagens desconhecidos dentro de um universo particular existem também turmas quase que totalmente desconhecidas da maioria das pessoas e me diverti quando criança com algumas delas que sumiram no limbo do esquecimento ou ficaram restritas as comunidades que as conheciam. Não há aqui nenhuma pretensão de detectar algum padrão nelas, embora haja, não quero filosofar nem explica nada como fiz aqui, aqui e aqui apenas pretendo com este post resgatar do pretérito  turminhas e universos artísticos que fizeram parte de minha infância e adolescência e que hoje quase desapareceram, uma não foi feita para um público extenso mais para um em especial, outra não teve a expansão merecida, outras não sei  por que. desapareceram. Encare este resgate despretensioso apenas como uma nostalgia mágica...


1) Turma do Lambe-Lambe de Daniel Azulay...

Professor Pirajá
Cheguei a comprar alguns gibis desta turma que tinha a galinha Xicória e o elefante Bufunfa entre outros personagens como protagonistas. Foi uma fase muito rápida comprei algumas revistinhas que tinha histórias boas, o programa na TV também assisti algumas vezes. Que fim levou esta turma? E só ir no google e digitar... estou com preguiça.


2)Recruta Zero...

 
  O militar mais folgado, "macetoso", "liso" e "safo" do universo que "trabalhava" no quartel Swampy. Tenho lembranças dos gibis do Recruta Zero creio que desde uns 3 anos de idade. Nunca mais vi os gibis deste milico. Não faz mais sucesso...pelo menos na minha região. Eu pensava que o recruta pertencia ao militares da, na época já crepuscular, ditadura brasileira. 

Mas quer ver mesmo um personagem que vou retirar das camadas mais profundas de minha memória, nesta "anamnese arqueológica afetivo-literária"? Então vamos lá... 

O documento literário mais antigo que tive em mãos, na época em que me  lembro que minha mãe ainda me levava no colo foi o ALMANAQUE SADOL.  Eu não sabia ler (quando adquiri os primeiríssimos )mas olhava as figuras e pedia para ela decodificar para mim as mensagens ali contidas. Pegava esta revistinha (brochura) na farmácia no centro da cidade todo começo de ano. Era gratuita. Caramba cara! Tinha palavras cruzadas, piadas, quadrinhos, horóscopo, dicas de saúde, curiosidades etc... puxa, até me emocionei... 


Ainda distribuem o saudoso Almanaque Sadol? 

Mas estou divagando... este não é uma turma. E só para fixar que por volta desta mesma época, talvez antes em algum lugar de meu humilde passado travei conhecimento com um personagem literário estranho (neste texto gibi = literatura), diabólico, demoníaco, satânico, etc. Literalmente luciferínico. Eu não sabia de nada mas me lembro nitidamente, creio que tinha uns dois anos apenas, mais ou menos, talvez menos quando, não comprei, mas achei o primeiro gibi deste cidadão (dos infernos) aqui:


BRASINHA















3) Brasinha...

O que mais me chamava a atenção era a cor dele, e por usar fraudas sendo pois então um bebê diabo. O sujeito era irritadiço e queimava tudo com seu tridente. Politicamente incorretíssimo do ponto de vista cristão. Como é que deixavam publicar um gibi de um tipo como este? A polêmica em torno do personagem veja nestes links que fiz questão de amavelmente buscar para você: (A) (B) (C)  (D)

Parece até um filhote de Hell Boy... e fazendo um digressãozinha en passant, se o Brasinha é o diabo existe um personagem do Maurício de Sousa que é literalmente um anjo...
Anjinho da Turma da Mônica






4) Turma do Nosso Amiguinho...






Professor Sabino -Toda turma 
tem seu nerd.
Neste caso especialíssimo talvez você nunca tenha ouvido falar mesmo nesta turminha infantil adventista do sétimo dia.  Dirigida a um público restrito a princípio, mas podendo ser adquirida por qualquer um. Tive a assinatura dela por muitos anos durante minha infância e início da adolescência. Bem feita, educativa com personagens cativantes.
Recomendo a todos a assinatura para seus filhos com os colportores adventistas independente de que religião você pertença. Veja a alta qualidade da revistinha aqui: (Clube do Nosso Amiguinho).

E um comentário digressivo só de passagem...

Franginha da Turma da Mônica - toda turminha tem um nerd sabe-tudo


  ...fugindo um pouco do assunto, mas não muito , me ocorre agora que quase toda turminha tem um cientista inventor como por exemplo:
Professor Pardal do Walt Disney


                            
                              e o

Visconde de Sabugosa do Sítio do Pica-Pau Amarelo.

São alguns exemplos. Quando as histórias são localizadas temporalmente num passado mais remoto surge a figura do sábio/mago/astrólogo/alquimista:

Mestre do Magos


Druida do Asteri




É como eu já tinha comentado noutra postagem. O mundo atual (não o mundo literário) não comporta mais estas figuras últimas acima, que usavam poderes mágicos para manipularem a natureza e conhecimentos ocultos para orientarem seus amigos. Mesmo assim, não deixando de ser uma "ciência" como era a alquimia e a astrologia. Curiosa é a figura do profeta, que não tem poder nenhum, nem mágico nem muito menos tecnológico, sendo apenas um orientador moral, com mensagens do céu e no máximo no máximo com poder vidente, também dando do céu e não intrínseco a ele.

 

A figura do profeta quase não existe no mundo literário moderno. Quando muito apresenta-se mesclado a de um mago, bruxo, feiticeiro ou oráculo.


  A figura do profeta é (quase) exclusividade das religiões monoteísticas abraâmicas que como o nome diz começaram segundo a tradição com o patriarca Abrãao que deu origem ao judaísmo e influenciou o cristianismo e islamismo. A "industria cultural", Hollywood e etc parece que padecem de um certo preconceito para com esta figura. Também para com a produção de entretenimento que tenham como tema o mundo religioso judáico-cristão. Suponho que os filmes com referência a esta "zona cultural" sobre o raio de ação "abraâmico" seja de 0,01%. É um "Os 10 mandamentos"  aqui um "José no Egito" da Disney ali, esparsamente sem nunca uma superprodução moderna importante dentro deste quadro delimitado pela tradição "abraâmica" ou semítica. O último que vi foi o Paixão do Gibson e deu um auê danado. É uma barreira misteriosa que dá até para desconfiar. Com todos os recursos tecnológicos hodiernos na área cinematográfica já pensou se produzissem um filme do livro bíblico de Apocalipse ou A Revelação? Seria fantástico. Veja um exemplo do que uma facçãozinha cristã tentou fazer aqui embaixo e imagine o que Hollywood não poderia fazer:

O máximo que fazem neste sentido são filmes de deuses gregos e filmes medievais queimando a reputação da Igreja. Diante dos olhos posso até ver uma barreira obstaculizando o desenvolvimento da imaginação no sentido de absorver conteúdos "abraâmicos". Somente aqui ou ali um filme fura o bloqueio por serem menores do que as malhas que compõem a rede de aversão a filmes que vivifiquem os temas bíblicos ou até mesmo corânicos. Vão buscar no fundo do Hades os seres mitológicos mais desconhecidos para fazerem filmes, livros etc, mas rejeitam sistematicamente o universo imaginário que toque nem que seja de raspão no quadrante "abraâmico", só vazando a teia de censura um ou outro filminho esporadicamente. Parece até que é de propósito. 
Mas antes de voltarmos para as turminhas burlescas quero acrescentar que de Abrão a Jesus, passando por Moisés, de Mohamed a  Antonio Conselheiro, passando por Nostradamus, destaca-se a figura de um homem barbudo geralmente idoso, com um cajado, trazendo uma mensagem divina sobre o futuro que foi uma figura importante no passado mas que na cultura pop de hoje foi eliminado só sobrando os magos de quando o roteiro é ambientado no passado e os cientistas quando a história se passa na época atual.
Existe um outro motivo porém para não termos gibis com profetas mas termos com magos e cientistas. O motivo é que a magia e a tecnologia ampliam o campo de ação e paixão dos personagem. A tecnomagia permite aos personagens viverem situações exóticas viajarem no tempo e espaço, mudarem de forma, etc. O profeta é um Pai ameaçador, um Superego acusador, um arauto intimidador, um estraga prazer, isto diminui o seu encaixe em enredos. Mas  semelhante a tecnomagia às vezes além de prever o futuro o profeta age como instrumento de ação divina, uma força que não é tecnológica nem mágica atua e tem como antena o profeta...

Mas os enredos que a partir daí se escreverem terá que pressupor Deus usando o profeta seu enviado, o que não é necessário se pressupor com o mágico e nem com o cientísta. E estamos na nossa vida contidiana sem culpas. O profeta é um representante de Deus e seu poder vem dele, não de forças sutis sobrenaturais ou da natureza nos casos respectivos da magia e da tecnologia....

Mais se poderia falar sobre isto, mas é mister que se encere a postagem e voltar as turminhas. 

Dando um mergulho nas fossas abissais de minha memória eis a turminha mais antiga que me lembro, estava dando prioridade aos gibis e esta era da TV, mas  por ser a realmente a mais antiga, sem outra anterior vou apresentá-la. Me lembro bem, na época existia uma ameaça de um "satélite" que ia cair na terra e os noticiários estavam alertas, era o tal do Skylab ou Laboratório Espacial Americano. Nesta época tinha um programa em que a apresentadora era a Paula Saldanha...


...cujo nome do programa não me lembro, mas apresentava um desenho animado que após 36 anos ainda não esqueci embora realmente gostaria muito de deletar da memória:


ABSOLUTUM