terça-feira, 24 de março de 2015

DISTOPIA - HISTÓRIAS DISTÓPICAS

Um dia desses comprei um DVD pirata na feira com o filme de título: DIVERGENTE. O filme conta a história de um grupo de pessoas que não se enquadram numa determinada sociedade totalitária ou autoritária (este tipo de filme geralmente é ambientado no futuro, mas não sempre) e lutam contra ela numa tentativa de revolução e libertação. Este resuminho sintético (seria isto uma redundância?) do filme classifica ele (classifica-o) como uma DISTOPIA.
Distopia é o inversamente simétrico de Utopia. Os dois são irreais e não existem no nosso mundo não-ficcional (Talvez um pouco de  cada um). Ao passo que a Utopia possa ser reconhecida como um lugar de sonhos, de prazer e felicidade absolutas (lugar nenhum) a Distopia como o prefixo salienta (dis- dificuldade,  privação, negação) pode ser encarada como um lugar ruim, opressivo, manietador. Embora as histórias distópicas variem infinitamente em detalhes todas possuem as características que falei no começo. (Sobre as características de livros e filmes de distopia veja estes textos interessantes aqui: distopia 01, distopia 02 e  o melhor que achei aqui : distopia  03 ).
Diante destes textos supralinkados só posso acrescentar pouca coisa. Este gênero de romance e filme foi ( e ainda é ) um dos meus preferidos e não deixo passar batido quase nenhunzinho sequer sem assistir ou ler quando algum passa pelo radar de meu horizonte de consciência. O primeiro livro deste tipo que li foi o Admirável Mundo Novo e depois 1984. Se fosse me lembrar (lembrar-me) de todos os filmes e livros distópicos que já assisti e li levaria muito tempo para escrever a lista. É isso, eu gostcho muito deste genêro e fazendo uma retrocognição não sei (ainda) por que aprecio este tipo de história... 
Mas gostaria de acrescentar, ao mencionar distopias ainda algumas coisas.
Para mim um filme ou livro para ser considerado distópico precisa ter dois ingredientes que o caracterizam inconfundivelmente como uma distopia. Uma população controlada mental e/ou geograficamente. Ou seja em quase todas as história que eu pessoalmente considero do gênero distopia estão presentes estes dois fatores que na minha visão ampliam o circulo do gênero e fazem conglobar dentro dele mais  alguns filmes e livros que geralmente não são considerados distopias. Dois traços absolutos de uma distopia para mim: Uma sociedade aprisionada em duas membranas:


1) Barreira Ideológica/psicológica.

 2)Barreira Espacial-geográfica.


Uma população sob controle ideológico/psicológico e restrita e aprisionada e um território cujo algum individuo e posteriormente um grupo tenta escapar ou sublevar é a minha noção de uma distopia. Sendo assim o filme a VILA que não apresentar nada de tecnológico e apesar de se passar aparentemente dois séculos atrás é um filme distópico clássico para mim. Neste caso a primeira barreira, a da IGNORÂNCIA era a única. A barreira física era mantida pela barreira psicológica do temor D'AQUELES DE QUEM NÃO FALAMOS. Neste aspecto da barreira de ignorância (não sem o complemento até maior da barreira física em alguns casos)o  mesmo posso dizer do filme CUBOMaze Runner: Correr ou Morrer  entre outros. Neste tipo de filme distópico os protagonistas não são nem mesmo enganados por uma cosmovisão falsa ou uma ideologia. Eles não sabem é de absolutamente nada, nadica de nada que seja exógeno a sua sociedade ou micro-sociedade ou agrupamento de pessoas. E isso os mantem presos na distopia. Geralmente o mocinho nos filmes distópicos é o primeiro a remover esta barreira espiritual que aprisiona os membros da civilização ou sociedade distópica. Este é o passo preliminar para que depois se lute fisicamente contra as forças militares (materialização da segunda membrana) que tentarão eliminar ou restringir os protagonistas dentro da distopia. Nenhuma visão, uma visão falsa ou distorcida é o primeiro círculo de constrição que precisa ser rompido para a libertação de uma sociedade distópica (Parece com o Budismo, credo, há há). Neste sentido só não considero o filme o Show de Truman uma distopia porque não há uma sociedade no caso, mas apenas um indivíduo completamente imbecilizado pela ignorância. Se Truman tivesse uma esposa (que também não soubesse de nada) e filhos, para mim o filme já seria uma distopia. Interessante, eu não tinha ainda prestado atenção nisto mas ocorreu-me agora. Encarado desde este ponto de vista de uma distopia ser uma sociedade circunscrita por duas barreiras, uma espiritual e outra física, o filme Matrix é a pior distopia, o limite máximo que os autores de ficção já chegaram (até agora) de uma escravidão humana. Os humanos em Matrix além de terem os corpos aprisionados em casulos, (sem terem nem mesmo usado os olhos verdadeiros para enxergarem) vivem em um mundo de uma fantasia que além de ideológica, psicológica, é neurologicamente, sensitivamente falso. Nas outras distopia pelo menos as coisas materiais são verdadeiramente reais. Somente sua cosmovisão é afetada.  Um outro extremo absurdo é o mundo distópico em O PREÇO DO AMANHàonde os pobres personagens além de serem limitados psicologicamente, e também territorialmente no ESPAÇO, são limitados no TEMPO, ou seja, os mais pobres precisam trabalhar para ganhar as horas de vida para serem usadas no dia seguinte. A tônica do filme é a luta por tempo de vida. 
É engraçado, sempre que assisto um filme comprado em camelô, depois vou deixar  para minha irmã, que tem uma coleção de filmes. Ao entregar para ela divergente, ela olhou a gravura da capa do filme e perguntou :

  - "É filme de : CONTRA O SISTEMA?!" 

Ou seja, ela classifica distopias como filmes contra o sistema. Esta aí uma boa definição. 

Veja um exemplo de distopia em um conto virtual aqui: (ZIGOTO - Inocência Controle Rígido) onde o título já descreve que uma forma de controle da elite distópica é manter os membros subalternos numa espécie de ignorância infantil (embora inocência seja etimologicamente ausência de culpa). Nesta história as duas membranas, digamos assim, estão presentes, a ideológica/psicológica e a que será usada posteriormente caso a primeira falhe que é a territorial, geográfica que acionará o exército ou outra força militar para manter os membros dentro de seus limites:

Neste lista que achei AQUI, existem algum filmes que não considero distopias como por exemplo Guerra Mundial Z ou Robocop pois não apresentam os dois traços que expus acima. Também não considero Laranja Mecânica uma distopia pois neste caso se trata de um grupo de rapazes psicopatas desajustados vivendo numa sociedade normal. Ou seja, é o contrário das duas características acima. O experimento científico é feito com um único indíviduo, não há uma sociedade inteira aprisionada na mente e no corpo.
Embora em quase todas as histórias (distópicas ou não) os dois instrumentos das forças adversas e antagonistas estejam presentes, que são a FRAUDE e a FORÇA (a última geralmente só sendo usada quando a primeira falha) ou a ILUSÃO e a VIOLÊNCIA , nas distopias, para ser uma distopia de verdade elas devem ser usadas contra toda uma população, com uma cosmovisão monocórdia, homogênea e um brutal isolamento espacial dos elementos desta coletividade. A violência e o engodo são institucionalizados para o grupo social completo. Às vezes não há nem mesmo um mundo exterior livre e a civilização é fechada em si mesma com uma visão de mundo que embora seja errada e distorcida seja a única que existe como em THX 1138 por exemplo e FUGA DO SÉCULO XXIIII ou METRÓPOLIS.  Em THX no final, "O Sistema" decide não mais perseguir o protagonista principal
ao concluir que a despesa de ir no seu encalço sairia mais caro financeiramente do que deixá-lo partir. 

Creio que uma das principais mensagens das distopias seja que quem controla as informações controla o fluxo dos acontecimentos e a sociedade. No filme O DOADOR DE MEMÓRIAS podemos ver que até mesmo as emoções são controladas. (da mesma forma que em THX ). Como se um braço coletivista-estatal tentasse penetrar na subjetividade individual controlando-a. No enredo deste filme todas os pensamentos associados a emoções negativas são apagados nas pessoas. Alguns indivíduos são escolhidos para armazenar estas informações negativas e passar para a próxima geração, mas, escondido da população em geral, quem não sabe nem mesmo o que é uma guerra.
Em Fahrenheit 451 é simbolicamente saliente o fato de um grupo de servidores estatais denominados Bombeiros, ao invés de extinguirem incêndios como a denominação nos faria achar, sua profissão é localizar e queimar livros. Algo que é proibido nesta distopia. Controle de informação é um elemento da barreira ideológica psicológica de uma distopia, se esta falhar... porrada. É parecido com o que faria um maníaco sexual. Primeiro ele tenta seduzir a vítima fêmea com uma conversa falsa. Se esta falhar ele poderá usar algo como um "boa-noite-Cinderela" (um controle químico como o Soma de Huxley), então se tudo falhar ele pega à força mesmo. Assim fazem as elites distópicas com a sociedade delas.

Já existiu alguma sociedade distópica?  Creio que não, mas acho que a União Soviética e a Alemanha Nazista foram as que mais se aproximaram deste ideal. Na verdade Orwell o criador de 1984 criou sua distopia inspirado na URSS. Acho que alguns países islâmicos são como distopias. Com toda certeza sei que alguns que lerem isto automaticamente suscitarão, dialeticamente, a contraditória oposta ideologicamente: Não foi a Cristandade medieval uma distopia? Está de sacanagem... Primeiro, fisicamente, qualquer um poderia sair dos territórios ocupados por ela a qualquer momento que quisesse. Talvez houvesse é verdade um certo controle cognitivo e afetivo. Mas acreditava quem quisesse, quem ficasse calado não chamaria a atenção. E o controle era na maior parte apenas sobre doutrinas religiosas e pecados. Exercendo uma influência (ainda que avassaladora) e não um controle nos demais aspecto da sociedade. Cristo rachou qualquer germe de uma distopia cristã quando disse:


 Dai, pois, a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus (Mateus 22:21 

Na cristandade o Estado sempre foi laico, embora em certos trechos de sua história isto não fosse muito reconhecível. Mas houve abusos é verdade. Por falar nisto acho que algumas seitas religiosas realmente se aproximam de uma distopia conforme as duas características que mencionei, principalmente quando se retraem em comunidades isoladas. Já assisti um filme quando mais novo, um  episódio de Amazing Stories    onde em uma distopia havia uma punição para criminosos que consistia de uma tatuagem no meio da testa que identificava o infeliz como um "homem invisível", (creio que este era o nome do episódio). Ele simplesmente, enquanto portasse este estigma, não poderia se comunicar, nem mesmo ser encarado por qualquer outra pessoa desta sociedade. Isto o colocava numa situação dificílima para sobreviver. Nem mesmo enfermeiras em hospitais poderiam atendê-lo. Ao avistarem a marcar paravam imediatamente de falar com ele e o tratavam (tratavam-no) como se ele  não existisse. A marca era removida quando ele cumprisse os anos da pena. (Você poderia  me dizer o nome deste episódio ou localiza-lo para mim?). Bem, você sabia que existe um grupo religioso que criou de fato e de direito esta instituição? É um grupo cristão denominado Testemunhas de Jeová que criou para sim um Mundo Orwelliano onde a pena máxima é a desassociação. Um desassociado não pode ser encarado por uma Testemunha e não pode receber nem um simples oi. Esta pena geralmente é aplicada até mesmo aos parentes Testemunhas. Mas qualquer um pode sair desta religião quando quiser... nas distopias isto seria mais difícil. Pelo que eu sei a única religião que mata os dissidentes é aquela do crescente e da estrelinha. (Tá bom, eu admito que os sacerdotes católicos sapecaram alguns em século atrás)
Terminando creio que a verdadeira utopia seja o Paraíso e a distopia real seja o Inferno. 
Nos vivemos num meio termo com dores e prazeres, liberdades e privações. 

Absolutum


Adendo: Um amigo localizou para mim o episódio da distopia que mencionei, não era Amazing Stories e sim Além da Imaginação. O nome do episódio era : Para ver o Homen invisível. Assista aí:
Sem tirar nem por é exatamente isto que as Testemunhas de Jeová fazem com ex-membros, digite no Google:desassociação testemunhas de jeová, e saberá o que este grupo quase distópico inventou. (Já fazem 17 anos que saí desta m...)  Obrigado Marcus, matei a saudade desde episódio. 

sexta-feira, 20 de março de 2015

A BÍBLIA NA BIBLIOTECA.

Ontem  eu estava na Biblioteca pública municipal. Vi um magote de livros dentro de um saco plástico transparente. Era uma doação de alguém para a Biblioteca. Entre eles havia um livro que sempre quis. Fui protestante desde muitos anos atrás e ao me converter ao catolicismo nunca tinha conseguido uma escritura sacra que fosse de origem católica. Na verdade só li os 66 livros que formam o cânon protestante e nunca li os livros que os protestantes dizem que não fazem parte das escrituras inspiradas. Tipo um tal de Tobias, Macabeus etc. Para ser sincero nem sei o que estes livros contém. Agora tardiamente é que vou lê-los. Uma curiosidade que eu quase  não sábia é que as Bíblias Católicas, Protestantes e Ortodoxas têm alguns livros que  estão presentes em uma religião e ausentes na outra. Algumas igrejas cristãs na Africa e outras cristãs orientais tem uns livros incluídos na Bíblia no  cânone oficial  que nem o nome eu já tinha ouvido, tipo: Livro do Jubileu e outros. Quer dizer: A Bíblia não é a mesma para todos os cristãos do mundo, uns tiram outros colocam alguns livros. Somente os quatros evangelhos estão presentes em todas as Bíblias de toda a cristandade. Que conclusões podemos tirar disso? (Eu mesmo não sei...). Os Judeus só tem uma parte da Bíblia do ponto de vista cristão ( o Antigo Testamento). São mistérios...

Mas voltando à biblioteca, quando vi o monte de livros e vi esta Bíblia no meio, disse a bibliotecária que já tinha muitos livros na biblioteca, estava abarrotada,  e tendo isto em vista perguntei se ela não poderia me dar aquela Bíblia velha (Edição de 1977, papel amarelado pelo tempo). E ela : - Pode levar! Agradeci expressamente.  Deus atendeu um desejo antigo meu? Pode ser. Na verdade nunca expressei este desejo em oração. Pode ser ou pode não ser. Prefiro que tenha sido...

Obs: Sem pôlemicas religiosas por gentileza.

Bíblia Sagrada Edição Popular

Um quilo e seiscentas gramas na moleira.

Até... 

quarta-feira, 18 de março de 2015

PITAIA

Um certo dia quando eu era menino, creio que tinha uns 09 anos se não  me engano quando vinha de um banho em um córrego  não muito próximo de casa, mais alguns amigos, observei uma certa frutinha vermelha que nascia em uns mandacarus ou xique-xique (uma espécie de cactus). O pessoal da região nunca come este treco pensando, eu acho, se tratar de uma flor ou algo não comestível. Como achei pela cor e formato que aquilo deveria ser um fruto e talvez ser de um sabor agradável, experimentei. Até que o gosto não foi ruim. Desde então sempre que vejo um pé de mandacaru carregado com estas frutinhas vou lá colhe-las e levo-as para casa. O pessoal às vezes estranha. Tenho o hábito de experimentar frutas e outros alimentos exóticos pois acho que a língua está para os alimentos assim como os olhos estão para as formas e cores (leituras incluso) ou os ouvidos estão para os sons (música clássica incluso). Sempre que faço compras no supermercado ou vou no mercado público, fico procurando por surpresas gastronômicas ou novas "informações linguais" (há há). Já comi jacaré frito em óleo de banha de sucuri, rã (que aqui a gente chama de GIA) e outros animais que o Ibama não aprovaria. Quando vou no supermercado e tem aquela sessão de frutas exóticas quando vejo uma que ainda não degustei, levo uma unidade para conhecê-la. Levo uma unidade porque realmente é só o que consigo comprar pois elas custam os olhos-da-cara. Depois do primeiro episódio com a frutinha vermelha do xique-xique passaram-se um, dois, três anos... e mais uma, duas, três décadas e então um dia desses, eu já com meus quarenta anos redondos vi esta semana no supermercado uma fruta inédita (Para mim pessoalmente, é claro). 

Me chamou a atenção por parecer uma flor e ao manuseá-la de perto ela me lembrou da fruta do mandacaru. Li na plaquinha: PITAIA. O gosto era parecido com o Kiwí e as frutinhas que eu degustava quando menino. Ao chegar em casa pesquisei no onisciente Google sobre pitaia é não é que minha indução estava certa! A fruta que incorporei ao meu banco de dados gustativo era parente da mesma frutinha do cactus. Ela também nascia em cactus. Que curioso há há. Desde as regiões da multiplicidade e diversidade infinita manda mais outra Senhor Jesus!


quinta-feira, 12 de março de 2015

O MAIS IMPORTANTE É O AMOR

Você se lembra de um livrinho que era distribuído gratuitamente por uma tal de liga bíblica mundial contendo o Novo Testamento em português cujo título é O MAIS IMPORTANTE É O AMOR? Acabei de lê-lo depois de décadas vendo ele jogado por todo canto e nunca me interessar por sua leitura. Numa linguagem quase  coloquial, num português mais simples, quase uma paráfrase dos Evangelhos, o livrinho transporta os antigos pergaminhos cristãos para uma linguagem de nossa época. Poderá adquirir um exemplar neste endereço aqui: O mais importante é o amor.



Até...

KINGSMAN - SERVIÇO SECRETO


Para quem gosta de filmes de 007, o James Bond,  Kingsman - Serviço Secreto foi talhado para agradar a tais pessoas. O filme é uma homenagem humorística, uma paródia de filmes de agentes secretos e espiões com menções e alusões a tais filmes. Os personagens bebem para caramba as bebidas mais chiques e caras, assim como 007 fazia. Os ternos indefectíveis são outra lembraça do James Bond.  Há uma menção também ao Maxuel Smart, o Agente 86 e seu Sapatofone. O vilão, Valentini com sua língua presa é fantástico, e como sempre seu plano de dominar o mundo é levado em frente com a ajuda da tecnologia mais moderna. (Não vou contar mais para não estragar a surpresa.). Tecnologia está que também salva todos os agentes secretos em todos os filmes. 



O vilão Gênio do Mal com trajes meio que Rappers e e fala do Patólino




A cena que mais me perturbou, me fez não entender mais nada do filme e que mais fez-me rir às gargalhadas e ao mesmo tempo a mais chocante foi uma que não vou contar para não estragar a surpresa do filme mas se você já quer adiantá-la poderá ver aqui:    CENA DA IGREJA FUNDAMENTALISTA

Tudo sobre o filme veja na internet. Mas me chamou a atenção neste caso três coisas:



1) O Vilão como Gênio do Mal ou cientista louco. Cuja alguma reflexão sobre este fenômeno você poderá ver aqui: O Gênio do Mal, A Ameaça do Gênio e O Gênio da Lâmpada  que foi de onde extraí esta analise sobre os Gênios do Mal:





"Vejamos outro ponto de vista sobre o cientista louco. É que os grandes vilões fictícios costumam ser criados de modo a serem os únicos responsáveis por todo o mal que causam. Diferente de, por exemplo, os grandes ditadores, tiranos, gangsters, que naturalmente dividem a responsabilidade de seus atos com seus comparsas, subordinados, seguidores etc.
Acontece que um indivíduo sozinho jamais poderá ser capaz de causar uma ameaça à sociedade em si, não sem compartilhar objetivos e ganhos com associados. Portanto, para que uma só pessoa possa ser considerada um grande vilão capaz de por em risco a própria humanidade, ele deve ter um grande poder em especial, e é aí que entra a "ciência", como uma espécie de porta para o domínio da natureza, promessa de realizações que tragam tecnologias superiores capazes de subjugar uma civilização. Poderiam ser magos, bruxas, ou super poderes, mas no caso, só o "super cientista" seria capaz de feitos similares.
Antes de funcionar como uma desculpa, essa percepção apenas agrava a noção de que o conhecimento seja apenas um instrumento para a obtenção do poder, com objetivos escusos, como se alguém que fundamentalmente é um candidato a ditador, ou um psicopata qualquer, fosse capaz de penetrar nos domínios do conhecimento aplicado para realizar essas pulsões primitivas. Ou seja, ao invés de achar que o Conhecimento, a Ciência em especial, necessariamente levará ao Mal, pensasse que o Mal é capaz de promover e produzir Conhecimento avançado.
Ocorre que a única coisa que de fato resulta no desenvolvimento do saber é a busca do saber em si mesma, algo mais próximo da curiosidade do que da mera utilidade. Quem faz pesquisa, em geral, faz porque gosta! O filósofo investiga o pensamento, na maioria das vezes, por prazer. A cientista estuda a natureza por vocação. Ninguém entra em qualquer um desses campos para ganhar dinheiro, conquistar parceiros ou ficar famoso. É claro que isso pode acontecer e ninguém se opõe, pois é possível unir o útil ao agradável, mas o talento necessário para ser um cientista, um intelectual ou pensador em geral, é mais específico. É seguramente mais fácil ficar rico e famoso cantando funk do que se envolvendo com a produção de saber."


2) Por que nós filmes de espiões um capanga do vilão tem que ter alguma deformação que suprida por uma prótese o torna mais ameaçador ainda? Como por exemplo um ajudante de vilão de um dos filmes do 007 que tinha uma mão decepada e que era compensada por um gancho ou outra arma manual. Havia outro também que tinha dentes de metal, você lembra?


 














Estas deformações às vezes aparecem no Vilão principal também, seria uma simbolização física de deformações morais?






















Mas por falar nisto a terceira coisa que me chamou a atenção no filme foi que a capanga de Valentini que tinha as pernas mutiladas e substituídas por duas armas perigosíssimas . Descontando o fato de ser vilã e a deformação física das pernas, ela é linda, nunca a tinha visto nem a conhecia mas fiquei apaixonado e até procurei por ela no Face para adicioná-la. A Gazelle no filme, a atriz Sofia Boutelli. No filme ela parte o coração de um agente, mas literalmente quando o parte bem no meio com suas pernas letais:



 Sofia Boutelli:



Algumas imagens do filme:





Vou assistir mais uma vez.