Na primeira vez em que assisti Guerra na Estrelas chamou-me a atenção, explicável naquele clima desértico, o capuz usado por Ben Kenobi ou Obi Wan Kenobi. Dava um aspecto de monge ao ermitão escondido da sanha do Império Galáctico. Pensava que aquele roupão e assessórios eram apenas para o uso no deserto. Mas com o prosseguimento das sequências do filme podemos ver que se trata de um tipo de uniforme, um traje de uma ordem de "filosofia aplicada e ciência oculta" (1). Notamos também nesta história que há dois grupos se batendo pelo domínio do universo, o lado da luz e o lado negro, ops, escuro (era assim que dublavam na decada de 70/80: negro). As duas ordens, dos Jedis e Siths buscavam conhecimento e aprimoramento espiritual com práticas misticas e físicas. Se vestiam mais ou menos assim:
O curioso é o ar de mistério que este traje passa, algo inexplicável, algo que não consigo descrever. A função do capuz não é apenas proteger mas também ocultar. Ocultar o rosto, parcial ou totalmente. E assim vi em dezenas de filmes e desenhos animados:
Dr. Destino e seu charmoso capuz
O Esqueleto e seu capuz de... Rapper ?
A morte simbolizada, com seu capuz e foice que talvez seja a matriz-arquétipica das outras figuras acima e abaixo.
O Cara-fantasma do filme Pânico, onde, creio eu juntou-se o ícone da morte de capuz com aquela pintura do Grito
E que tal olhar bem no fundo do capuz dos dementadores da Saga H. Potter.
De tudo o acima exposto podemos concluir que na maior parte das vezes o capuz é usado pelos vilões, como por exemplo é o caso do Satanás de Star Wars o Lord Sith/ Imperador Palpatine:
Os mocinhos mesmo quando usam deixam sobre os ombros na maior parte das vezes:
E passam a usar cada vez mais ao passo que cada vez mais seu coração se torna obscuro e mal. É uma tentativa da consciência se encobrir? De se afastar dos outros seres? Um recuo das outras subjetividades?
Porque Anakin passa a usar o capuz sempre, após passar para o lado escuro, para imitar o Sith?
Saindo das trevas e indo para a luz, como eu havia dito, são poucos os mocinhos que usam capuz no mundo ficcional. Consegui encontrar apenas a Sheila da Caverna do Dragão que usa um capuz e uma capa para se tornar invisível:
Sheila denominada no jogo de RPG: A Ladra
Há outro que usa uma capa com capuz vermelha que tem o poder de invisibilidade também mas desta vez vilão da Marvel, que é denominado Capuz
É interessante a capa/capuz estar associada a invisibilidade no universo ficcional atual quando justamente nos mitos antigos isto também acontecia (vide por exemplo a saga dos Nimbelungos)E já que estamos falando em invisibilidade recomendo este texto fantástico aqui: INVISIBILIDADE. ************************************************************************************* End
Em um tardinha de neblina, enquanto estava lendo um dia, na mesa da cozinha, quando me debrucei sobre ela por alguns segundos, tive um "sonho-visão" curioso. Era o seguinte: Como naqueles clipes do Michael Jackson dos anos 80, sobre gangs em bairros pobres americanos, em uma rua enevoada vi surgir de dentro da neblina o rosto agressivo daquele simbolo do BAD BOY. Realize: de dentro da neblina que envolve pilastras do estacionamento abandonado surge lentamente em sua direção o Bad Boy zangado (e de preferência com uma musica techno)...
Olha só como o cêrebro trabalha. Numa conversa rápida com um conhecido ele tinha me dito que este símbolo era originário de uma gang de Nova Yorque que pinxava os muros do seu bairro com ele. Com certeza este comentário passageiro entrou como um dos componentes da fórmula deste sonho. Na época eu não sabia disto, mas como é de conhecimento geral este símbolo é só uma marca de produtos esportivos radicais. E a cara de mal é a de um combatente, um judoka, um carateca e etc, que com certeza não combateriam com a carinha de outro cara que falaremos mais à frente. E também esta cara não tem nada haver com gangs. Talvés apenas terciariamente.
Do outro lado do estacionamento em frente ao garoto mau de dentro da cerração com uma musiquinha techno, um pouco mais pop, avança o Smyle com um leve vinco no senho, um suave sorriso ironico, os característicos olhinhos ovais e a cor amarela...
A história do Smyle é mais antiga e ele representava tudo de bom, de alegria, felicidade, alto astral, até fazerem a droga com formato dele e produzirem o filme de terror com um assassino pisocopata com os olhos e sorrisos copiando o dele. Mas ele sobreviveu.
Acredite-me ou não tive o sonho do Bad Boy e do Sorriso se confrontando em um duelo. Na verdade não chegaram a se confrontar, era só uma preparação, um encarando o outro, desafiando, como os duelos do velho oeste onde os pistoleiros se preparavam para atirar. Então eu acordei antes da briga, foi um breve traillerzinho onírico. Mas... sim, por falar nestes dois, neste exato momento me lembrei de algo que por associação é atraido ao núcleo do assunto. É mais um persongem-rosto que expressa simboliza e encarna uma emoção. Assim como o Bad Bay simboliza inicialmente a raiva combatente dos esportistas radicais e posteriormente deliquentes, assim também como o Smyle representava a alegria as pessoas boas, paz e amor bicho, etc, assim também um outro "persona-face" ganhou fama por representar uma das piores emoções humanas... o medo. Você acertou, é ele mesmo:
O professor de literatura e escritor Harold Bloomproduziu o livro oCânone Ocidental, que trata especificamente de literatura ou mais precisamente de seus maiores escritores. Ele elege então o Espanhol Miguel de Cervantes (Dom Quixote), Dante Alighiere (Divina Comédia) e William Shakespeare como os maiores escritores de todos os tempos, o centro do cânone, e coloca este último, o Bardo, tão alto ao ponto de dizer que nunca mais será superado, que pode aparecer um quase igual mas nunca melhor. Ele diz também que os clássicos são diferentes dos outros livros e que seria melhor ler-mos os clássicos aos outros, evidentemente. Aceitando a sugestão resolvi então ler Shakespeare. Já tinha lido Romeu e Julieta, e comecei então por OTELO. Não me arrependi.
Bloom afirma no livro que " se pudéssemos conceber um cânone universal, multicultural e multivalente, seu único livro essencial não seria uma escritura, a Bíblia, o Corão ou um texto oriental, mas antes Shakespeare, que é encenado e lido em toda parte, em todas as línguas e circunstâncias (pág. 45). Diz também que o núcleo da cultura ocidental são SHAKESPEARE-ARISTOTÉLES.
Um outro escritor argumentando sobre a importância dos clássicos diz que : "...Mas um clássico
não é um livro para especialistas. É um livro que deu origem aos termos,
conceitos e valores que usamos na vida diária e nos debates públicos.
É um livro para o homem comum que pretenda ser o cidadão consciente de
uma democracia. Clássicos são livros que criaram as noções de realidade
e fantasia, senso comum e extravagância, razão e irrazão, liberdade e
tirania, absoluto e relativo – as noções que usamos diariamente para expressar
nossos pontos de vista." (aqui).
A história de Otelo é uma das Obras clássicas de Shakespeare e confesso, nem imaginava do que se tratava, nem mesmo da televisão ou cinema, que gosta de produzir filmes e desenhos cujos roteiros são obras literárias clássicas.
Otelo, um maioral em Veneza conquista a bela Desdêmona filha de Brabâncio outro poderoso local. Otelo, um guerreiro calejado e amigo de Brabâncio contava seus feitos castrenses em noitadas na casa de pai da jovem. ("O pai dela me tinha em grande apreço, e seguidas vezes convidava-me à sua casa... (contava-lhe) ...as batalhas, os cercos, as aventuras por que passei. E eu contava tudo, contando desde o dia de minha infância até aquele exato momento em que ele me pedia que lhe relatasse os fatos de minha vida...) e ela sempre que os afazeres permitia ouvia as historias meios inteiras meio aos pedaços. Então ela começa a se compadecer do mouro Otelo e esta compaixão se transforma em paixão. Ela se dirige a Otelo e pede para que lhe conte suas histórias e declara seus sentimentos. E que gostaria de ela mesma ter vivido estas façanhas sobre montanhas que tocavam os céus e canibais terríveis. Otelo sentindo-se como que consolado pelas condolências da jovem também retribui os sentimentos. Foge então a alva Desdêmona com o negro Otelo. (Neste trecho até que se parece com Romeu e Julieta). Entra em cena então o pérfido Iago o alferes (sub-tenente) de Otelo, que fingi-se de seu amigo e leal subordinado mas nos recônditos de sua mente maligna trama maliciosamente uma vingança contra seu senhor. Iago odeia Otelo por ter sido preterido numa promoção de graduação militar. Otelo ao invés de promover a tenente Iago, promove Cássio. subordinado de Otelo. Iago Também imagina que Otelo teria sido amante de sua esposa, diz ele suspeitar do mouro ter visitado seus lençóis. E executaria sua vingança "esposa por esposa" e lhe poria, escrito literalmente na tradução portuguesa "um par de chifres". Se não ele próprio, através de outro, digamos, agente. Quando uma frota turca se desloca avançando na direção de Chipre Otelo é mandado para a Ilha na condição de Governador e protetor, seu alferes traidor vai junto, bem como sua esposa.
Segundo os tomistas a matéria foi criada por Deus e só pode ser aniquilada por Ele. A matéria é a potência do ato, mais ou menos como uma massa de modelar que ganha forma (atual) com os nossos dedos. Essa matéria "modelada" (enformada) é a matéria segunda, a matéria "não-modelada" é a matéria-prima (informada, não atualizada). Falando grosso modo. O contrário da matéria-prima, que é a potência pura é Deus que é Ato Puro. (Ato de Ser - o verbo ser como uma ação e ação infinita). Nós, seres criados somos compostos de ato e potência em diversos graus. Ou seja de ato (forma) e potência (materia) mesclados.
O contrário da matéria é a forma que também é o ato e também a essência do ser.
Para alguns só existe a matéria e o mundo mental que conhecemos não passa de um epifenômeno da própria matéria. Ela é a potência pura de onde vem todo ato.
A potência pura e a impotência total são a mesma coisa sem um ATO PURO. (Deus)
Outras coisas que também foram criados por Deus, de acordo com os religiosos e filosófos antigos foram os espíritos; os anjos e as almas humanas, que são eternos (humano inclusa) e só deixam de existir se Deus os decidir aniquilar.
A matéria é composta, formada por partes e por isto está sujeita a decomposição, adição, subtração, geração, corrupção e etc.
A matéria ocupa lugar no espaço, na extensão e por isto tem partes. O contrário da matéria, o espírito é indecomponível, não está sujeito a quantificação, não ocupa lugar no espaço, na extensão e por isto não tem partes, é simples e uno ao contrário da matéria corpórea que é múltipla e variada mudando no tempo como um rodamoinho numa tardinha seca numa rua deserta de uma cidadela abandonada.
De acordo com os antigos "a Forma era Ato da Matéria e a Matéria era Potência para assumir novas formas". Na antropologia tomista e muitas outras antigas o homem é um ser híbrido no universo pois é composto de matéria (seu corpo) e forma (seu intelecto, alma).
O homem é composto, segundo eles, de substância material e substância intelectual, esta última indestrutível por não ter partes como a substância material.
No homem acontece que "o ínfimo do Supremo (Deus) toca o supremo do ínfimo ( homens)" -Tomás de Aquino
"...o homem é a interseção entre o finito (pois participa das coisas corpóreas) e o infinito (pois participa das coisas incorpóreas, dada as suas potências superiores: a inteligência que conhece a verdade e a vontade
que quer o bem)..." (fonte)
Não tenho tempo nem condições de (tentar) provar que a substância intelectual existe, cujos reflexos são o seu querer e o seu pensar mas você poderia dar uma lida aqui. A matéria existe evidentemente sem precisar de provas,ou será que não existe? (Será o mundo uma simulação mental ou um mundo intelectual sem matéria?)
Dê por pressuposta então a dicotomia matéria e forma, o binômio corpo e alma em prol do prosseguimento da argumentação.
Para Santo Tomás de Aquino o corpo humano era o mais superior dos corpos e o intelecto humano o mais inferior das substâncias intelectivas.
A matéria é possibilidade para o ser, em outras palavras a matéria existe para se fazer o que se quiser com ela e foi isto o que o homem fez durante sua história sobre a face do planeta. Extraiu metais, explorou e cultivou vegetais criou e consumiu animais. E até mesmo usou outros homens como escravos. E tudo vai se fazendo, se criando, se consumindo, se gerando e corrompendo durante o transcorrer do tempo. Imagine a quantidade de alimentos que a humanidade consumiu durante sua existência e os materiais que usou, imagine os vegetais que já existiram, os animais, os dinossauros por exemplo. Para onde foi todo este material? A maior parte está aqui mesmo, em nós, nos animais, nos objetos. A matéria é eterna no sentido de que ao se corromper não se aniquila não vai para o nada, permanece aqui recompondo outras coisas. É como no brinquedo Lego, aquele das pecinhas de montar. As pecinhas são indestrutíveis apenas as configurações, as formas que montamos, as figuras que formamos são temporárias. Só lembre-se que os átomos não são as pecinhas. Os átomos mesmos são formados de outras pecinhas, que são formadas...
No livro de Gênesis bíblico relata-se que Deus diz ao homem para dominar sobre toda a natureza e foi isto o que fez ao longo da sua trajetória planetária. Mas observo que há um tabu, um limite que ao ser tocado fazem os religiosos reclamarem seja de que denominação for, seja espírita, budista, cristã ou mulçumana. Sempre que a civilização se aproxima desta linha divisória forças conservadoras, tradicionais se levantam em sua defesa. Foi observando as disputas ideológicas, políticas, científicas, filosóficas e religiosas que percebi uma tendência uma linha divisória que estava ali todo o tempo mas eu não percebia e de repente ela aflorou à vista. É o seguinte, o homem faz com que toda a natureza se transforme num material dúctil, plástico, maleável, mas quando começa a se aproximar do objeto que em parte compõe o seu ser (seu CORPO) para mexer nele, sempre há livros sagrados proibindo e sacerdotes condenando dos púlpitos. É curioso, o homem mexe em toda a matéria, mas a matéria que está contida em parte de seu ser deve ser tratada como algo mais UM CORPO ESPECIAL.
Isto não se dá apenas nas honras fúnebres, mais em toda as fases de geração, crescimento e desenvolvimento do corpo humano. Na geração existe o ativismo anti-aborto, na senescência e com os doentes terminais tem-se as políticas anti-eutanásia. (ou seja tentá-se impedir de se destruir um corpo humano em formação/geração ou em processo de se aproximar da corrupção) A ordem e não tocar, deixar na "Mão de Deus," deixar o corpo humano fora do alcance do próprio domínio humano. Em Gênesis 1:28 Javé diz que o homem deve encher a Terra e sujeitá-la (provavelmente se refere aqui aos recursos minerais) e dominar sobre os outros animais e vegetais, mas não é dito que domine sobre SI mesmo, uma parte de si mesmo.
Deixando de lado os livros sagrados das outras religiões somente no Velho Testamento podemos ver inúmeras proibições condenando o uso do corpo humano como um simples objeto de uso (desacralizando-o) e vê-mos também um esforço de maximização da atualização do potencial reprodutivo, uma tentativa de abrir todos os canais para que se nasça o maior número de pessoas. Dê no que dê. Sem controle populacional. E sem intervensão, seja no processo reprodutivo, seja na sucessão das etapas biológicas.
Nos livros sagrados, por exemplo, de Levítico e Deuteronômio onde Javé baixa as leis que os israelitas deveria obedecer existem, entre outras proibições de outras coisas, muitas proibições que envolvem tratar o corpo humano como algo comun ou como qualquer coisa sem importância. Veja alguns textos:
"Filhos sois do Senhor vosso Deus; não vos dareis golpes..."(Deuteronômio 14:1) "Pelos mortos não dareis golpes na vossa carne, nem fareis marca alguma sobre vós: eu sou o Senhor." (Levítico 19:28)"
"Não farão calva na sua cabeça, ... nem darão golpes na sua carne." (Levítico 21:5).
Modelando para o "mal"
Modelando para o "bem"
E isto trata apenas de coisas mais superficiais ,pense então no extremo, para não falar de outras assuntos sexuais, disto aqui: o implante de globos e outros objetos para ficar-se parecendo com lagartos, partir-se a língua e etc ou o caso aqui, do lado direito , da ucraniana de 21 anos Valeria Lukyanova que fez plásticas no rosto, retirou costelas e outras coisas que só Deus sabe para ficar igualzinha a boneca Barbie. Sim a foto ao lado não é da Barbie , pode-se ascessar até mesmo no youtube vídeos com entrevistas da moça. Embora tenha ficado realmente muito bonita, é evidente que padece de deficiência qualitativa na alma racional. O outro também.
Provavelmente a diretriz ou princípio de tornar santo o corpo humano na Bíblia induz alguns grupos a proibir a camisinha e anticoncepcionais( católicos), as transfusões de sangue (testemunhas de Jeová) e outros tabus que não estão contidos nas Escrituras. Pelo menos não explicitamente. Para ficarmos só restritos a este último grupo (TJs) em benefício de uma melhor clareza na exposição das idéias veja neste texto maravilhoso aqui a luta sequencial e secular do grupo Testemunha de Jeová contra as vacinas, o uso de vasilhas de alumínio (para se evitar envenenamento) e as trágicas resistências aos transplantes de orgãos e as tranfusões de sangue. (Assuntos médicos e as testemunhas de Jeová). O Texto é evidentemente escrito para denegrir as testemunhas de Jeová como fundamentalistas mas não vou entrar no mérito da questão, somente frisar que o grupo agiu desta forma por uma má exegese das Escrituras evidenciado por sua ulterior modificação das doutrinas. Isto fica patenteado ao longo do texto quando eles rebatem as novas tecnicas médicas com proibições de milênios oriundas das Escrituras.:
"Embora milhares de transplantes de córnea sejam realizados cada ano...Há
aqueles, tais como as Testemunhas Cristãs de Jeová, que consideram todos os
transplantes entre humanos como canibalismo..."
"Será que há alguma objeção bíblica a que se doe o corpo para uso na
pesquisa médica ou que se aceitem órgãos para transplante de tal fonte?...
Aqueles que se submetem a tais operações vivem às custas da carne de outro
humano. Isso é canibalesco...Jeová não deu permissão para os humanos
tentarem perpetuar suas vidas por receberem canibalescamente em seus corpos a
carne humana, quer mastigada quer na forma de órgãos inteiros ou partes do
corpo, retirados de outros."
E por falar nisto, deixa eu relembrar aqui de algo pessoal à título de nostalgia e de alerta simultaneamente. Quando eu tinha por volta de, se não me engano, 22 anos portava na carteira um documento assinado para que se minha pessoa sofre-se algum acidente não deve-se receber nenhuma transfusão de sangue, ou seja era a chancela de uma hemoragia completa até o Hades. Toda testemunha de Jeová tem um documento assim que é um potencial problema para o SAMU e a equipe médica:
Declaro por minha livre vontade o meu desejo de não receber sangue e etc...
Bem, este é só um grupo religioso (especialíssimo) e uma atualização das possibilidades dentro do Cristianismo. Mas a maioria é menos singular.
Eu poderia linkar aqui dezenas de sites católicos, evangélicos, espíritas, budistas, hindus, mulçumanos e etc (seria ocioso) que condenam tudo que envolve uma aproximação manipulatória ao corpo humano, inclusive até mesmo os estudos que visarão manipular o material que plasmará um corpo humano, traduzindo, PESQUISAS COM CÉLULAS TRONCO. Até nisto as religiões persistem na condenação inspiradas consequentemente por seus livros sagrados e suas tradições. CONTINUA
O Escritor Ítalo-judeu Primo Levi deixou neste livrinho de 175 páginas, escrito de maneira simples e paradoxalmente um pouco divertido relato de sua passagem pelo campo de concentração de Auschwitz. Uma impressionante história de algo que ele denomina uma anti-história bíblica, uma má nova. Primo Levi descreve o dia-à-dia extenuante do Campo, as diversas nacionalidades e os problemas de comunicações por causa dos idiomas. Discorre sobre as penúrias físicas, os sapatos rotos, as camas duras e o limbo entre dormindo e acordado durante toda à noite até a hora da alvorada por volta das 04:00 da manhã quando os guardas comandavam o despertar.
O escritor recorda-se das pancadas contínuas dos Kapos (encarregados) e de como alguns Kapos compassivos batiam nos presos para aliviarem dores maiores:
"Mordo fundo meus lábios; bem sabemos que provocar-se uma pequena dor acessória pode servir de estímulo para juntar as extremas reservas de energia. Também os Kapos sabem disso; alguns deles surram-nos quando estamos debaixo de carga quase carinhosamente, acompanhando os golpes com exortações e incitamentos, assim como fazem os carroceiros com seus esforçados cavalos."
E escreve uma frase na página 68, que fora do contexto pode parecer extremamente ridícula mas para quem ler o livro e sabe do que Levi está falando tem todo o sentido de uma realidade máxima:
"A latrina é um oásis de paz"
Medita ele ainda profundamente sobre a vida no Campo (pág 15):
"Cedo ou tarde, na vida, cada um de nós se dá conta de que a felicidade completa é irrealizável; poucos, porém, atentam para a reflexão oposta: que também é irrealizável a infelicidade completa. Os motivos que se opõem à realização de ambos os estados-limite são da mesma natureza; eles vêm de nossa condição humana, que é contra qualquer "infinito" . Assim, opõem-se a esta realização o insuficiente conhecimento do futuro, chamado de esperança no primeiro caso e de dúvida quanto ao amanhã, no segundo. Assim opõem-se a ela a certeza da morte, que fixa um limite a cada alegria, mas também a cada tristeza. Assim, opõem-se as inevitáveis lides materiais que, da mesma forma como desgastam com o tempo toda a felicidade, desviam a cada instante a nossa atenção da desgraça que pesa sobre nós tornando a sua percepção fragmentária, e, portanto, suportável. Foram justamente as privações, as pancadas, o frio, a sede que, durante a viagem e depois dela, nos impediram de mergulhar no vazio de um desespero sem fim. Foi isso. Não a vontade de viver, nem uma resignação consciente: dela poucos homens são capazes, e nós éramos apenas exemplares comuns da espécie humana. "
Esta compreensão de que nem mesmo a dor será infinita pois morreremos enfim e de que os maiores prazeres também são finitos e se acabarão me fez recordar desta monografia aqui que muito me ajudou. Ao ler as palavras do ex-prisioneiro do campo de concentração me veio a memória imediatamente as deste outro autor. O Autor sem o saber estava vibrando em ressonância com Primo Levi e disse algo na mesma direção, sem as porradas da dura máter/ matéria dura, só na teoria. Veja aí e compare:
"...O segredo da
felicidade, apesar de alardeado como tão misterioso, é
tão estranhamente simples que por vezes pode escapar de vista
pelo simples fato de insistirmos em procurar em contextos mais
complicados.
Em síntese,
podemos descrever tal “segredo” na forma de duas proposições
praticamente axiomáticas: Reconhecer que toda e qualquer
coisa apresenta aspectos agradáveis e desagradáveis, e
agir de modo a maximizar os aspectos agradáveis e minimizar os
desagradáveis.
“Toda e
qualquer coisa” significa literalmente qualquer tipo de fenômeno
existencial concebível e vivenciável. A vida mais
luxuriosa, abastada e despreocupada possível apresenta os
aspectos negativos da falta de desafio, da possibilidade do tédio,
da desilusão, do medo da perda etc.
A situação
mais desprezível, miserável e aversiva possível
apresenta os aspectos positivos da possibilidade de fortalecimento,
de conhecimento de situações adversas, da oportunidade
de demonstrar superação e heroísmo.
A pessoa feliz,
bem como o otimista, se é que haja alguma diferença, é
simplesmente alguém que enfoca os aspectos naturalmente
agradáveis da situação, e como a grande maioria
de nós vive longe desses extremos acima concebidos, o leque de
escolhas sobre o que valorizar e maximizar é, em geral,
bastante vasto. Assim, justificamos a noção trivial de
que a pessoa otimista se sente feliz pelo que já conquistou e
se sente animada pela possibilidade de conquistar mais, enquanto o
pessimista despreza o que conquistou e sonha com o que não
conquistou, e ou se concentra em sua incapacidade de conseguí-lo..." (Marcus Valério)
Outro trecho do livro de Levi que me chamou a atenção foi:
"Se, do interior do campo, uma mensagem tivesse podido filtrar até os homens livres, deveria ter sido esta: procurem não aceitar em seus lares o que aqui nos é imposto".
O que ele quer dizer é o seguinte: algumas coisas desumanizam o ser humano, algumas coisas os objetalizam, os transformam em meras coisas e que isto é tão grave, mas tão grave que não deveria ser aceito nem mesmo dentro de casa. Nem mesmo em germe, como em um Mini-Campo e nós homens livres não deveríamos aceitar no ambiente onde podemos atuar algo que foi imposto num Campo de Extermínio. Ele diz ainda:
"Uma parte da nossa existênciaestá nas almas de quem se aproxima de nós; por isso, não é humana a experiência de quem viveu dias nos quais o homem foi apenas uma coisa ante os olhos de outro homem. Nós três ficamos em grande parte imunes a isso e por essa razão nos devemos gratidão recíproca. Minha amizade com Charles resistirá ao tempo."
No clima da Alien o oitavo passageiro, após ter lido este livro, assisti ao filme Prometheus que segundo os comentaristas se passa numa época anterior a época do Alien e explica até mesmo seu surgimento.
Eu mesmo após assistir ao filme detectei algumas citações e referências ao alien, pelo menos ao livro que tinha acabado de ler pois o filme eu não me lembro quase nada, pelo menos não nos detalhes. Parece que a memória começa a ser perder nos detalhes:
1) Tanto em Alien quanto em Prometheus a duas naves são muito parecidas. Ou seja a Nostromo se parece muito com Prometheus.
2)Nos dois filmes os lanças chamas estão presentes e são sobejamente utilizados.
3)Tanto em Alien quanto em Prometheus existem androides e nos dois filmes as cabeças dos mesmos são arrancadas
4)Tanto em Alien quanto em Prometheus no final, a única sobrevivente é uma mulher e passar a ditar um relatorio final 5) A Nostromo era um cargueiro comercial de uma companhia a Prometheus uma nave exploratória de uma tal de corporação.
Depois de Os 12 macacos li também este códice que foi inspirado no filme Alien O Oitavo Passageiro, um filme que encantou (desencatou na verdade) minha infância, que levava o medo ao limite. Depois de tanto tempo revisitar a história é um prazer inesperado.
Nostromo o cargueiro espacial com 7 tripulantes entre eles a oficial Ripley recebe um pedido de socorro de um planetóide. Ao descerem verificam que o pedido na verdade vinha de uma nave avariada sobre o astro. Não era um pedido de socorro era um aviso.Ao retornarem a nave um dos tripulantes trás grudado no rosto um animal alienígena, um oitavo passageiro.
Tenente Hellen Riplay
Maiores informações confira no siteCAPACITOR FANTÁSTICO que foi de onde eu colei estas fatos aí de cima. No blog tudo é bem esmiuçado... bem explicadinho.
“...Em 1997, 5 bilhões de pessoas morrerão de um vírus....os sobreviventes abandonarão a superfície do planeta....os animais voltarão a dominar o mundo..." Trechos de uma entrevista com um paranóico esquizofrênico clínico. 12 de Abril, 1990 - Baltimore County Hospital
A Humanidade foi quase exterminada o que sobrou dela está morando no subterrâneo. Cientistas enviam um explorador para o passado na esperança de descobrir o foco original da contaminação para assim, então, tentarem bolar uma vacina. Este romance de 208 páginas escrito por Elizabeth Hand me fez "assistir" mentalmente ao filme OS 12 MACACOS. É curioso. Como o livro foi escrito depois e por causa do livro a escritora baseou todas os "quadros mentais" do livro nas "cenas reais" do filme. Quando eu estava lendo e o livro descrevia um local ou evento eu não poderia imaginar diferente do que já tinha visto no filme. O livro é praticamente um script-roteiro do filme. Mas acrescenta alguns detalhes importantíssimos no final. O livro descreve cada cena, cada diálogo quase 99% de como saiu na tela por isto lê-lo e como assistir de novo, desta vez somente com as reminissências da memória reativadas pelas palavras aos 12 macacos. Para saber mais sobre o filme ou o livro veja este blog aqui
Para uma visão mais "acadêmica" sobre a trama veja este estudo aqui . Dois traços digitais na trama que tornaram este filme/livro um cult foi o fato de (spoilers) o ator principal James Cole quando era uma menino ver sua própria morte quando voltou no tempo sendo um adulto. Isto fecha um circuito temporal pois o menino passa o resto da vida se lembrando da morte de um sujeito e quando adulto, morre sendo testemunhado por um menino que crescerá... e assim por diante. Outro traço digital talvez único é o tema ecológico que neste filme/livro é visto como negativo e como o causador da extinção da espécie humana. Os ativistas ecológicos são vistos sob um prisma depreciativo. Os cientistas do futuro colhem indícios fortíssimos que apontam um tal de Exército dos 12 Macaco como os responsáveis pelo ataque ecoterrorista que espalhou o vírus mortífero que matou bilhões. O Objetivo de James Cole e encontrar o foco irradiador para que os cientistas do futuro possam enviar alguem recolher amostrar e produzir uma vacina para que a humanidade futura possa retomar a superfície. É curioso que neste filme o passado não possa ser alterado, Cole não pode impedir os terrorista de executarem seu plano, nem impedir a própria morte. O que aconteceu não pode mundar...
"o indivíduo necessariamente desaparece
por trás da coletividade, cujo assentamento ecológico é
o que mais importa conservar: a Terra, então elevada ao nível
de Deusa-mãe. As conseqüências desse rebaixamento então
se desdobram, inelutáveis: totalitarismo, eutanásia, eugenismo,
aborto, etc. A oposição dos ecologistas não poderá
impedir que o homem, rebaixado ao nível dos animais, sofra também
ele manipulações genéticas e clonagem"
Tenho uma hipótese de que tudo o que somos na vida, pelo resto dela, até a morte biológica, foi configurado na gestação e primeiros cinco anos de existência. Estes primeiros cinco anos plasmam um núcleo afetivo profundo, uma barisfera afeto-volitiva que permanecerá daí por diante sem muita mudança, a menos que entrem fatores exógenos para alterar isto. Por cima desta barisfera afetiva construimos nossa cognição, nossa intelecção, que será para sempre condicionada por ela. Podemos aprender xadrez ou karatê, inglês ou técnicas de construção civil (pedreiro), podemos até mesmo esquecer estas informações, desaprendê-las mas nossos desejos e temores mantêm-se inalterados como uma rocha submersa num lago sob ondas cognitivas cambiantes. Todo conteúdo intelectivo é móvel, fugaz até. Uma pancada na cabeça e podemos perder anos de memórias. Nossas emoções são mais permanentes e em última análise são elas que definem nosso caráter, que moldam nossa moralidade. Que é a honestidade senão o amor a verdade e o ódio a mentira numa escalaridade proporcional ao que é mais importante para nós, ou o mundo de pessoas ou o mundo de coisas? O que sentimos e o que gostamos é o que define o que somos, não o que sabemos. Satanás sabe a Bíblia de cor e salteado.
Sherlock Holmes numa de suas investigações deduziu que uma certa família suspeita de ílicitos era pacata e serena por causa de seu cachorro de raça, que embora fosse de uma raça dada a agressividade era dócil como um cordeiro. Daí ele (com outros índicios evidentemente) buscou a solução em outra direção. O afetos e volições são o que mais contam.
Há pessoas que passaram a infância na zona rural e outras na urbana. Isto inapelavelmente deixará traços. Tenho um amigo, cujos país são de origem rural, que gosta de zombar dos caipiras assim : -"Ele saiu do mato mas o mato não saiu dele".
Tive uma peculiar criação dos 0 aos 5 anos, a fase primordial da formação afetiva. Não passei este período nem no campo nem na cidade (plenamente). Foi viajando de cidade em cidade com paradas no máximo mensais.Vi então muitas cidades grandes. Mas depois com cinco anos estacionei definitivamente numa cidade pequena. Vim de uma cidade pequena e esta foi minha vida. Mas vislumbrei na primeira infância, de soslaio, grandes cidades que ficaram apenas na memória, acopladas com lembranças dos primeiros e ternos cuidados paternos. Então ficou gravado em mim o protótipo ou arquétipo de um lugar paradisíaco de idílio: Uma metrópole com luzes de néon, letreiros coloridos, gigantescas caixas habitáveis que emitem luzes. Isto é uma particularidade minha, uma singularidade que aconteceu comigo e não espero ser compreendido nem generalizar. Ainda mais quando sabemos do alto índice de criminalidade e desmoralização nas grandes cidades. É claro que um cidadão metropolitano provavelmente irá rir disto que eu estou escrevendo, mas lembre-se que um caipira ou mais ainda um índio se rirá do anelo citadino pela "volta à natureza", pela "restauração do paraíso", do mito do bom selvagem de Rousseau, do anseio pela regressão uterina à Mamãezona Gaia. Tudo bobagem também.
O Paraíso espiritualnão pode ser um jardin ecológico e nem uma estação espacial com paralelepípedos de plásticos habitáveis. Estes dois extremos são os limites da nossa imaginação que é formada por imagens, os fantasmas dos escolásticos, que vindos da objetividade, da corporalidade, não podem descrever um mundo de substâncias intelectuais, inespaciais, intemporais, não dimensionáveis, não quantificáveis nem mensuráveis. Então não ria do meu paraíso como uma cidade de luzes. Para que você medite sobre isso veja só isto:
No fim do túneo de luz final não haverá nem um jardin nem um bairro de prédios... são só simbólos para nossa mente limitada.
É o Céu? Não é Dubai.
Bespin
Já fui Testemunha de Jeová e aprendi com elas uma visão do cristianismo (não compartilho mais) com dois escalões, duas ordens de cristãos. (O negócio é complicado e falso mas se você quiser saber mais veja aqui) Segundo Elas haverá uma grande multidão que ulteriormente ao Juízo Final (para elas Armagedon) morará em um paraíso para sempre.
Jerusalém de Cima
Elas tinham até mesmo um livro cujo título era "Poderá Viver Para Sempre no Paraíso na Terra". É uma mistura de Avatar com Adventistas. Os teólogos das T.Js jamais consideraram a possibilidade de a Terra torrar quando o sol virar uma gigante vermelha. Embora seja o que a propria Bíblia diz.(2Pedro 3:10). Segundo elas então, a humanidade criará um grande jardin terreal por todo o globo e viverá eternamente feliz. Mas há um outro grupo que não morará no paraíso. Segundo o entendimento das TJs um grupo de 144.000 cristãos e só esse tanto, irá morar no Céu. Na Jerusalém Celestial para governarem de lá a Terra restaurada. Minha expectativa espiritual, como membro da grande multidão era morar nesta "Pandora" pós-Armagedon aqui embaixo, mas me chamava a atenção a capital deste reino paradísiaco que desde o céu governaria a Terra. Nas ilustrações das publicações das TJs, especialmente no livro Revelação (ou Apocalipse) Seu Gradioso Clímax está Próximo a Nova Jerusalém é apresentada como uma, advinhem... metrópole moderna! Sim é só prestar atenção, no cubo que o livro de Apocalipse expõe como a Cidade Santa. Lá dentro envolto pela redoma de cristal cúbica, os artistas dos jeovistas colocaram prédios de uma metrópole. E retorna a oposição campo-cidade.
Metropólis de Fritz Lang
Eu não sei com que intensão eles fizeram isto, se foi consciente ou não, ou se foi a imposição mesmo das descrições da Jerusalém Celestial no livro de Apocalipse(Apo 21: 9-27) mas a gravura dela, nos livros russelitas, se parece muito com algo de Ficção Científica e lembra a teoria de que a Nova Cidade que desce dos céus seja um OVNI. Infelizmente não consegui achar na internet a gravura jeovista da Nova Jerusalem mas você pode conferir no livro citado e comprovar a semelhança da cidade com uma metrópole.
Se você pesquisar na internet poderá achar vários estudos sobre a Nova Jerusalém que desce dos Céus como noiva adornada para o Cordeiro. O curioso é a tendência do ilustradores de metropolizar a Cidade Santa. É curioso também a tendência ao afastamento do Éden bucólico paradisíaco. Não entremos nos méritos da questão, só gostaria de frizar a oposição campo-cidade, natural-artificial. E a possibilidade de lugares finais com as duas características...
...bonito vídeo. Não era meu objetivo aqui me aprofundar na Jerusalém Celestial, mas o tema é literal e figurativamente arrebatador...
...magnífica, observe que a Nova Jerusalém é uma cidade moderna...
...veja também a futurística Cidade nas Nuvens de Bespin....
A Ficção criou muitas cidades: Atlântida, Eldorado, KRISHNAIAUAIA ou Cidade de Luz, Metropólis do Lang, etc. Mas ninguém exagerou mais do que George Lucas que criou uma cidade que cobre toda a superfície de um planeta. O conceito de megalópole para ela é pouco. O planeta-cidade é Corruscant a capital do Império Galáctico.
O mundo biológico orgânico é diferente das zonas urbanas onde a única coisa viva, pelo menos em escala macroscópica é o homem. Numa cidade tudo é morto. Tudo é artificial. As casas, os veiculos (excetuando-se os de tração animal), os objetos, utensílios em geral. A água e a energia. Somente os alimentos que penetram no perímetro urbano foram vivos, ou de origem animal ou vegetal. No sertão a própria moldura da paisagem é dada pela vegetação. Cachoeiras, morros, árvores, etc, dão a configuração visual deste ambiente. É o mundo vivo, orgânico, natural, a biota cibernética. 99,99% do material de uma cidade é de origem mineral a começar pelo concreto. Somente o combustível é de origem orgânica. Mas já estão dando um jeito nisto. A Nova Jerusalém é feita não de concreto mas de predras preciosas e de ouro.........