"A expressão mais óbvia de toda e
qualquer hierarquia social é a "discriminação": a distinção entre
seus membros mais valiosos e menos valiosos, conforme sua contribuição -- real
ou suposta -- à consolidação ou destruição da ordem. Uma sociedade sem
discriminações é a mesma coisa que um código penal sem punições. Sociedade é
discriminação. As sociedades diferem apenas pelos critérios de discriminação,
que vão desde a separação racional entre os elementos benéficos e nocivos até
às formas mais extravagantes de exclusão baseadas em temores mitológicos,
orgulho racial demente, preconceitos ideológicos de classe etc." -O deC.
TOMO I
“E tens de tomar os dois bodes e fazê-los
ficar de pé perante Jeová à entrada da tenda de reunião. E tens de tirar sortes
sobre os dois bodes, uma sorte para Jeová e a outra sorte para o bode
expiatório (aquele que leva embora, afasta o mal)”. Bíblia Judaico-Cristã,
livro de Levitico capitulo 16, versículo 7.
Observando o desenrolar dos eventos históricos, atentando para a maneira como as pessoas
trataram as outras durante as eras passadas, analisando os acontecimentos
hodiernos, onde os atos que foram perpetrados em tempos passados se repetem, hora aqui hora ali em determinado lugar, podemos ser surpreendidos por um padrão
emergente desta profusão de acontecimentos para com as ações dos homens. Notamos
primeiramente pelas nossas observações pessoais do senso comum, ou através dos
telejornais, ou nas revistas, ou nos casos que ouvimos falar, etc, que sempre ou
quase sempre que atos criminosos foram praticados, existia uma determinada
configuração que geralmente se repetia, uma matriz recorrente. Pelo registro
impresso presente nos inquéritos policiais, a análise destes
revelou o mesmo quadro redundante no fenômeno de prejudicar (no sentido de lesar e no de julgamento prévio) aos outros que
ocorreu e continua ocorrendo na nossa história sobre a face da Terra. Os tipos
de atos delituosos, crimes, transgressões, são muitos, e de diversas
modalidades, mas mesmos que na esmagadora maioria deles as mesmas variáveis se
apresentem, existe uma determinada classe de lesões ao semelhante que pela
gravidade ou pelo grau de iniqüidade contido, nós fazem tomar nota mais detida
dos mesmos, chamando nossa atenção para as causas subjacentes para estas
aberrações morais e sociais, referindo-me neste caso não apenas aos crimes
cometidos isoladamente por sociopatas mas também e principalmente os crimes
cometidos por grupos, classes sociais, reinos e nações (psicopatia organizada)
contra indivíduos, grupos e etnias. Tanto no caso particular do sociopata que
vitima a pessoas indefesas, muitas delas crianças menores abandonadas, idosos,
mulheres, e estigmatizados socialmente (mendigos, prostitutas, homossexuais e
outros), como no caso de instituições nacionais que praticaram genocídios como
os nazistas, cujas vítimas semelhantes aos psicopatas (embora este ultimo aja
individualmente por fatores psicológicos) foram em primeiro lugar os inválidos,
os homossexuais, os doentes, os deficientes, demonstrando que embora este
primeiro fenômeno seja de dimensão diferente, singular, isolado e pessoal, o
outro plural, abrangente, e social, estão interligados por normas intrínsecas,
que afloram à vista do observador atento.
O fenômeno que tentarei demonstrar aqui não é só psicológico como
principalmente antropológico, por isto
molda a história do mundo. Este fenômeno que se observa em todos os grupos sociais
é a exclusão, expurgo de um elemento “fraco” dentro do sistema social para em muitos
casos o aniquilar. Há a projeção neste elemento de todo um espectro negativo do
agressor, sendo a eliminação deste alvo teoricamente a solução para os problemas
do sistema, daí decorre a analogia com o bode expiatório bíblico. Nesta tensão
para destruir o alvo, ou nesta pulsão podemos observar três fases de um mesmo ato, a saber: (1)discriminar, (2)segregar e (3)exterminar. Nem sempre uma fase leva a outra, às vezes ficasse só numa estacionado,
por diversos motivos. Nem sempre o discriminar leva ao segregar, mas em muitos
casos levou. Como também nem sempre o segregar leva ao aniquilar, mas, em
muitos casos levou. A operação de
execução do bode expiatório começa por identificar para separar, depois separar para isolar, e então isolar para eliminar. Encare as três etapas
como se fosse apenas uma ação num crescendo, cada etapa tendo em si o germe da
outra. Robert Greene em seu livro que fala sobre o poder afirma que:
“O
uso de bodes expiatórios é tão antigo quanto a própria civilização, e podemos
encontrar exemplos em culturas do mundo inteiro. A idéia principal por trás
destes sacrifícios é passar a culpa e o pecado para uma figura externa —
objeto, animal ou homem —, que depois é banida ou destruída. Os hebreus
costumavam pegar um bode vivo (daí o termo bode expiatório) sobre cuja cabeça o
sacerdote colocava ambas as mãos enquanto confessava os pecados dos Filhos de
Israel. Depois de transferidos esses pecados para o animal, ele era levado para
o deserto e lá ficava abandonado. No caso dos atenienses e dos astecas, o bode
expiatório era humano, quase sempre uma pessoa alimentada e criada com este
objetivo. Visto se considerar que a fome e as pragas eram castigos impostos
pelos deuses aos humanos por seus maus atos, o povo sofria não só com a fome e
as pragas, mas com a culpa também. Eles se livravam desse sentimento de culpa
transferindo-o para uma pessoa inocente, cuja morte tinha intenção de
Satisfazer os poderes divinos e banir o mal entre eles” .
outro escritor
diz:
"Os atenienses mantinham regularmente uma quantidade de seres
degradados e inúteis, e quando acontecia uma praga, enchente, ou escassez de
alimento estes bodes eram levados e depois sacrificados, muitos eram apredejados
do lado de fora da cidade" (The
Golden Bough, sir James George Frazer – 1854-1941)
Segundo o autor do livro: "Sexo, Desvio e Danação, as Minorias na Idade Média" a expressão usada em nossa época: “caça as bruxas”, significa a busca de bodes
expiatórios; o encurralamento de pessoas inocentes para sua destruição
posterior, num esforço para erradicar alguma conspiração imaginada (illuminatti,
comunista, fundamentalista e etc). No contexto da Idade Medieval, muito religioso, e "ultramaniqueista", com uma forte cresça no sobrenatural, os bruxos foram
considerados servos do diabo na Europa Ocidental. Diz o autor, que segundo os
medievais "fundamentalistas", os bruxos tinham poderes especiais e realizavam
coisas chocantes, como, por exemplo, fazerem parte de uma conspiração satânica de
âmbito mundial visando minar o cristianismo. A mesma acusação que faziam aos
judeus e mouros. A Bruxaria satânica era assim a imagem reflectida inversa e
abrangente do cristianismo, uma fé alternativa. Satanás e seus demônios eram a
contra-partida de Deus e os anjos. Os bruxos se tornaram o bode perfeito para a
catarse das frustrações em épocas de escassez, pestes e guerras. No mesmo livro
diz ele que as pessoas acometidas de lepra ficavam também na mesma situação dos
judeus, prostitutas e hereges. Em alguns lugares esperava-se que eles vestissem
branco, em outras que usassem uma peça de material vermelho em suas vestes. Na
França eles deviam usar cinza ou preto, com a letra L bordada na roupa. Mas, ainda mais significativo e universal que suas roupas era o sinal, o guizo, sino
ou trompa através do qual se exigia que anunciassem sua aproximação. Tudo isto
simbolizava o fato de o leproso ser membro de uma minoria distinta, uma pessoa a
parte. Também houveram surtos de paranóias envolvendo os leprosos, em que eles numa
conspiração planejavam envenenar ou mesmo que chegaram a envenenar poços por
toda a cristandade, e matar pessoas saudáveis, ou transforma-las em leprosos.
Os judeus estavam envolvidos. E toda a conspiração estava sendo apoiada pelo
rei mulçumano de Granada, e o sultão da Babilônia. Ainda segundo o autor deste livro, na Idade
medieval as minorias foram perseguidas por dois motivos principais: religiosos
e sexuais. Naquela situação qualquer religiosidade alternativa ou praticas
sexuais divergentes da ortodoxia eram fortemente censuradas e punidas. O autor
destaca na obra seis minorias: Os hereges , os bruxos e os Judeus (dissidência
religiosa), as prostitutas, os homossexuais e os leprosos (acusados de delitos
sexuais). Os judeus foram duramente estigmatizados e segregados, e
exterminados. Os hereges por suas "doutrinas revolucionarias" foram considerados
perigosos, por isso foram perseguidos e mortos, mas não sem antes sofrerem
torturas atrozes. São Tomas de Aquino dizia que os hereges “por seus pecados merecem não apenas ser separados da igreja pela excomunhão, mas também do mundo
pela morte”. Os bruxos não tiveram tratamento melhor. As prostitutas apesar de
serem relativamente aceitas por serem consideradas um “mal menor”, mesmo assim
foram marcadas (cordão vermelho) e segregadas em locais específicos, nas zonas
de baixo meretrício. Os leprosos apesar de não suscitarem tanto ódio, mesmo
assim eram portadores de uma carga de estigma e apartados da vida social e
obrigados a portar, como outras minorias, sinais distintivos para serem
identificados. Sendo o aparato roupas, chapéus ou sinos. Os homossexuais quando descobertos
eram penalizados.
O Psiquiatra M. Scott Peck, em seu
livro, “The People of The Lie”, escreveu que o uso de bodes expiatórios está
relacionado à origem da maldade humana, o uso de bodes expiatórios funciona
através de um mecanismo que os psiquiatras chamam de projeção. Segundo ele as
pessoas projetam o mal no mundo exterior. Quando você projeta todos os seus problemas
nos outros os transforma em “pessoas más”. Qual é a solução mais extrema?
Persegui-los e mata-los, é claro.
TOMO II
“Jogue pela porta os preconceitos e eles retornarão pela janela”
- Frederico, o Grande, rei da Prúsia.
Dentro de um sistema social as "partes inferiores" tentam desesperadamente
conseguir atingir o patamar da classe superior. Isto é válido em sentido
socioeconômico quando os pobres tentam imitar a classe média, estes aos ricos,
os ricos aos milionários (a elite dominante) ao passo que esta elite
tenta imitar no vestir e se comportar a elite do país metrópole. Vemos assim um
esforço ascendente para atingir um padrão ideal, e aqueles na escala
hierárquica vão sempre buscando galgar um nível mais elevado. Isto até que não seria de todo mal, se não
fosse o outro lado da moeda . Não apenas
isto, não sendo o movimento somente ascendente em busca do topo, num
nivelamento por cima, mas cada segmento da sociedade despreza e procura se
distanciar o mais possível daquela camada que está imediatamente abaixo da
sua. Sendo que neste processo a pessoa
ou o grupo se enxerga com os valores e a visão de mundo da classe
superior. Este sentimento de desprezar o
abaixo ou o igual, vendo aos outros ou a si mesmo com a visão do que esta em
escalão acima seria como uma síndrome de Estocolmo em que a vítima seqüestrada se apaixona pelo
seqüestrador, o oprimido que ser igual o opressor, busca uma identificação com o agressor, como ocorre com vítimas de abusos infantis,
que quando crescem revivem estes abusos, só que desta vez eles se colocam no
papel ativo, agredindo crianças inocentes em imitação àqueles que consideravam
poderosos. A camada inferior imita por tudo a superior.
Albert Meme escreveu que:
“O fenômeno é comparável a
necrofobia do negro, ou o anti-semitismo do judeu. Existem negras que
desesperadamente procuram alisar os seus cabelos, os quais, porém, voltam
sempre a encrespar-se novamente; de igual forma, acabam prejudicando a sua
pele, no intuito de branqueá-la um pouco mais. Muitos judeus de forma
semelhante se arrancariam a alma, caso o conseguissem, essa alma da qual é
dito, ser irremediavelmente maldosa. Ao colonizado tem-se declarado sua música
ser semelhante ao miado, miado de gato, e a sua pintura uma espécie de melado
açucarado, e ele até repete que sua música é realmente vulgar, e a sua pintura
repulsiva. Mas se não obstante, essa música mesmo assim ainda o comove e o
emociona mais que as sutis obras ocidentais, que ele acha frias e complicadas,
e, se esses conjuntos de cores gorjeantes e ligeiramente ébrias mesmo assim
alegram os seus olhos, então certamente o fazem a contragosto. Ele se indigna
consigo mesmo, se retrai aos olhares dos estrangeiros, ou afirma tão
veementemente o repúdio pelas suas próprias obras, que chega a tornar-se cômico
inclusive... As mulheres da Burguesia do lado colonizado preferem bijuterias
medíocres de proveniência européia, em detrimento das mais finas jóias
provenientes de tradição própria... Enfim, um como o outro, o negro, o judeu e
o colonizado, todos eles procuram assemelhar-se sempre aos colonizadores, ou
seja: ser não-negro, não-judeu e colonizador. De maneira semelhante como
pessoas evitam seus pais pobres, assim também o colonizado, pelo mal decorrente
da assimilação, procura esconder as suas raízes, que se tornaram vazias”
Sobre isto podemos dar os "belos exemplos" do Capitão do Mato (negro) e o Kapo (judeu).
Quando
acontece o uso do mecanismo do bode expiatório podemos verificar três fases:
1ª - DISCRIMINAR
2ª - SEGREGAR
3ª - ANIQUILAR
TOMO III
DISCRIMINAR
DISCRIMINAR. V.T. Destrinçar, discernir, separar, diferençar.
DISCRIMINAR. V.T. diferençar, distinguir, discerni. 2. separar
DISCRIMINAR.V.T. (Do latim. Discriminare.) separar / distinguir/ diferença.
No passado em alguns grupos sociais algumas pessoas tiveram que usar roupas diferenciadas ou símbolos para serem identificados no meio da multidão. Na antiguidade muitas prostitutas eram
marcadas na testa, para identificação. Mesmo os ladrões e outros criminosos recebiam
tatuagens. Em inúmeros casos esta discriminação visava
destacar o comportamento daquele que o praticava para coibi-lo ou eliminá-lo.
Quem recebia o sinal recebia também a afronta e a infâmia, o desprezo e depois
o degredo. Interessante o fato de que em 2001, a milícia fanática do Taliban,
que controlava quase todo o Afeganistão tinham editado uma Fatwa (lei
religiosa) que obrigava os fieis de outras religiões a usar uma marca
identificadora para que estes sejam diferenciados da maioria muçulmana da
população. Incrivelmente uma macaqueação dos métodos dos nazistas e "inquisitoriais" da "Idade das Trevas", que compungiam os judeus a usar a roulet
(circulo) ou uma estrela-de-davi, para segrega-los do restante da população
alemã. Isto é um padrão recorrente na Historia humana. Algumas vezes em alguns locais quem pertencia a
minorias marginalizadas , tinha que usar distintivos discriminatórios.
Do exposto acima se pode depreender que este discriminar que falamos tanto é
uma ação negativa. É discriminada a diferença, não de forma neutra, mas exprime
uma relação de desigualdade. O estigmatizado vale menos que o agente
estigmatizante como asseverou GNILLAUMIN (1995): “A DIFERENÇA É O ESTADO
DEFINITIVO, IMUTÁVEL E ESSENCIAL DE QUEM ESTÁ EM POSIÇÃO MINORITÁRIA NUMA
RELAÇÃO QUALQUER”. "O discriminador ou racista
trata o outro ou a diferença como um excesso, algo exótico, irrepresentável,
qualquer coisa fora do lugar da história, da política”.- (GIROVX 1992). Para Memmi uma situação de racismo, (ou preconceito em geral) não
obstante, só começa com o resultado da interpretação da diferença. “Uma pessoa
só se torna racista pelo uso da diferença a fim de tirar proveito da
estigmatização” É a exclusão diferencial que motiva a
totalidade da superestrutura do discurso racista. “(...) O ódio racista não é
outra coisa, é o horror da diferença quando ela se torna a mesma coisa
(...)”(SIDONY- 1991) Ainda podemos decifrar todo o mistério do racismo (e da discriminação em geral) nestas
palavras profundamente reveladoras: “O racista é um homem que têm medo.
Precisa, então confortar e consolidar o seu eu individual e coletivo, quer
rejeitando o outro (...)”.
A pessoa que foi estigmatizada pela discriminação, aos olhos dos demais da
sociedade, teve os demais aspectos de sua personalidade obscurecidos e passados
para o segundo plano. A partir daquele momento, aquele individuo é visto com
suspeita, reservas. São adotadas atitudes hostis para com ele e é excluído das atividades sociais, e assim limitado em suas oportunidades de
trabalho e lazer, o individuo é levado para uma associação com outros que
apresentam desvio de conduta, e cada vez mais se compromete com essa associação
divergente.
Enfim o discriminar enxerga no outro algo que não pertence ao eu, algo deste
outro é anormal e por isso todo ele é anormal, e esse outro é visto como uma
ameaça ao eu, que para se manter precisa combater esta ameaça. Aí é que começam
os problemas... Na dinâmica do mundo real, DISCRIMINAR é RECRIMINAR.
Assim perscrutando desde as camadas mais antigas dos fósseis da
discriminação chegamos ao discriminar como ato de marcar para isolar.
TOMO IV
O MOCORONGO
|
desconte no mais fraco |
Catarse- S. F. Purificação; purgação 2. (méd) Evacuação. 3.(Psc.) Método de
tratamento que visa eliminar certos sintomas por meio da exteriorização, pelo
paciente, de traumas recalcados.
|
Tudo é culpa minha! |
"E Arão têm de por ambas as mãos sobre a cabeça do bode vivo e
confessar sobre ele todos os erros dos filhos de Israel e todas as suas
revoltas em todos os seus pecados, e têm de pô-las sobre a cabeça do bode e tem
de enviá-lo ao ermo pela mão de um homem preparado. E o bode têm de levar sobre
si todos os erros deles a uma terra desértica, e ele tem de enviar o bode ao
ermo." Bíblia Judaico-Cristã, livro de Levítico capitulo 16, versículos
21e 22.
Cresci numa cidade de pequeno porte no centro do Brasil, a vida social
quando menino era intensa, o grupo que convivi na vizinhança de casa era muito
grande, como um pequeno exército de curumins. Os folguedos ao ar livro, as
pescarias, as "passarinhadas" as brincadeiras eram freqüentes, e o que não
faltava eram companhias, mas me lembro nitidamente que no meio de toda aquela
diversão e companheirismo havia uma coisa estranha, uma força divisória, um
fenômeno que me intrigava. Enquanto todos na maioria queriam ser e ter amigos
sempre havia problemas, era inevitável. Estes problemas às vezes acarretavam brigas
e intrigas. Estas forças divisórias, que separava o grupo, que causava
desconexão me eram incompreensíveis, mas só agora muitos anos depois vim a ter
uma definição mais ou menos clara, vejo os seus contornos melhor embora não
totalmente. Havia nosso grupo de amigos na vizinhança que fazia parte de outros
grupos do bairro, sendo que estes grupos às vezes eram rivais. Nosso grupo do
bairro era na grande maioria pacífica, embora muitos ao entrarem na
adolescência se enveredaram para a vida delinqüente e criminosa. Muitos não
completaram 20 anos. (...)Trago
estes fatos à lembrança não como nota biográfica, mas para demonstrar o
bairrismo, a luta pelo território tão indelével na nossa espécie.
Bem, nossa pequena turminha de meninos da vizinhança era pacata, gostava de
brincar, se divertir não brigar, mas, mesmo naquele relativo paraíso de
quietude que às vezes era irrompido por rivalidades, havia um fenômeno que me
intrigava e que observei ocorrer por toda a minha vida, sendo que algumas vezes fui também vítima deste fenômeno, mas sempre procurei minimizar a hostilidade para
com outros que se tornavam vítimas dele. Dentro do grupo, inconscientemente para
todos os demais, um dos elementos do grupo era escolhido por suas deficiências,
ou suas fraquezas ou suas dificuldades pessoais, sendo estas físicas,
emocionais ou mentais, e passava a ser alvo de zombaria e escárnios, este era o
“capro espiatorio” da turma, que desafogavam suas frustrações pessoais sobre o
infeliz vitimado, era o bobo da turma, o mocorongo com é conhecido nas
instituições militares. As gozações freqüentes alvejando este elemento fraco do
microssistema formado pelo grupo de amigos me intrigavam e me perguntava vez
após vez se aquilo era necessário. Por que ao invéz de o massacrarem
emocionalmente não o ajudavam, me indagava. Felizmente o “boi de piranha” só
tinha que suportar o achincalhamento e levar as coisas na esportiva, e se
juntar aos outros “avacalhando” quando outro bobo da corte fosse eleito pela
turma. E se tivesse maturidade emocional suficiente superaria esta fase e se
tornaria um adulto equilibrado.
Curioso é que eu me sentia deslocado por não ter este sentimento de punir
outro pelos meus problemas. Das vezes que isso aconteceu a outra pessoa
realmente tinha culpa. Será que tinha mesmo?
Infelizmente este pequeno fenômeno observado por mim não estaria restrito a vida infantil e
adolescente, mas acompanharia a vida adulta, e não só grupo de petizadas, mas
povos e nações, sendo que no caso destes últimos as piadas não teriam a mínima
graça, nem inocência, nem serem de forma alguma inócuas. Na história da
humanidade muitos, mas muitos mocorongos foram estigmatizados, banidos,
exilados, e eliminados. Justamente por esse motivo eu percebi a lógica no meio
da loucura e sempre evitei apelidar, e dar termos rotulares aos estigmatizados,
pois se discriminar é a primeira fase do taigetizamento (sacrifício ritual do bode) rótulos e
apelidos são a primeira fase do discriminar. Por isso mesmo temos que parar a
agressão na fase verbal seja escrita ou oral, o linguajar deve ser "politicamente correto".(Que me perdoe O. de C.).
Quando estava no exército havia dois colegas de farda que faziam as coisas
erradas, como marchar com a perna esquerda enquanto todos os outros levantavam
a direita, todos avançarem numa direção e só ele para outra. Todos pararem ao
mesmo tempo e ele continuar ainda uns três passos.(obs: não era eu hein!). Estes
eram alvejados pela critica de forma insistente que às vezes eles revidavam
fisicamente.
Na sala de aula, quem se não lembra do valentão da escola? E quem é que ele
sempre provocava? O tímido, o desenturmado, o impopular, o CDF, o nerd. Isto
tem até um nome, é Bullying... “O termo Bullying, não existe na língua
portuguesa. Ele significa formas de agressões intencionais repetidas por
estudantes, que causam angústia ou humilhação a outro. Compreende, pois, todas
as formas de atitudes agressivas, intencionais e repetidas, que ocorrem sem
motivações evidentes, adotadas por um ou mais estudantes contra outro(s),
causando dor e angústia, e executadas dentro de uma relação desigual de poder.
O Bullying se encontra presente, possivelmente, em variadíssimas situações,
tais como, colocar apelidos (estigmatizar), ofender, zoar, gozar,
sacanear, humilhar, discriminar, excluir (segregar), isolar, ignorar,
intimidar, perseguir, assediar, aterrorizar, amedrontar, tiranizar, dominar,
agredir (um porcentagem passa para o exterminar), bater, chutar, empurrar, ferir,
roubar, quebrar pertences, etc”. “A vítima, por outro lado, costuma ser a
pessoa mais frágil, com algum traço ligeiramente destoante do modelinho
culturalmente imposto ao grupo etário em questão, traço este que pode ser
físico (uso de óculos, alguma deficiência, não ser tão bonitinho...) ou
emocional, como é o caso da timidez, do retraimento...”. “Vítima costuma ser
uma pessoa que não dispõe de habilidades físicas e emocionais para reagir, tem
um forte sentimento de insegurança e um retraimento social suficiente para
impedí-la de solicitar ajuda. Normalmente é uma pessoa retraída e com
dificuldades para novas amizades ou para se adequar ao grupo. A vítima é
freqüentemente ameaçada, intimidada, isolada, ofendida, discriminada, agredida,
recebe apelidos e provocações, tem os objetos pessoais furtados ou quebrados.
No ambiente familiar a vítima apresenta sinais de evitação, medo ou receio de
ir para escola, mas, não obstante, como dissemos, não procura ajuda dos
familiares, professores ou funcionários da escola.” “Tudo isso acaba fazendo
com que a vítima troque de escola freqüentemente, ou pior, que abandone os
estudos. Nos casos mais graves a vítima contumaz acaba desenvolvendo uma severa
depressão, podendo chegar a tentar ou cometer o suicídio. ” (Psiqueweb).
Especialistas afirmam que o Bullying está na gênese de muitos dos
assassinatos em massa, como os que aconteceram em Columbine e aquele do coreano alucinado. Presumo que nestes casos o autor se identifica com o bode, com aparte fraca, e tenta se vingar no sistema, na parte forte. Ele inverte a seta.
A desgraça é que ele acaba se tornando um algoz de inocentes, de pobres
crianças, professores, que nada tem haver com o peixe. Muitos nestes casos
pagam por uma minoria de idiotas (os que causam bullying).
Isto também acontece no emprego (onde o novato é o alvo), onde se estabelece uma perseguição
freqüente, repetida e sistemática (mobbing).
Somente dentro da família e nos laços consangüíneos e que vejo esta força ser
minimizada, muitas vezes anulada.
...
Mas ficou gravado o seguinte:
“DENTRO DE UM SISTEMA SOCIAL AS FORÇAS CONTIDAS FAZEM OS DEMAIS ELEMENTOS DO
SISTEMA, DITO FORTES, SE VOLTAREM PARA A PARTE DO SISTEMA DITO FRACA, A PARTE
VULNERÁVEL E PROCURAR DIMINUIR ESTA PARTE OU ELIMINÁ-LA”.
Muitos experimentos
demonstraram que os indivíduos frustrados deslocam a agressão para grupos
minoritários, pois estes têm menos probabilidade de se vingarem da agressão.
Este alvo na sociedade em geral que é vítima de agressão psicológica e até
mesmo física, por diversos motivos geralmente são os negros, os enjeitados, os
índios, os destituídos, os judeus, os marginalizados, os ciganos as mulheres,
os retirantes, os homossexuais, os bóias-frias, os garimpeiros, os
bêbados, os peões, os mendigos, os roceiros, os juquireiros, os serventes de
pedreiro, os picolezeiros, os analfabetos, os drogados, os aidéticos, os doidos
“de todos os gêneros” os indigentes, os inaptos, os doentes, idosos, crianças,
o vendedor de panelada, espetinho, saladeiro, catador de papel, de lata, o
menino que vigia os carros, os favelados, e etc.
Lê-mos no livro "Aspectos cognitivos do Preconceito" : "que
imputar os erros pessoais e dificuldades a outrem, um concorrente, um vizinho,
uma minoria interna ou uma nação, um instituição, permite-nos suportar melhor
uma situação penosa. Atribuir os nossos insucessos privativos ou públicos,
desportivos ou profissionais à deslealdade do adversário desculpa as nossas
próprias carências...Em face desse panorama o outro é constituído, reinventado,
segundo as necessidades do actor racista. E como se viu, se por um lado o outro
é rejeitado, também cumpre uma função importante ao constituir-se como bode
expiatório dos males e inseguranças do actor racista."
O sociólogo e ensaísta Robert Kurtz, autor de “O colapso da civilização”
(Ed. Paz e Terra) afirma que esta tendência em procurar culpados por nossas
desavenças com a vida faz a sociedade criar figuras arquétipas para serem
punidas. Em nossa época segundo ele, houve a figura fantasmagórica do
especulador responsável pela crise financeira, o terrorista como uma ameaça
difusa a civilização, e mais recentemente a figura do pedófilo, rondando seres
impúberes e formando redes na internet, aliciando, contrabandeando e
sacrificando os pequenos em rituais satânicos. Embora estas figuras realmente
existam e atuem no mundo, o imaginário os faz crescer em importância e os fazem
ser a culpa pelos males do mundo. O pior é quando a agressividade se desloca de
seres imaginários, para inocentes minorias que são culpadas de tudo de maligno.
Quando você projeta o mal nos outros, você não mais os vê como pessoas, os
vê como coisas. Isto torna mais fácil para a consciência o crime de matar.
O Escritor René Girard diz que todas as sociedades têm suas estruturas
montadas sobre a matança de inocentes, culpados de todos os males universais
pela turba enfurecida que exige sangue para ser aplacada.
(...)
Por que está agressividade é lançada sobre o diferente, e principalmente
sobre o “mais fraco” é o que vamos tentar responder.
TOMO V
SEGREGAÇÃO
Segregar -v. t. Expelir, produzir (secreção): secretar. 2. Pôr de lado,
separar. P.3. Afastar-(se); isolar(-se) .
(...)
Infelizmente, é preciso que se diga, na história grupos
humanos foram encarados como sujeiras a serem limpas, e deram mais valor a
objetos que as vidas destas pessoas. O que se fez foi exatamente à inversão da
moralidade. Homens foram usados como animais de tração, de carga, como coisas,
posses e pior algumas vezes como patos de tiro ao alvo, germes a serem
saneados. Tivemos o regime de escravidão na antiguidade, entre os egípcios, os
hebreus, os romanos, e muitos povos, tivemos a escravidão negra nos séculos
seguintes, e temos a força de trabalho que em muitos casos foram abusivas no passado.
Embora "homem tenha dominado homem para seu prejuízo", existe um fenômeno pior
do que este. Este fenômeno é o Genocídio, ou a tentativa de destruir todo um
povo sob o argumento de ser inferior, infra-humano, como uma mancha, uma nódoa
que precisar ser limpa, o primeiro passo neste processo é a discriminação,
seguida pela segregação, o confinamento social das pessoas classificadas como
subumanas.
No livro Mein Campf, Adolf Hitler, culpa todos os
Judeus pelos infortúnios de seu povo, e a partir das diretrizes do partido
nacional-socialista é elaborado todo um plano estratégico de segregação e por
fim massacre dos judeus. Infelizmente, desgraçadamente, as primeiras vítimas do
nazismo foram os inaptos, doentes mulheres, idosos e crianças, (Adolf Hitler queria
criar um teórico reino que duraria mil anos, governado pelos super-homens, os
alemães arianos, um empecilho seriam minorias dentro da Alemanha e territórios
ocupados, o resultado foi uma industria de morte como nunca se registrará na
história, as baixas foram terríveis)
Com uma grande margem de probabilidade posso dizer que os motivos que
levaram a este fatídico episódio de nossa história permanece vivo, não só no
coração dos neonazistas, mas de todos, só esperando o bode expiatório para
descarregar seu ódio.
Durante os processos de abolição da escravatura nos estados Unidos da
América surgiu um grupo radical que foi impregnado por uma espécie de mácula pegajosa, a Ku
Klux Klan , que se pudesse expurgaria a América dos negros e outros. (A Klan
era uma organização de "extrema direita" racista fundada por brancos reacionários
em 1867, por ex-soldados do sul dos USA, que serviram na guerra contra a
abolição que queria impedir pessoas de cor e outros de terem sua cidadania
assegurada).
(...)
O preconceito é uma coisa antropológica, parece-me que o cérebro é
preconceituoso em si. Um bebê quando nasce não tem uma visão do universo
abrangente, uma visão como Einstein a tinha, da relatividade, da física
quântica. O bebê conhece seus pais, a casa, a rua, o bairro, a cidade, o
estado, o país..., sua mente vai se expandindo, e enquanto ele não conhecer e
aprender a gostar de partes cada vez maiores de universo, ele vai ter medo,
suspeita, até ódio(se for ensinado), do que for ainda incompreensível.
(...)
PRECONCEITO-Aversão àquilo que vai contra a minha maneira de ser, de pensar,
o medo do desconhecido. Considerar a existência de outra pessoa um incomodo, e
negar a esta pessoa o direito de existir é insano, mas isto foi feito, e não
poucas vezes. No ato preconceituoso existe uma recusa a conversar com o
estigmatizado, exponenciam-se suas características piores, minimizam-se ou
aniquilam-se as características boas, bloqueia-se de determinados ângulos e
formas os relacionamentos, manobra-se para que existam apenas determinadas
formas de relacionamentos específicos.
Este preconceito origina-se da busca de um bode expiatório, que por sua vez
é conseqüência da divisão do mundo entre o eu/nós do bem contra o ele/eles, o
outro, que é do mal, que tanto é ruim, como é responsável pelos nossos
problemas. Isto se chama maniqueísmo.
Como sempre o elemento estigmatizado, marcado como rejeito, descartável,
desumanizado, é o alvo do ódio destruidor. O índio Pataxó queimado em abril do
ano de 1997 em Brasília, (Antônio José Galdino). O Homossexual linchado pelos Skin Heads, e os dois garotos mortos numa estação de metro são exemplo disto.
Preconceito em ação.
Estes atos não são apenas manifestações de explosões emocionais abruptas,
mas são o resultado de uma atitude e expectativa, ou mesmo conceitos
predeterminados (pré-conceitos) sobre o alvo da hostilidade, poderíamos avançar
mais ainda e dizer que estes são precedidos por ideologias que pregam que as
minorias são um peso para os demais.Pensamentos estes que legitimam ações de destruição.
E não são só Grupos Neonazistas e extremistas que nutrem estas idéias. Em suas
formas mais brandas poderíamos citar do passado os escritores H. G. Wells e
George Bernard Shaw eugenistas que afirmavam que os comportamentos eram
hereditários e os criminosos e os degenerados deveriam ser esterilizados ou
castrados.
(...)
Segregar é por à parte aquela parcela da população que não atingem o ideal,
a parte estigmatizada. E como vimos, primeiro se marca (discriminação) se isola
(exclusão), depois... E conforme argumentou Izidoro Blikstein: “O nazismo não
morreu em 45 e ele deixou os seus prolongamentos, mesmo por que ele existiu- o
nazismo já existia antes do próprio nazismo e existiu durante...”
(...)
O sinônimo de segregado é excluído, socialmente ou de outras formas. No
ritual do bode expiatório, segregados são os que estão recanteados nos guetos,
prisões, favelas, apartados geograficamente da maioria, aguardando a próxima
etapa, que pode vir ou não, dependendo das condições históricas e políticas.
TOMO VI
O JUDEU
"Exterminaríamos definitivamente esse parasita da Europa. Lancetamos o
tumor judaico, como todos os outros. O mundo futuro nos ficará eternamente
agradecidos" - Adolf Hitler.
E disse-lhes: “Vós bem sabeis quão ilícito é para um judeu juntar-se ou
chegar-se a um homem de outra raça; contudo, Deus mostrou-me que eu não
chamasse nenhum homem de aviltado ou impuro”.(Atos 10:28).
Dentre todas as minorias que foram segregadas na história, o povo judeu
merece um capítulo à parte, por ter sido um dos mais demonizados na mente de
seus agressores. Segundo o livro sagrado dos judeus conhecido por nós como
velho testamento a primeira tentativa de genocídio contra eles se deu no Egito
antigo, onde um faraó ordenou que todas as crianças israelitas do sexo
masculino deveriam ser mortas ao nascer. Moisés, um dos nomes mais famosos na
história do povo hebreu, foi um sobrevivente desta tentativa de extermínio.
Ainda segundo a Bíblia os judeus foram feitos cativos no Império Babilônico,
tendo sua capital destruída.
No tempo de Éster houve nova tentativa de aniquilação, tendo a interferência
dela impedido tal ato.
"Ainda que no começo da Idade Média os judeus vivessem livremente entre os
cristãos, vestissem as mesmas roupas e falassem a mesma língua que os seus
vizinhos cristãos, eles eram potencialmente vulneráveis à perseguição e à busca
de bodes expiatórios. Pois continuavam a ser uma minoria racial e religiosa
distinta que se alimentavam com uma comida diferente, obedecendo a leis
diferentes, praticavam serviços religiosos distintos e educavam suas crianças
separadamente. Estavam intimamente associados tanto medicina quanto a “magia”,
duas praticas temíveis e suspeitas. Uma combinação de circunstancias que viria
a orientar o antagonismo contra eles e inaugurar uma longa, amarga e trágica
crônica nos anais do ódio humano”- (Jeffrey Richards, 1993).
Durante toda a Idade Média o povo judeu foi discriminado entre as nações
cristãs onde viviam. Podemos dizer que muito disse se deve ao fato de os Judeus
carregarem comunalmente a responsabilidade pela morte de Jesus Cristo, adorado
nos países da Cristandade. Se esquecendo os racistas que Jesus o fundador do
cristianismo também era Judeu, bem com os apóstolos Pedro, Paulo, João, etc.
Conta-se que Martinho Lutero disse que: "Suas sinagogas... deveriam ser
queimadas" "Suas casas deveriam ser demolidas e eles deveriam ser
amontoados sob um único teto ou num estábulo, (segregados) como ciganos, para
que eles entendam que não passam de prisioneiros miseráveis" "Seus
Talmuds e livros de orações deveriam lhes ser tomados" "Seus rabinos
deveriam ser proibidos de ensinar, sob pena de morte" "Os judeus
devem pagar por terem recusado Cristo e seu evangelho; não merecem a liberdade
e sim a servidão".
Na idade média, o bode símbolo de devassidão, era retratado como o animal
favorito do Diabo, e os judeus eram comumente representados montados sobre
bodes. Assim como o Diabo tinha um cheiro característico de enxofre e virago,
também os judeus, acreditava-se, emitiam um odor desagradável e característico (foetor
judaicus), em oposição aos santos e homens santos que emitiam o “odor de
santidade”. O foetor judaicus só podia ser removido através do batismo cristão.
Este foetor judaicus se assemelha muito a referencia tradicional preconceituosa
hodierna de que os negros são fedidos.
(...)
Outra comparação que podemos fazer aqui neste capitulo referente aos judeus
com os negros, é que igual aos judeus que foram associados a satã no medievo,
os negros até meados do século passado eram humilhados com a comparação que
faziam de que o demônio era negro. Na literatura de cordel no nordeste
brasileiro quando se retratava o Diabo a figura era a de um negro. Interessante
essa variação, pois a figura tradicional do diabo vermelho de chifres e rabo,
às vezes asas, é bem forte no imaginário católico.
Ainda no medievo os judeus foram associados à magia, bruxaria, feitiçaria e
como já falado ao Diabo, naquela época ultrafudamentalista, isto era um perigo
para eles. Seus rituais religiosos contribuíam para isto, pois a eles se
atribuía motivos místicos-esotericos, Foram acusados de tentarem envenenar a
população, e quando ocorria uma epidemia, eles eram os primeiros bodes
expiatórios e eram então penalizados.
Muitos foram queimados vivos na idade média, por motivos puramente
imaginários. No século XII foram acusados de assassinatos rituais,
principalmente de crianças. A partir do século XIII no esforço de identificar e
isolar os judeus, foram estabelecidas leis que proibiam casamentos mistos ou de
praticas sexuais inter-raciais. Acusavam os semitas de todas as formas de
devassidão sexual, incesto, orgias e outras variações, como homossexualismo.
Deste o começo do século XIII, os judeus eram obrigados a vestir roupas
distintivas de modo a evitar que se misturassem livremente com as pessoas
cristas. Tal imposição foi prescrita pelo conselho Lateranense de 1251 e
equiparou os judeus as prostitutas, aos mouros, aos leprosos e aos hereges
arrependidos. Richard diz que em 1500, depois de 400 anos de hostilidade e
violência crescentes, os judeus haviam sido eliminados de boa parte da Europa
ocidental. Eles foram completamente removidos da Inglaterra, Espanha e França.
Dado que a Alemanha e Itália ainda não estavam unificadas, os judeus
conseguiram se manter em algumas áreas: Veneza, Nápoles e nos Estados papais. O
Sacro império Romano nunca os baniu inteiramente, mas as comunidades judaicas
sofreram ali explosões regulares de hostilidade popular.
Desde a diáspora dos judeus (135 d.C.) uma secular discriminação se abateu
sobre eles. A História nos tem mostrado que desde a antiguidade passando por
todas as eras os judeus foram um grupo estigmatizado e segregado, durante a
Idade média os judeus já moravam em guetos (superpovoados e alguns com altas
mulharas) e eram obrigados a usar roupas que os distinguiam , ou mesmo
distintivos costurados nas roupas comuns, muitos foram torrados nas fogueiras,
morreram pela espada, nas cruzadas, que matavam os mouros no exterior e de
quebra se voltavam contra o semitas, com se os semitas fossem uma quinta coluna
dentro da cristandade. A Santa inquisição derramou, infelizmente, algum sangue hebreu.
No final da Idade Média, o grosso da população judaica da Europa havia sido
empurrado em direção ao Oriente, para se estabelecer principalmente na Polônia
e na Rússia. Não demorou muito e começaram os pogrons e as campanhas
anti-semitas, que culminou no que vamos mencionar infra.
A imagem do Judeu no inconsciente coletivo foi associada à de Judas (Judeu)
Iscariotes, que ardilosamente vendeu seu instrutor espiritual aos seus inimigos
por trinta moedas. Em diversas obras artísticas, fábulas, contos, e mais
recentemente filmes da época nazi o judeu foi visto como ganancioso, interesseiro,
capitalista. Assim todo uma minoria foi ESTIGMATIZADA como fonte
de tudo o que era má, iníquo, perverso, com planos até de dominar o mundo,
conforme se divulgou no fictício protocolo dos sábios de Sião.
Na Alemanha nazi criou-se o mito da DOLCHSTOSS (punhalada pelas costas), que
supostamente teria sido desferido pelos Judeus, socialistas e comunistas contra
o "invencível" exercito alemão, o REICHSWEHR.O judeu passou então a
ser encarado como UNTERMENSCH (subomem) ou Unmensch (não-homem).
Dizia-se pela década de 30: “Os judeus são nossa desgraça".
Desde o século XI os judeus eram segregados na Alemanha, sendo o clímax
atingido quando o Fuhrer executou sua Solução Final sobre os judeus. O Historiador
João Ribeiro Júnior perante este quadro afirma que: “O anti-semitismo nazista
deixa de ser um vulgar ódio ao judeu, para se transformar num maniqueísmo
religioso, onde o judeu deixa de ser pessoa para se transformar num protótipo
do Mal cósmico. Como disse Hitler: "...entre o nosso povo a personificação do
diabo, como sendo o símbolo de tudo o que é mau, assumia a aparência e a figura
do Judeu." (Main Kampf) "
Assim sendo criou-se um ressentimento sem razão do povo alemão contra o povo
judeu e segundo o filosofo nascido na antiga Prússia Friedrich Nietzsche o
ressentimento possui determinadas características, a saber:
O ressentimento nunca é difuso; dirige-se contra alguém, alguma coisa,
alguma entidade.
Há um contencioso entre o ressentido e o objeto do ressentimento. O ressentido
tem contas a ajustar.
O ressentido acredita que sua infelicidade resulta no erro de outra pessoa.
O ressentido atribui todos os erros ao outro e permanece agarrado a
acusações perpétuas. Ele não consegue aguardar em silêncio o momento de acertar
as contas.
Explode freqüentemente em amargas reprovações; Para se sentir um homem bom o
ressentido precisa acreditar que os outros são maus.
Não parece esta descrição acima com Hitler dando seus memoráveis discursos
atacando os judeus?
Esta discriminação abusiva foi institucionalizada, legalizada, sendo a
partir de 1935 criados leis para segregarem em todos os níveis os israelitas.
Sancionaram-se as leis de Nuremberg, que proibiam o casamento e o contato sexual
de alemães com judeus, o casamento de pessoas com transtornos mentais, doenças
contagiosas ou hereditárias. Para casar era preciso obter um certificado de
saúde. As leis foram ficando cada vais mais restritivas e rigorosas. Mas
infelizmente esta discriminação e segregação não ficaram só nisso.
Esta estigmatização gerou mortes. Houve os Progons na Rússia, e
discriminações e segregações em todo o mundo, sendo os Judeus confinados aos
Guetos, e vitimas de agressões e homicídios. Ora, quando havia alguma pressão
sobre um país que abrigava uma comunidade hebréia esta pressão repercutia nesta
comunidade. O povo judeu já era discriminado em volta de todo globo, já eram
segregados, a mira estava direcionada, o alvo travado, o próximo ato não
demoraria, e a História registrou o que ocorreu na Alemanha Nacional-Socialista
por volta do ano 1942. Um dos momentos mais tenebrosos da humanidade, deveras a
negação de toda a humanidade e civilidade que foi o Holocausto Judeu. O ódio em
operação. Dos 20 milhões de mortes na 2. Grande Guerra, 6
Milhões foram Judeus. Mais da metade do povo judeu da Europa, um terço do povo
judeu de todo o mundo. Vale também dizer que os judeus eram uma minoria
insignificante na época, um grão de poeira se comparado a todo o resto da
Alemanha, mas a propaganda Nazista inspirada por Paul Joseph Goebbels (ministro
de Hitler), satanizou e maximizou, hiperdimensionou a importância do povo de Moisés, assim ficou fácil para o Fuhrer realizar sua semitoectomia no organismo
“doente” da Germânia .
O bode sacrificial já tinha sido identificado no meio do aprisco (a discriminação)
depois foi amarrado (as leis e os guetos) e imolado, (isto ficou a cargo dos
esquadrões de fuzilamento, dos campos de concentração, das câmaras de gás.).
Jesus Cristo era Judeu... E Alemanha e Itália adoravam uma deidade semita
enquanto tinham políticas anti-semitas.
A revista eletrônica Varsóvia On-line, Neonazismo na internet nos revela
mais sobre o efeito da propaganda nazista em conexão com o holocausto: “De
certa maneira, o que os agentes de Goebbels fizeram não foi mais que traduzir
para uma linguagem com forte apelo popular IDÉIAS E CONCEITOS QUE JÁ ESTAVAM
ENRAIZADOS HÁ MUITO NA SOCIEDADE, não apenas na sociedade alemã, não apenas na
sociedade ocidental, MAS PRATICAMENTE EM TODO O MUNDO. Em suma ao apontar os
judeus como inimigos da espécie humana, os nacional-socialistas não fizeram
nada mais que DAR VAZÃO E DIRECIONAR UM SENTIMENTO HÁ MUITO PRESENTE ENTRE O
POVO EUROPEU....Desta maneira uma vez que o preconceito já existia não foi
difícil para o partido reavivá-lo e alça-lo a níveis jamais vistos. (...) que
os pontos principais dos ataques raciais, predominantes nas páginas analisadas,
fazem parte de toda a história da humanidade.
Desta maneira podemos concluir que o anti-semitismo não nasceu com WILHELM
MARR (1879) e sua liga anti-semita, mas precede em milhares de anos...
(...)
Um aparte final. A coisa foi tão feia para os judeus na segunda Grande
Guerra, que ficamos com a impressão de que eles foram a única minoria ou grupo
perseguido no domínio nazista. Mas juntos com este grupo que era realmente a
maioria nos campos, havia comunistas, homossexuais, ciganos, deficientes físicos,
doentes mentais, prisioneiros de guerra soviéticos, membros da elite
intelectual polonesa, grupos eslavos, ativistas políticos, testemunhas de
Jeová, sindicalistas e criminosos comuns.
(...)
Eu comecei a me interressar por este assunto que estou escrevendo neste
livreto no dia em que vi ainda criança uma foto de uma vala comum, cheia de
corpos. Aquilo para mim foi uma das imagens mais forte que já vi, eu
simplesmente tinha que saber porque tinham feito aquilo.
“Que eu nunca venha a olhar para um samaritano” – Talmude. –
TOMO VII
CRIANÇAS
Não podemos desperdiçar as nossas preciosas crianças. Nem mais uma, nem mais
um dia. (Nelson Mandela e Grace Machel)
Numa fria noite de 1993, oitos crianças dormiam na calçada da igreja da
Candelária no centro da cidade do Rio de Janeiro.. Nesta madrugada, dois carros pararam próximos e alguns
homens saíram atirando. 08 crianças foram executadas sem julgamento ou
apelação... De um lado havia militares, homens treinados, vividos, pais de
famílias com filhos talvez na idade dos que morreram, do outro lado meninos de
rua, "pivetes", "moleques", que teriam anteriormente
entrado em atrito com policiais militares. Este caso famoso até
internacionalmente, não foi o único. "Oferecer uma criança inocente como vítima
substituta era o ato supremo de propiciação, encarado provavelmente como
maneira de garantir o bem estar da família e da comunidade” Assim consta na "Enciclopédia da Religião" sobre o que acontecia na Cartago antiga. Estes dois
casos distantes no espaço e no tempo, por motivações diferentes, não escapam a
lei do mal de que um elemento mais fraco do sistema termina por ser aniquilado
para uma possível beneficiência do resto do sistema.
Um texto chinês do período Qu’in (200 ªC) estabelecia punições para
infanticidas, mas ressalvava que matar crianças deformadas não constituía
crime.
Existe aquele velho grito de emergência: "Mulheres e crianças
primeiro", isto é claro indicando que no caso de naufrágio os botes devem
ser lotados por mulheres e crianças prioritariamente. Honroso. Mas por onde esta mácula pegajosa do mecanismo do bode expiatório grudou, este grito de emergência indica o contrario, os
primeiros a serem aniquilados serão as mulheres e crianças, os mais
desnecessários, o peso morto, os inúteis. Como dos fracos as crianças são os
mais fracos, segundo nossa teoria eles serão inexoravelmente, inapelavelmente
em toda situação de extrema pressão, serão, geralmente umas das primeiras
vítimas.
Na Cartago mencionada acima uma característica marcante de sua religião
bisonha como já mencionado era o sacrifício de crianças. Diodoro da Sicília
relara que em 310 AC, durante um ataque a cidade, os cartagineses sacrificaram
mais de 200 crianças de origem nobre para apaziguar Baal Hamon. Em 1921
arqueólogos descobriram um lugar que veio a ser chamado de Tofete, por causa da
expressão bíblica usada em 2Reis 23:10 e Jeremias 7:31. As escavações revelaram
urnas colocadas em vários níveis. Elas continham restos carbonizados de animais
usados como sacrifícios substitutos e de crianças bem pequenas, enterradas sob
estelas com inscrições votivas. Calcula-se que o “Tofete” contenha os restos de
mais de 20.000 crianças, sacrificadas durante um período de 200 anos.
(...)
"Leis" biológicas constituem uma poderosa barreira protetora em volta dos
infantes, mas em situações de pressão extrema os mais fracos são vitimados,
pois o imperativo biológico recua frente às leis antropológicas e psicológicas.
(...)
TOMO VIII
MULHERES E IDOSOS
“Os selvagens da Terra do Fogo, durante as épocas de escassez, matam e
devoram as mulheres velhas - por aí vemos o valor que atribuem a seus animais,
pois nessas ocasiões eles não matam seus cães, mostrando a quem atribuem maior
valor” Darwin, Charles, 1809-1882 Origem das Espécies/Charles Darwin; tradução
Eugênio Amando-Belo Horizonte: Vila Rica, p.58.
(...)
Na Antiguidade de modo geral e entre os judeus, as mulheres eram vistas como
inferiores aos homens. O historiador Flavio Josefo relata que as mulheres
podiam dar graças desde que houvesse um homem presente, e que cem mulheres não
valeriam mais do que dois homens. A mulher não podia ler as escrituras na
sinagoga, mas um escravo homem, podia Certo rabino desconfiavam até que a
mulher tivesse alma. No medievo o homicídio de uma mulher pelo marido só era
punido se a vítima fosse do interesse do senhor feudal.
(...)
Segundo as ordenações Filipinas promulgadas pelo Reino de Portugal, o Estado
poderia decretar a pena de morte para a adultera e para o amante. Acho que não
preciso falar sobre a insana tese da Legitima defesa da honra, que era aplicada
no Brasil no século passado legitimando o uxoricídio.
(...)
"As palavras e atos de Deus são bem claros: as mulheres foram feitas
para ser esposas ou prostitutas" (Martinho Lutero, "Works 12.94”)
“A mulher é uma ferramenta de Satã e um caminho para o inferno" (São
Jerônimo)”.
"Abraçar uma mulher é como abraçar um saco de esterco" (São Odo de
Cluny, monge beneditino,
"É Eva, a tentadora, que devemos ver em toda mulher...Não consigo ver
que utilidade a mulher tem para o homem, tirando a função de ter filhos"
(Santo Agostinho de Hipona, pai da Igreja)
"Não sabes que és uma Eva? O castigo de Deus sobre teu sexo está vivo nesta
era. A culpa também necessariamente permanece viva. Tu és a porta do demônio;
és aquela que quebrou o selo da árvore proibida, a primeira desertora da lei
divina. És aquela que convenceu aquele a quem o diabo não conseguiu atacar.
Facilmente destruíste o homem, imagem de Deus. Por causa de tua deserção, o
Filho de Deus teve que morrer" (Tertuliano, pai da Igreja, que viveu no
norte da África no século III, em "De Culta Feminarum", 1.1)
"A mulher está em sujeição por causa das leis da natureza, mas é uma
escrava somente pelas leis da circunstância...A mulher está submetida ao homem
pela fraqueza de seu espírito e de seu corpo...é um ser incompleto, um tipo de
homem imperfeito [...] A mulher é defeituosa e bastarda, pois o princípio ativo
da semente masculina tende à produção de homens gerados à sua perfeita
semelhança. A geração de uma mulher resulta de defeitos no princípio
ativo" ( Tomás de Aquino, Summa Theologica, Q92, art. 1, Reply Obj. 1)
Santo Antonino, arcebispo de Florença no final do séc. XV, disse que as
"imundas regras" são simplesmente o espelho de uma "alma
imunda"
De S.Clemente de Alexandria sobre as mulheres: "A exata consciência de
sua própria natureza deve evocar sentimentos de vergonha" (Paedagogus II,
33, 2)
No século XII, Graciano, especialista em direito canônico, afirmou: "O
homem, mas não a mulher, é feito à imagem de Deus. Daí resulta claramente que
as mulheres devem estar submetidas a seus maridos e devem ser como
escravas"
Talmud: "A mulher é um vaso cheio de imundícies com sua boca cheia de
sangue e entretanto todos a desejam" (Shabbath 152)
"Quando nasce um
menino, todos se alegram mas quando nasce uma menina todos se entristecem"
(Niddah 31)
"As mulheres estejam caladas nas igrejas; porque lhes não é permitido
falar; mas estejam submissas como também ordena a lei. E se querem ser
instruídas sobre algum ponto, interroguem em casa os seus maridos, porque é
vergonhoso para uma mulher o falar na igreja" (1 Coríntios 14:34-35)
(...)
Outro grupo infelizmente também hostilizado são as pessoas idosas
Em uma aldeia no Japão Moto-Mura, se chegou a estabelecer uma idade máxima
(cerca de 70 anos) para a pessoa morrer. Atingido o limite, a pessoa tinha que
aguardar a morte na montanha Narayana como relatado no romance de Schichiro
Fukazawa (que presumo seja baseado na realidade) que deu origem ao filme “a Balada de Narayana”. Em algumas tribos de esquimós é esperado que os idosos se
afastem para morrer por serem considerados um peso. Novamente, nos campos de
concentração, o procedimento padrão era mandar os velhos, crianças e mulheres
para as câmaras de gás primeiro.
(...)
TOMO IX
OS HOMOSSEXUAIS.
“O preconceito é uma das doenças mais nojentas que a humanidade já
teve"- Luis Inácio Lula da Silva, ex-presidente do Brasil.
“Nos discursos e acção racista, o outro é, pela diferença que demonstra em
relação aos autores daqueles, discriminado, segregado e/ou excluído...” (O
lugar do outro nos discursos e ações racistas-Paulo Lopes).
Cadê o gay? Cadê o gay? Este grito ecoou dentro de uma sela prisional
durante o inicio de uma rebelião. Ao localizarem-no, este infeliz foi brutalmente
espancado e tomado como refém pelos companheiros de sela que na confusão e
desordem, voltaram a atenção para o elemento mais diferente e frágil do sistema
formado pelos presos. Acontece que a escolha deste componente não foi feita
durante a rebelião, pois na mente dos demais detentos o homossexual já estava
marcado, estigmatizado há muito tempo, inconscientemente ou não. O gay era o
anormal, o defeituoso na visão total do grupo. Este fenômeno acontece na visão
ética rígida (se faz sentido ética criminosa) para com os Parricidas
(assassinos dos pais), Duque 13 (Art 213) estupradores, X-9 (delatores)
"cagoetas". É o microssistema agindo para expurgar sua parte mais
defeituosa, neste caso dos criminosos, os mais repugnantes moralmente, ou no
caso do gay o divergente na preferência sexual e maneira de se comportar. Estes
elementos divergentes da maioria carcerária sabendo ou não já estão marcados,
só esperando a chispa que detone a agressão.
(...)
São Bernardino, no passado esbravejava que os “sodomitas”
deveriam ser afastados da sociedade “assim como o lixo é retirado das casas, de
modo a que não as infecte, os depravados devem ser afastados do comercio humano
pela prisão ou pela morte”, “o pecado tem que ser destruído pelo fogo e
extirpado da sociedade”, “ao fogo!” gritava para sua assembléia, “eles são
todos sodomitas! E vós estareis todos em pecado mortal se tentardes ajuda-los”
No século XV houve um dramático crescimento dos processos por sodomia em
Veneza. Em Veneza assim como em Florença os homossexuais se tornaram bodes
expiatórios para a peste e para o declínio populacional. Richards, no livro
sobre as minorias na Idade Media diz que a partir do século XII cresceu um
sentimento anti-homossexual, causado por dois fenômenos relacionados. Primeiro
havia uma xenofobia exacerbada pelas cruzadas. A propaganda anti-muçulmana ressaltava o predomínio da homossexualidade entre eles e destacava historias de
atrocidades homossexuais contra cristãos, crianças e clérigos, O forjado “Apelo
do Imperador Oriental” para ajudar a salvar a Terra Santa, que circulou no
Ocidente para angariar apoio para a Primeira Cruzada, ressaltava o seqüestro de
virgens cristãs e sodomização de meninos de todas as classes. Jacques de Vitry,
no seu livro Historia Oriental chegou a alegar que o profeta Maomé tinha
popularizado a sodomia entre seu povo. A sodomia também era associada com a
heresia. De novo, na era Hitlerista, durante a segunda Guerra mundial nos
campos de concentração havia prisioneiros condenados pelo “terrível” crime de
serem homossexuais. Presos, algemados, eram conduzidos aos campos da morte.
Portavam o "triangulo rosa", como identificação de seus delitos. Esta
ligação entre mentalidade nazista ou neonazista e homofobia não mudou. Para
exemplificar já no final deste século, precisamente no dia 06 de fevereiro de
2000 esta intolerância sexual fez com que dois Skinheads brasileiros Juliano
Filipini Sabino e José Nilson Pereira da Silva assassinarem brutalmente um
adestrador de cães Edson Neris da Silva, de 35 anos por que o mesmo era
homossexual. Os dois Skinheads pegaram 21 anos de prisão pelo delito. O fato se
deu quando Edson passeava de mãos dadas com o amigo Dario Pereira Netto, na
Praça da República, região central de São Paulo, onde acabou espancado até a
morte por cerca de trinta jovens da gangue Carecas do ABC . Da turma outros
dezesseis acusados também devem ir a julgamento. Silva e Sabino receberam a
pena por homicídio triplamente qualificado (meio cruel, motivo torpe e
impossibilidade de defesa) e formação de quadrilha. Foram absolvidos,
entretanto, da acusação de tentativa de homicídio contra Dario que conseguiu
escapar da fúria da gangue. (Fonte revista Veja de 21 de fevereiro de 2001)...
(...)
Até não muito tempo atrás os códigos
penais de vários paises continham leis que enquadravam os homossexuais na
categoria de criminosos ou pelo menos degenerados morais. Assim durante toda a
história houve sempre uma hostilidade, institucionalizada ou não, contra as
pessoas de orientação sexual divergente do esperado.
(...)
Na Alemanha de
Hitler os homossexuais condenados sob a lei do parágrafo 175, foram perseguidos
e mortos. De cerca de 50.000 homossexuais apresados uns 10.000 foram executados
nos campos de concentração.
(...)
TOMO X
DEFICIENTES
"Uma seleção muito rigorosa pela eliminação dos fracos de espírito ou
dos incapazes - noutros termos, dos resíduos da sociedade, resolveria a questão
e permitir-nos-ia desembaraçarmo-nos dos elementos indesejáveis que enchem os
nossos hospitais, as nossas prisões e os nossos asilos”.Madison Grandt,The
Passing of the great race , 1923 Nova Iorque.
Eu tinha um amigo que gostava de passar trotes nas atendentes da
brasiltelecom (102), ele dizia que adorava as vozes de veludo das telefonistas
e dizia coisas obscenas para elas, falava que 90 por cento desligava
automaticamente, mas havia algumas que prolongavam um pouco mais para
satisfação fetichista do meu amigo, daí eu falei para ele que estas mulheres
que trabalhavam na empresa eram quase todas deficientes físicas (pelo menos foi o que eu fiquei sabendo) , ele curioso ligou e
perguntou, uma atendente confirmou o que eu disse. Ele nunca mais ligou, a mera
menção de as atendentes serem deficientes acabou com o tesão dele, joguei areia
na farofa do meu colega...
Na nossa civilização utilitária, governada pela orientação racional dos meios e das fontes de energia,
onde cada elemento da sociedade funciona como componentes de uma engrenagem,
onde todos têm que contribuir, uma pessoa que nasce ou se torna incapacitada
para exercer seu papel como dente da engrenagem sistêmica se tornara alvo de
preconceito, desconfiança, será encarada como peso desnecessário, como um
estorvo, um empecilho, que atrapalha a vida dos outros. Muitos começarão a
raciocinar coisas estranhas com respeito a esses inválidos, incapazes, inúteis...
(...)
Philipps Azziz, no
livro Os médicos da morte cobaias aos milhões argumenta que " a idéia do
extermínio dos fracos ou dos associais tem sido a julgar pela literatura
mundial, um assunto dos mais florescentes, de Platão a Nietzsche...E o século
vinte não têm sido o menos pródigo a esse respeito."
(...)
Voltando
no tempo poderíamos citar as leis da XII tábuas, na Roma Antiga, que autorizava
os patriarcas a matar seus filhos defeituosos, por entender que tais pessoas
eram inúteis à guerra, devendo ser eliminadas.
(...)
“Resta-nos ainda o problema não resolvido das inúmeras minorias
(associais) e dos predispostos para o crime. Representam uma terrível carga
para a parte ainda normal (...) da população. Por que conservamos nós a vida
dessas criaturas inúteis e perniciosas? Por que não procede a sociedade de modo
mais econômico com os criminosos e alienados? (...) É evidente que não podemos
julgar os homens; no entanto a sociedade deve ser protegida dos elementos
perturbadores e perigosos (...) Como se pode fazer isso? Certamente não é
construindo cada vez mais maiores e mais confortáveis prisões, tal como a
verdadeira saúde não poderá ser favorecida por hospitais maiores e dirigidos
por especialistas cada vez melhores. Na Alemanha o governo tomou medidas
enérgicas contra o aumento das minorias, dos alienados e dos criminosos. A
situação ideal seria que...”. (...) cada individuo desse gênero fosse eliminado
quando se tivesse se mostrado perigoso (...).”
(...)
No livro Espaço Pessoal Coleção Ciências do Comportamento E.p.U. editora
pedagógica e universitária Ltda(...) o Autor Robert Sommer na página 120,
afirma: “é possível aprender muitas coisas em locais onde a sociedade conserva
aqueles que rejeita” e cita o psiquiatra David Vail: “A instituição para
doentes mentais apresenta em espelho da vida. Se podemos descobrir com se
pratica o mal nesse microcosmo, podemos saber com o mal é praticado no mundo
que o cerca. E se sabemos como, podemos saber o porquê. Mais importante ainda
se sabemos como o mal é praticado com relação ao espírito humano, podemos algum
dia descobrir como será possível eliminá-lo.” Ainda segundo ele: “Os pacientes
mais freqüentemente surrados era os fisicamente mais fracos e com
personalidades mais fracas”
(...)
Observe esta citação feita por R. Kehl “A campanha de eugenia no Brasil”.
(1931) APUD J. Freire Costa, História da Psiquiatria no Brasil. Rio. Editora
Campos, 1981: “Nunca foram tão numerosos como hoje os auxílios sentimentais e
econômicos que se prestam às enfermidades physicas e sociaes. Os próprios
Estados esforçam-se, aumentando as cargas contributivas para fazer viver e
triunphar... os degenerados phisicos, physhicos e os criminosos. Em toda parte
são criados e prosperam as associações destinados à conservação destes resíduos
humanos. Onde existem porém sociedades para proteger e alentar os elementos
mais úteis à humanidade? Conhecem-se algumas mas em reduzido número! Muitos dentre os fortes, os sadios, os inteligentes, os
honrados, dentre os que estão por si e por sua descendência, mais capacitados
para realizar progressos, não encontram apoio útil, devido aos erros sociais
que via de regra, os sacrificam à humanidade degenerada”
(...)
O Instituto de Biologia Racial da Universidade de Uppsala, na Suécia revelou
que esta instituição entre 1930 e 1996, tinha um programa de esterilização
baseado em teorias eugênicas e princípios de “higiene” social e racial. Para
preservar a “pureza da raça nórdica” foram esterilizados a pedido próprio ou
sem o seu consentimento, 230 mil pessoas, a maioria esmagadora, 99% mulheres.
Em nome do planejamento familiar e da coesão social, esse programa incidiu
sobre pessoas de “raça mista”, ciganos, laponios e demais minorias étnicas
socialmente marginalizados, e também sobre mulheres consideradas
“problemáticas” como mães solteiras ou em tratamento psiquiátrico ou de câncer.
(...)
Todo impulso anti-social é discriminatório, toda agressão está
carregada de desvalorização da vítima na mente do agressor, caso contrario ele
não agrediria. Quem agride já desominizou em sua mente a vítima, para ele o
outro realmente é sub-humano, uma não-pessoa...
(...)
Num livro de Robert Sommer há um trecho curioso, onde se
afirma que: “A utopia Americana depende da segregação espacial e, a cada passo,
inclui argumentos quanto aos direito da minoria, opostos ao desejo da maioria.
Não podemos discutir utopias sem os argumentos favoráveis e contrários a
segregação. Deve-se notar que o termo que tem um sentido literal de “colocado a
parte”, não indica se as pessoas procuram o isolamento ou se estes lhes é
imposto (capítulo 10, titulo utopia, pág. 181.) na página seguinte ele alerta
:É possível considerar essas anti-utopias como advertência de que a sociedade
está no caminho errado. Novamente ideias de desenvolvimento social, progresso,
avanço, tendo-se que para isto, discriminar, segregar e até mesmo exterminar.
TOMO XI
MONGOLÓIDES
“Mais uma vez como se deu em Hiroxima e Nagasaki (armas nucleares) na Coreia
e na China (armas bacteriológicas e Napalm), no Vietnã ( produtos tóxicos,
quimicos e Napalm) OS ASIÁTICOS SÃO O CAMPO DE EXPERIÊNCIA DOS EUA PARA
“APERFEIÇOAMENTO” DE SUAS ARMAS MAIS MODERNAS E SUAS AVANÇADAS TÁCTICAS DE
EXTERMÍNIO EM MASSA.”(Saburo Kugai falando sobre o Napalm e Supernapalm no
Tribunal Internacional de Crimes de Guerra.)
Lá pelos anos 70 assistia-se filmes de caubóis e índios (...) Os filmes de Faroeste emocionavam, torcia-mos pelos mocinhos, que no caso era o vaqueiro, ou o
xerife, ou similar. Tinha também a cavalaria com seus uniformes azuis. Tinha os
cara-pálida e os peles vermelhas O vilão geralmente era o índio, o outro. (...) mas não podemos deixar de notar a demonização que
se fazia do povo indigena, nestes filmes de "bang bang" os Apaches ou
Cheroquees, ou outro povo, atacavam as carruagens, roubavam os pertences,
raptavam as mocinhas. Sabemos hoje que a verdadeira história era outra. Que os
desapropriados de suas terras, que os exterminados e terem tido suas mulheres
violentadas foram sim os indígenas.
(...)
TOMO XII
OS POBRES E OS NORDESTINOS.
"O nordeste já é uma espécie de gueto, onde vivem hoje mais 30 milhões
de pessoas, praticamente inúteis para o resto do país. Se houvesse uma catástrofe
ou epidemia que matasse metade da população, provavelmente não sentiríamos a
mínima falta, porque essa parcela da população não trabalha para nenhum setor
industrial ou pouco contribui” -(Claus Magno Germer, Secretário da Agricultura
do Paraná, num boletim informativo- citado no Livro de Martiniano J. Silva,
Racismo à brasileira - Raízes Históricas.)
Esta declaração pode parecer estranha vindo de uma autoridade, ainda mais
nacional, do paìs da democracia racial, da terra da tolerância.
(...)
No mês de agosto do ano de 2004, 06 moradores de rua
(mendigos) foram mortos a pauladas, nas imediações da Praça da Sé em São Paulo,
suspeitasse que os crimes tenham sido praticados por um “grupo organizado”, que
tanto poderia ser um grupo de extermínio formado por militares como
possivelmente por um grupo neonazista de Skinheads.
(...)
O Cientista Social e economista inglês, THOMAS ROBERT MALTHUS (...) em 1798 disse que "a solução para o problema demográfico
seria obtida através da supressão de toda assistência do Estado aos pobres,
além da abstinência sexual."
(...)
TOMO XIII
OS NEGROS
"RACISMO-Sistema que afirma a superioridade racial de um grupo sobre
outros, pregando, em particular o confinamento dos inferiores numa parte do
país (segregação racial)” - Petit Larousse, Dicionário.
A essência do pensamento racista é que as raças são quase espécies, sem
ligação entre si. Muito se falou, se debateu, se lutou, se publicou, sobre este
tema polêmico. Os negros são um grupo extremamente discriminado, onde, quando e como sabemos. Se mais ou menos que outros grupos deixamos para os analistas
sociais. Nosso objetivo é descobrir o pôrque desta discriminação. Mas antes um
resumo: Já antes das grandes navegações tinha-se conhecimento de povos
estranhos que habitavam o desconhecido continente Africano, estes povos eram
meio homem meio animais, outros tinhas duas cabeças e outras deformações. Isto
é claro no imaginário do europeu. Na Ilíada e na Odisséia os etíopes (negros)
eram retratados negativamente, associados às idéias de relaxamento moral,
ociosidade e frivolidade. Na Bíblia, lê-se que Miriam e Arão reprovaram Moises
por causa de sua esposa etíope. O tempo avançou e se iniciou a escravatura, (ou
reiniciou) onde o negro era considerado infra-humano, que para se tornar humano
deveria ser civilizado, catequizado. Afirma-se que o trafico de escravos
atingiu por volta 20 milhões de africanos. A sua pele escura e seu modo de vida
em homeostase com a natureza, creio eu, foi o catalisador que detonou toda esta
injustiça, usado como braço sustentador de todo uma sistema econômico, e negro
sobreviveu. Ao ruir a escravatura o negro nem assim teve a liberdade, passou a
não ser aceito como trabalhador remunerado.
Com o tempo o Afroamericano e o Africano Nativo foram vítimas das piores
injustiças. Aqui no Brasil fomos o último país a abolir a escravatura.
Muitos explicavam e legitimavam a escravatura devido a passagem na Bíblia
onde Cam, um dos filhos de Noé, teria visto o seu pai nu, o que segundo a
terminologia Bíblica “ter visto a nudez de seu pai” equivaleria a Cam ter
encestado seu pai. Mas aconteça o que tenha acontecido, se tiver acontecido,
que se Cam e seu filho Canaã, eram filhos de Noé, então eles pertenciam a mesma
raça. Como de uma geração para outra, uma raça é criada e amaldiçoada?
(...)
Na África do Sul tivemos o Regime de Apartheid, (palavra do
holandês sul-africano que significa literalmente “separação”) que durou de 1948
a 1994 (46 anos) “paraíso dos racistas”, onde o racismo foi institucionalizado,
legalizado, e a maioria negra ficou sob severas restrições. Apenas depois de
muitos anos, em 1991, o governo da África do sul. Aboliu a lei que mantinha o
apartheid.
A escravatura negra durou 400 anos, e esse legado se tornou tão forte que
para nós, parece que esta escravidão foi a única da História, somente a dos
povos negros africanos. Igualmente pensamos que o holocausto foi só dos Judeus
(...)
Segundo Hans Von Henting, ocorreram 3.693 casos de linchamentos de negros
nos EUA (de 1889 a 1929).
(...)
A idéia por trás da segregação é que se deve isolar o que é ruim, vergonhoso
e temido pela sociedade. O termo raça apareceu na literatura científica em
1775, empregada pelo Alemão Johan Friedrich Blumenbach um dos fundadores da
Antropologia, baseados em conceitos inspirados na teoria evolucionista.
(...)
...a Klan intimidava também em menor escala brancos que ousavam se associar com
negros, além de Judeus, católicos, hispânicos e qualquer forasteiro que se
posicionasse de forma contraria aos interesses da aristocracia sulista.
(...)
As testemunhas de Jeová crêem que Deus ira destruir em breve os maus numa
guerra santa chamada Armagedon, logo posteriormente a essa guerra irá restaurar
um novo mundo perfeito, onde não haverá deficiência física, doenças, velhice ou
morte, todos terão vida eterna numa sociedade perfeita governada por Deus desde
os céus. Então certo dia conversando com umas Testemunhas de Jeová, uma disse
zombando da outra que no Novo Mundo, não haveria baixinhos como ela, pois isso
era uma imperfeição que seria corrigida por Deus, no paraíso. Outra testemunha,
não sei se falou serio ou não, disse que no paraíso, todos seriam brancos, pois
os morenos e negros foram queimados pelo sol, começando após o dilúvio
universal, e que antes do dilúvio o sol era mais fraco e não tinha negros, e
que Deus também iria corrigir esta “injustiça” no seu tempo devido. Na hora eu
não sabia se ria ou chorava!
(...)
Somente uma mente muito preconceituosa para
considerar o surgimento de outras raças, como decorrência e conseqüência
indireta do pecado original, onde, após o paraíso ser restabelecido, as pessoas
serão novamente, alvas, loiras, belas, e sem me esquecer, também altas!
Os
racistas tanto podem recorrer ao Darwinismo social quanto ao fundamentalismo
Bíblico para fundamentar suas teses protonazistas, deixando os contraditores sem
argumentos para se defenderem...
(...)
Recentes técnicas que reconstituem a projeção do rosto de pessoas mortas
demonstrou que o faraó mais famoso do Egito Antigo, Tutancâmon que morrerá aos
18 anos, tinha feições predominantemente negróide, pulverizando outro argumento
dos racistas, de que os negros nunca formaram uma civilização avançada, que só
viviam em tribos primitivas.
(...)
O senador Theodore G. Bilbo do Mississipe (um dos estados mais racistas que
já existiram no universo) disse gloriosamente em 1947:
“Se nossos prédios, nossas estradas, e nossas ferrovias fossem quebradas,
nós poderíamos reconstruí-los. Se nossas cidades fossem destruídas, de suas
ruínas nós ergueríamos novas e maiores. Mesmo se nossa força armada fosse
vencida, nós poderíamos gerar filhos que iriam restaurar nosso poder. Mas se o
sangue de nossa raça branca ficar corrompido e misturado com o sangue da
África, então a presente grandeza dos Estados Unidos da América seria destruída
e toda a esperança de civilização para um América negra seria tão impossível
como seria a redenção e a restauração do sangue do homem branco que foi
misturado com aquele negro”.
Para finalizar este pequeno capítulo deixamos as reflexões para o
naturalista Darwin, que visitou o Brasil escravista:
“No dia 19 de agosto, deixamos afinal a costa brasileira. Graças a Deus,
nunca mais terei de visitar um país escravista. [...] Perto do Rio de Janeiro
eu vivia ao lado de uma senhora idosa que mantinha em casa um instrumento para
esmagar os dedos de seus escravos homens. Hospedei-me em outra casa em que um
serviçal mulato era insultado, surrado e perseguido dia e noite com insistência
suficiente para quebrar o espírito do mais inferior dos animais. Vi um menino
pequeno, de seis ou sete anos, levar três chicotadas na cabeça nua (antes que
eu pudesse interferir) por me ter servido água num copo que não estava
perfeitamente limpo. Seu pai tremia ao mero encontro dos olhos de seu senhor.
[...] Aqueles que olham com brandura para o senhor de escravos e com o coração
frio para o próprio escravo, parece que nunca se colocam no lugar deste último;
que triste destino, sem qualquer esperança de alteração! Procure imaginar a
possibilidade sempre presente de ter sua mulher e seus filhos pequenos”. –”.
objetos a que a natureza faz mesmo o escravo se apegar – arrancados de sua
companhia e vendidos como animais a quem der o primeiro lance! E essas façanhas
são praticadas e toleradas por homens que afirmam amar o próximo como a si
mesmos, que crêem em Deus e rezam para que seja feita a Sua vontade sobre a
terra!" [Charles Darwin, A viagem do Beagle (1839)]
“A descoberta do clarinete por Mozart foi uma contribuição maior do que toda
a África nos deu até hoje” - Paulo Francis, jornalista.
TOMO XIV
PRISIONEIROS
“Só podem contar o que viram, Deus, a policia e os presos, eu ouvi apenas os
presos-“ Drauzio Varela- Livro Estação Carandiru - Filme Carandiru.
Estas palavras acima foram escritas no livro do médico Dráuzio Varela, que
conviveu por muitos anos junto com a população presidiária da Casa de Detenção
de São Paulo. Palco do famoso episódio em que a tropa de choque armada ao
conter uma rebelião matou 111 presos. Ninguém sabe qual foi a faísca que
detonou o extermínio. Será que entre as minorias segregadas poderíamos
mencionar um grupo que seja mais segregado do que os presos ? O sistema que
eles fazem/faziam, parte os considerou incapacitados para conviverem com os
demais membros do sistema. Diferentemente das outras minorias, o motivo da
discriminação e conseqüentemente segregação dos presos, na maior parte é por
motivos políticos (nas épocas totalitárias), legais-juridicos, mesmo éticos e
morais. Isto que dizer que na maioria das vezes, os encarcerados o são por
causa do seu comportamento. Em grande parte as outras minorias são perseguidas
pelo que são, os prisioneiros em grande parte pelo que fazem, é sua conduta que
os fazem alvo da segregação. Plenamente justificada. É claro que um grande
número da população carcerária é composto pelas demais minorias. Esta
segregação é uma exceção as outras. Neste caso a proteção dos elementos do
sistema exige o isolamento dos criminosos, pois se deixados livres, causariam
dano até não poder mais, matando, roubando, estuprando, etc. Precisam ser coibidos.
(...)
TOMO XV
DEMAIS MINORIAS
“Nenhum país ficaria isento dessa praga: o estrangeiro, o diferente, o
minoritário é detestado (...) o planeta parece ter entrado no tempo do ódio do
outro”.-GILES LAPOUGE. O Ódio é um velho conhecido da humanidade. O estado de
S. Paulo. São Paulo, 20 junho de 1993.
Ciganos - Até meados do século passado, ciganos eram vendidos como escravos
em alguns países dos Bálcãs, foram duramente perseguidos durante a "Inquisição" católica. Durante a 2ª Grande Guerra pelos menos de 600 mil à 1 MILHÃO de
ciganos foram eliminados pelos nazistas, hoje são perseguidos em vários países do ex-bloco soviético, são discriminados no emprego, a ponto de em algumas
áreas, o índice de desemprego entre eles chegar a 90 %. Rejeitadas nas escolas
comuns, crianças ciganas ficam sem estudo ou acabam em colégios para alunos
deficientes. Na Romênia são ciganas três de cada quatro crianças recolhidas aos
orfanatos. Por toda a Europa há medidas de segregação adotadas pelas
autoridades nas pequenas cidades. O País europeu com a maior população de
ciganos é a Romênia 2,5 milhões. No mundo todo são por volta de 10 milhões,
povo sem pátria que vive de forma nômade zanzando pela face da terra (...) Ao longo da história os ciganos, gitanos, zíngaros, foram (...) marginalizados e forçados a acampar
apenas na periferia dos povoados e proibidos de entrar até para comprar
suprimentos ou buscar água. Na Idade Média ouviam-se rumores de que os ciganos roubavam
crianças para fins antropofágicos(...) Os romãs eram obrigados por
lei a cozinhar ao ar livre. Isto porque qualquer um que desejasse podia
examinar o que havia em suas panelas. Essa verificação muitas vezes era feita
por se derramar no chão, o alimento do dia. Não é de admirar que alguns romãs
roubassem comida para sobreviver.
Mangrebinos -Na França, os imigrantes mangrebinos (vindos da Argélia, do
Marrocos e da Tunísia), cerca de 1,2 milhão de pessoas são tratados como
bandidos perigosos.
Albinos - (...)A NOAH
(Organização Nacional para Albinismo e Hipopigmentaçao Americana) através de
seu presidente Michael McGowan, declara que desde 1960, contabiliza-se 68
filmes onde albinos são representados como vilões resquícios de uma crença
antiga de que eram amaldiçoados (Exemplos: Matrix e o Código da Vinci) –Fonte,
revista Veja 14-06-2006.
CURDOS – 25 MILHÕES de Curdos vivem espalhados por 06 países sonhando com a
independência e sendo constantemente hostilizados.
TURCOMANOS - (...)
(...)
TOMO XVI
ESTÉTICA ARIANA
“Se existisse chapinha na Jovem guarda, vocês nunca teriam visto os meus
caracóis” - Roberto Carlos –Cantor.
Na Índia, terra de origem do termo ariano a sociedade é (era) dividida em muitas
castas, sendo que na hierarquia temos desde as castas mais altas, os Brahmas
até a base com os Sudras e abaixo já fora da pirâmide, os intocáveis. A castas mais altas Têm tradicionalmente a pele mais
clara que as castas inferiores, existem até lendas, sendo uma parecida com a de
Cinderela, em que no final a recompensa da heroína foi ter sua pele
embranquecida (...) o padrão de beleza conforme já mencionei é a derma clara, isso virou uma
obsessão indiana, esta característica é símbolo milenar de status social na
Ásia, do inicio do século para cá clinicas de estética que oferecem serviços de
clareamento de pele tornaram-se tão comuns como os salões de beleza nestas
terras brazucas. (...) aumentou em 65% a venda de produtos que clareiam a pele neste
período mencionado. Nota-se que até os homens são consumidores destes produtos.
Assim como a expressão “boa aparência” nos anúncios comerciais (no século passado) exigiam subtendidamente brancos para os empregos, lá, as agencias matrimoniais na
índia usam “pele clara” como um atributo de valor mais que positivo nos
anúncios. Na índia a cor da pele segue gradualmente o status social ou castas
que são milhares e multiplique por elas as subcastas. A antropóloga americana
Sarah Lamb, da Universidade, Brandeis, nos USA, especialista em cultura
hinduísta diz que “o padrão de beleza da industria cultural americana
influenciou as indianas” as atrizes mais invejadas na Índia são as de pele mais
pálidas. (...) José Eduardo Barella, articulista da revista Veja brinca que se as
coisas continuarem assim e com os produtos químicos sendo usado em larga escala
a Índia será um pais (...) do mundo, repleto de sósias de Michael
Jackson, que pesadelo!!
No passado os povos conquistadores impunham aos povos dominados,
suas leis, sua língua, pesados tributos, exigiam que muitas vezes adotassem
seus costumes e sua religião. Trazemos a herança de impérios conosco até hoje,
incluído a filosofia, técnicas, leis, língua e outras coisas, que
recebemos de nações que "invadiram" a nossa e outras.
(...)
... e o padrão estético, padrão de beleza. Este padrão seria o de pele clara, cabelos escorridos, olhos claros...
(...)
... conforme argumenta Carlos Rodrigues Brandão no
livro Identidade e Etnia construção da pessoa e resistência cultural, Editora
Brasiliense, falando sobre os índios em relação ao branco: “DE TANTO
SUBMETER-SE AO SISTEMA DE VALOR DO DOMINADOR O DOMINADO APRENDE A DEFINIR-SE
ATRAVÉS DELE...”
(...)
Na Bíblia há uma
pergunta assim: "Pode o leopardo mudar suas listras ou o Cuxita (etíope)
mudar sua cor?" Muitos séculos anos depois que esta palavras foram escritas
originalmente, veio a resposta: Sim, pode! MICHAEL JACKSON. De sua carreira precoce nos Jackson
Five, (anos 70) onde seu cabelo no estilo black Power combinava com seus traços
negróides e sua cor retinta, este cantor famoso dos Estados unidos
metarmofoseou-se em uma outra pessoa uma versão branca de si mesmo
(...)
... a industria de cosméticos mundial ganha somas astronômicas
em cima das mestiças, pardas e negras, principalmente da América Latina.
Compare os penteados das novelas dos anos 70, 80, 90 com os deste século XXI,
perceba que gradualmente os cabelos ondulados e encaracolados mesmos os das
atrizes brancas gradualmente terem saído de moda, dando lugar aos cabelos
lisos, até as apresentadoras de telejornais aderiram a esta moda do cabelo
liso, ou será que a seleção natural está em operação conduzindo a um tipo
característico de aspecto físico?
(...)
...o positivismo deu uma capa de
cientificidade ao anseio de brancura nacional, para se realizar este
branqueamento nacional foram abertos as portas para a imigração, alguns
afirmaram que em 2020 o Brasil seria totalmente branco.
(...)
... no Japão estudantes fazem
plástica nos olhos para os tornarem mais ocidentais...
(...)
Existe uma explicação biologia sobre essa preferência pela tez clara. A teoria
da NEOTENIA, afirma que os bebes geralmente são mais claros e os cabelos idem,
esta compulsão em clarear a pele e oxigenar os cabelos seria então um esforço
de parecer mais jovem, para atrair a atenção. Os bebes teriam então estas
características para que os adultos se sentissem enternecidos por eles e os
ajudasse nas suas necessidades, um imperativo evolutivo. Os adultos de nossa
espécie apercebidos disto procuraria imitar esta estética, só não entendo o que
isto tem haver com alguns quererem acabar com as outras estéticas num forno
crematório!
(...)
Os desenhos animados japoneses tem todos os olhos grandes e redondos, será
isto uma compensação para os olhos puxados?
Uma ultima história para fechar o capitulo. Na região onde fui criado quando
nascia um bebê, à noite no aconchego dos lençóis quentes a mãe ou parentes
próximos aqueciam os dedos polegar e indicador na chama da vela ou lamparina e
apertava o nariz da criança para ficar “afilado” queriam moldar a força o rosto
da criança no padrão ariano.
TOMO XVII
“Na meada incolor da vida corre o fio vermelho do crime, e o nosso dever
consiste em desenreda-lo”, isola-lo e expô-lo com toda a sua extensão” –
Sherlock Holmes, personagem de Artur Conan Doyle.
A sociedade é constituída em camadas que se subdividem, assim como na sociedade temos a cultura geral que é formada por várias subculturas.
(...)
As
pressões no sistema fazem com que este pressione também os subsistemas
imediatamente inferiores na hierarquia do sistema, a pressão percorre um circuito (...) em que conforme diz o ditado popular, a corda sempre quebra do lado
do mais fraco, ou seja, o elo mais frágil da corrente se quebrará. Os
componentes do sistema quando frustrados se voltam para algo, interno (...) tentam expurga esta parte.
Na sociedade
espartana, as crianças deficientes eram condenadas à morte ao nascerem, eram
jogadas do alto do monte Taígeto, pois se precisava de guerreiros fortes e
saudáveis e toda fragilidade era expurgada. Quase o mesmo aconteceu na "civilização" nazista da época de Hitler quando começou-se o processo de Eugênia, em que
deficientes físicos e mentais, bem como criminosos, homossexuais, ciganos,
objetores de consciência e outros foram sistematicamente eliminados. Hitler
apesar de ser fascinado com a Grécia e ter Atenas como fonte de inspiração,
buscou em Esparta o modelo para o III Reich. O mito da raça ariana pura, o pangermanismo, criou um modelo...
(...)
O fenômeno de se estigmatizar determinado grupo ou pessoa conforme já
mencionamos ocorre dentro do próprio sistema carcerário, é notório o fato de
estupradores, parricidas, infanticidas, serem brutalmente linchados dentro das
cadeias. Estes são os segregados dos segregados, os excluídos dos excluídos,
(...)
A
tendência de se escolher um bode expiatório e deste bode expiatório sempre
pertencer a uma minoria indefensável faz parte dos grupos humanos e dos homens
individualmente, lembre-se do trabalhador que foi demitido, ou está endividado,
que chega em casa embriagado e agride a esposa ou os filhos, abusando de sua
autoridade como chefe de família, ele descarrega sobre sua própria família, no
mecanismo de catarse (...)seus traumas, frustrações e
problemas existenciais, atribuindo aos seus (...) a origem de suas
contrariações e adversidades, o mesmo acontece com patrões com empregados,
muitos passando seus contratempos aos seus subalternos de forma injusta e
descomedida.
(...)
Alguém disse certa vez que “uma opressão suscita o desejo de oprimir no
oprimido” (...) sendo que o oprimido oprime aquele que esta logo
abaixo dele na escala hierárquica de poder.
(...)
... terem a tendência de formarem dentro de seu pequeno grupo um
modelo em miniatura do sistema maior de que fazem parte, sendo assim todo grupo
excluído terá dentro de si aqueles que também serão excluídos.
(...)
...ainda lembrando-nos dos pichados nas penitenciarias, que são escolhidos para
morrer, notamos que os presidiários os escolhem por seus crimes serem os mais
abomináveis na escala moral e então os detentos passam a desprezar e odiar os
mesmos, chegando a consumar a eliminação dos desafetos, não sem antes os ter
discriminado e segregado...
(...)
...o expurgo que a civilização têm feito de sua parte
deficiente e frágil, numa limpeza étnica, social, etc. não é algo que aparece
de vez em quando do nada mais está entranhado na espécie humana, cravado fundo
em sua raiz constitucional, sendo que a EUGÊNIA é apenas a intelectualização de
um desejo impulsivo.
(...)
O SER HUMANO TÊM NECESSIDADE DE
RESPONSABILIZAR, UM ALVO HUMANO POR TODOS OS SEUS PROBLEMAS, A ENERGIA CRIADA
PELA FRUSTRAÇÃO PRECISA DE UMA VÁLVULA DE ESCAPE QUE SERÁ, UMA SAÍDA MAIS
FÁCIL, UMA QUE NÃO PODERÁ REVIDAR, ASSIM COMO O RIO ESCOLHE O CAMILHO MAIS
FÁCIL, OU SEM OBSTÁCULOS, ESSE ALVO PRECISA SER PENALIZADO PELO DANO QUE
SUPOSTAMENTE CAUSOU AO AGRESSOR.
(...)
“Nestes tempos de globalização onde temos como pricipal problema o
econômico, apontou Gilles Lapouge acertadamente que : “Aí sem dúvida,
localizamos a raiz mais primitiva do racismo. Na origem, o comportamento de
exclusão tem sua fonte no medo do outro(...) A passagem ao racismo é
automática: passa-se a detestar este outro que nos causa temor. Ora o que
acontece em tempos de crise reproduz de maneira alucinada este espetáculo de
grupos primitivos que na floresta detestam tudo que não lhes pertence. O
emigrado, o outro, aquele que têm uma religião diferente, cujos cabelos são
crespos, aquele que não come batatas, aquele cuja pele é parda, passa
subitamente a ser visto, quando a luta pela vida torna-se mais dura, como
predador, o ladrão, aquele que vive em sua terra ou que invade seu solo, que
toma seu emprego, etc. “
(...)
TOMO VIII
VACINA CRISTÃ PARA A DOENÇA DO BODE EXPIATÓRIO
Portanto, a mulher samaritana disse-lhe: “Como é que tu, apesar de ser
judeu, me pedes de beber, quando eu sou mulher samaritana?” (Porque os judeus
não têm tratos com os samaritanos.)-João 4:9
"Os judeus copiam na Palestina a meleca germânica, e os pretos já
começam a bater no peito com demonstrações ostensivas de orgulho racial,
nostálgicos talvez do tempo em que, faraós no Egito, desciam o chicote no lombo
semita. É o troca-troca sangrento a que denominamos, higienicamente, História.
Entre vítimas de hoje e carrascos de amanhã, fico eu com o Apóstolo Paulo: “Todos pecaram e estão excluídos da Glória de Deus.”. O. de C. em O Futuro do Pensamento Brasileiro.
***
"QUASE TODAS AS COISAS SÃO PURIFICADAS COM SANGUE” -Hebreus 9:22
Lá pelo ano de 1978 um teólogo católico Raymund Schwager propôs uma teoria
chamada Teoria do Bode Expiatório. Segundo se diz, ele rejeitou o conceito de
que Deus iria “exigir olho por olho”, Ele encarava o sacrifício de Cristo como
um tipo de CATARSE (purificação) que permite que a sociedade humana dê vazão-e
daí se livre de suas inatas tendências violentas... O interessante é que várias passagens da Bíblia parecem confirmar esta
Teologia soteriologica expiatória, senão, vejamos: “Cristo nos livrou da
maldição da Lei por meio duma compra, por se tornar maldição em nosso lugar,
porque está escrito: “Maldito é todo aquele pendurado num madeiro”.(Gálatas
3:13) Aqui diz que ao ser pendurado na cruz, Jesus se tornou amaldiçoado
conforme a lei mosaica, amaldiçoado pelos nossos erros. Talvez sugerindo que ao
invez de projetarmos nossos erros em bodes inocentes, nas minorias, deveríamos
projetar nesta cena tétrica, e que os nossos erros e o mal que projetamos de
nós mesmos para o exterior, estaria morrendo ali, junto com o Messias.
(...)
... Cristo ali, se tornou o bode
sacrificial perfeito, como a própria Bíblia diz, vez após vez, e que a partir
daquele momento, este mecanismo deveria cessar, pois o amaldiçoado supremo pelos pecados do mundo seria o ungido nazareno, sem necessidade de mais culpados pelos nossos erros. Que fosse cessado toda transferência de culpa, que em todos os lugares e em todas as épocas todo bode expiatório fosse substituido por este sacrifício.
“Mas ele estava sendo transpassado pela nossa transgressão; estava sendo
esmigalhado pelos nossos erros. O castigo intencionado para a nossa paz estava
sobre ele, e por causa das suas feridas tem havido cura para nós”. (Isaías
53:5)
“Ele mesmo levou os nossos pecados no seu próprio corpo, no madeiro, a fim
de que acabássemos com os pecados e vivêssemos para a justiça. E “pelos seus
vergões fostes sarados”. (1 Pedro 2:24)
“Vai pelas
ruas estreitas e vielas e trazei para o meu banquete os coxos, os surdos, os
mudos”. (Evangelho de Mateus e Lucas)
(...)
O pensador Friedrich Nietzsche, no
seu “O Anticristo” afirma sobre o cristianismo que: “Não devemos enfeitar nem
embelezar o cristianismo, ele travou uma guerra de morte contra este tipo de
homem superior, anematizou todos os instintos mais profundos desse tipo,
destilou seus conceitos de mal e de maldade personificada a partir desses
instintos- o homem forte como um réprobo como ‘degradado entre o homens’. O cristianismo tomou o partido de tudo o que é fraco, baixo e fracassado, forjou
seu ideal, a partir da oposição a todos os instintos de preservação da vida
saudável; corrompeu até mesmo as faculdades daquelas naturezas intelectualmente
mais vigorosas ensinando que os valores intelectuais elevados são apenas
pecados, descaminhos, tentações. ...a compaixão contraria a inteiramente a lei
da evolução, que é a lei da seleção natural. Preserva tudo que está maduro para
perecer; luta em prol dos desterrados e condenados da vida; e mantendo vivos
malogrados de todos os tipos, dá a própria vida um aspecto sombrio e dúbio”.
“Mas essa violência funda-se, essencialmente, numa
ilusão. O sacrifício não tem, por si, o poder de gerar efeitos benéficos. Se
estes acabam por se produzir, é por intermédio da crença generalizada que
despeja os ódios sociais no inocente e aplaca uma sede de vingança irracional
que a sociedade atribui a um deus, mas que vem dela mesma. Esta crença, por sua
vez, vem do desejo mimético, que, se escolhe por objeto uma miragem, pode se
satisfazer igualmente com uma miragem de causa quando se trata de explicar a
origem dos males humanos. Assim fecha-se o sistema: o mimetismo causa a
insatisfação, a insatisfação causa os ódios, os ódios ameaçam a ordem social, a
ordem social se restaura mediante o sacrifício do inocente, que então vira mais
um deus no panteão do engano universal. O ciclo sacrificial só é rompido uma
única vez na História, com o advento do cristianismo. Cristo proclama a
inocência das vítimas, a inocuidade dos sacrifícios, a falsidade dos deuses
vingativos: "Todos os que vieram antes de Mim são ladrões." Ele
substitui a vingança social pelo arrependimento individual, restabelecendo o
nexo racional entre os atos e as conseqüências, antes nublado pela mitologia
sacrificial. Da desmistificação do sistema antigo nasce não somente a consciência
moral autônoma, mas a possibilidade do conhecimento objetivo da natureza:
Cristo inaugura a primeira civilização - a nossa - que sabe haver mais justiça
no perdão do que na vingança, mais verdade no nexo impessoal de causas e
efeitos do que na atribuição de um poder maligno àqueles que desejamos matar. "
TOMO FINAL
"Erradicar um preconceito é doloroso como extrair um nervo" PRIMO
LEVI (1919-1887) Escritor Italiano.
“E mais fácil desintegrar um átomo que um preconceito”- Albert Einstein.
Antes de fecharmos o texto (...) antes de
atingirmos o clímax, gostaria de mencionar de passagem, dois desdobramentos que
a pesquisa desta monografia nos apresentou. Uma não foi uma descoberta dessa
pesquisa, mas um insight do Livro de Robert Richards, Sexo, Desvio e Danação,
as minorias na Idade Média: nela ele nos apresenta a tese de que as minorias
são acusadas não só das mesmas coisas que os primeiros cristãos foram acusados,
como do que todos os outros povos, sejam pagãos ou não, acusaram os outros
satanizados, ou seja, de ORGIAS, INCESTO, CANIBALISMO E INFANTICIDIO...
... estas práticas sendo a última barreira que nos separaria dos
animais irracionais. Os "preconceituosos" satanizam então o outro ideal, com o que de pior
pode haver no espectro moral, sendo estas coisas, um padrão recorrente nas
acusações, no livro acima mencionado as minorias que tiveram acusações
paralelas foram, os hereges, os bruxos, as prostitutas, o leprosos, os
homossexuais e os judeus, sem falar nos mouros. O interessante é que no raiar
da cristandade quando os bodes expiatórios eram os cristãos, eles antes de
serem jogados aos leões, eram acusados de realizarem orgias, comerem crianças
após sacrifícios hediondos e terem sexo interparentais. Lembro aqui novamente
da acusação de que os comunistas comiam criancinha, um patente uso disto que
estou me referindo. Sobre esta quadra terrível, ou seja,
canibalismo-infanticidio-incesto-orgias, que se nos apresentou como sendo, se
fossem praticas institucionalizadas, o último estágio na desagregação social e
na destruição da raça humana, no mínimo, de seu caráter ontológico, não na sua
biologia, mas em sua esfera cultural como HOMO SAPIENS SAPIENS. Estas acusações
extremas nos revelaram que o bode expiatório é no fundo uma ameaça virtual a
civilização, no imaginário do perpetrador...
(...)
... eu poderia aventar a hipótese de que
este sonho, não seja apenas meu mas um sonho
do inconsciente arquétipo coletivo dos homens e que seu temor ao outro, e o ódio ao outro
e sua conseqüente satanizaçao e eliminação seja um medo atávico de que um dia
isto realmente possa vir a acontecer numa humanidade futura e distante, onde o
id governe soberano, os impulsos do tanatos sejam supremos e a cultura nada valha, onde os tabus, barreiras-pilares da civilização contra o incesto,
as orgias, o canibalismo e o infanticídio tenham sido demolidos e com ela nossa
humanidade. Sendo assim, seria o bode expiatório e sua destruição, uma
destruição da ameaça a nossa humanidade, ou nossa civilização, numa falsa mitologia sacrificial. Esta realmente uma “ameaça fantasma”, ameaça esta que estaria dentro de nós mesmos, mas que
projetamos nos outros...
(...)
... as épocas de destruição sistemática e não esporádicas, como geralmente
acontece, em épocas de penúrias, dos bodes expiatórios, foram as em que um
sistema superfechado de dominação estava no poder, quando o totalitarismo
imperava, que foi o que aconteceu (...) nos paises fascistas na era
nazista, nas ditaduras fundamentalistas islâmicas e no reinado de Stalin...
(...)
... Íris Chang que escreveu um livro sobre o massacre Japonês na cidade
chinesa de Nanquin (THE RAPE OF NANKING) concluiu a partir de sua pesquisa que
a civilização é fina como um lenço de papel. “Algumas distorções na natureza
humana permite que até os mais inconcebíveis atos de maldade se tornem banais
em alguns minutos, contanto que ocorram suficientemente longe para não serem
ameaça pessoal”
(...)
Em um vila, ou
cidadezinha com um determinado número de habitantes, existem três criaturas que
controlam a cidadela. Todos vestidos de preto (as criaturas). A primeira trás
um carimbo e uma almofada de tinteiro nas mãos, ela percorre a cidade
examinando os habitantes para ver se eles se enquadram num determinado perfil
já predeterminado, ela olha do alto a baixo cada habitante, se ele passar no
texte é liberado, se não, recebe um carimbo na testa, um estigma, um selo de
desaprovação, e já é tratado de forma diferente pelos demais cidadãos da cidadezinha. A segunda criatura parece mais um policial, toda armada, com
algemas e cacetetes, porém não usa arma de fogo. Ela então não precisa examinar
as pessoas, ela só precisa olhar na testa e levar aqueles que foram carimbados.
Esta segunda entidade então leva estes estigmatizados para um bairro separado,
todo murado, de difícil acesso. Por último a terceira criatura tem um serviço
árduo, se a primeira parecia um secretário, a segunda um policial, esta
terceira parece um carrasco, com um capuz e um enorme machado, bem afiado nas
mãos, ela começa o seu serviço cedo e só termina de tardezinha, quando ela não
dá conta de sua cota de extermínio num dia deixa um bom número amarrado para o
dia seguinte. Seu serviço é dar cabo ao serviço começado pelos outros dois
individuos. Acho que não é dificil indentificar estas criaturas. Sabendo-se que
a vila representa o mundo e as três criatura seria pela ordem em que foram
apresentada: A DISCRIMINAÇÃO, que vai marcando aqueles que fogem do padrão
esperado, A SEGREGAÇÃO, que seria separar, apartar aqueles que já seria
discriminados, e por último a ANIQUILAÇÃO, que viria consequentemente sobre
aqueles que já estavam segregados.
(...)
O pai da psicanálise, Sigmund Freud disse certa vez:
“...já que o direito a desprezar povos estrangeiros (sobre os romanos) as
compensa pela injustiça que sofrem dentro de sua própria unidade. Não há dúvida
de que alguém pode ter sido um plebeu infeliz atormentado por dívidas e pelo
serviço militar, mas, em compensação, não deixa de ser um cidadão romano com
sua própria quota na tarefa de governar outras nações e ditar suas leis. Essa
identificação das classes oprimidas com as classes que a dominam e exploram é
contudo apenas uma parte de um todo maior. Isso porque, por outro lado, as classes
oprimidas podem estar emocionalmente ligdas a seus senhores; apesar de sua
hostilidade para com eles, podem ver neles os seus ideais. A menos que tais
relações de tipo fundamentalmente satisfatório subsistam, é impossível
compreender como uma série de civilizações sobreviveu por tão longo tempo,
malgrado a justificável hostilidade de grandes massas humanas”
(...)
... "todos nós temos nosso lado mau, com suas
deficiências, perversões, manias e etc. Acontece que nós ocultamos de nossa consciência
este lado mal. Mas ao ocultarmos, estes desequilibrios, distorções, essa energia não desaparece, ela é projetado
em alguém, que supomos representar tudo aquilo que detestamos (o bode), projetamos nosso lado mau, sombra, e o homem que não reconhece sua face
sombria é um homem que só conhece uma “face da moeda”, é um ser unilateral,
falsamente iludido sobre a natureza humana, e por isso, presa fácil do mal,
adepto do recurso de projetar no outro, no mundo as qualidades que não
reconhece em sim. A sombra representa o arquétipo do bode expiatório, do
“outro”, sobre o qual é lançada toda a culpa, toda a maldade do individuo que
ele não reconhece como sua. Através do recurso do bode expiatório o homem nega
sua sombra, o bode expiatório presta um serviço ao seu acusador, na medida em
que ele carrega para esse, o fardo de sua sombra feia, inadequada ao “padrão de
beleza ético” que o ego idealiza."
(...)
A sombra reprimida e relegada ao
inconsciente torna-se um potencial de energia que será liberada sobre o pobre
bodinho.
(...)
Como disse Charles Darwin: “..uma destruição considerável inevitavelmente
incide sobre os mais jovens e sobre os mais velhos...”
(...)
Eis a explicação por que se precisa deste bode
expiatório. Por que através dele é reafirmada nossa autoridade, é realizada
nossa auto-estima, somos reconciliados conosco mesmos, somos propiciados, somos
redimidos, somos expiados, somos comprados para o lado bom, somos resgatados de
sentimentos de inferioridade. Ao preço de extravasarmos nosso ódio contra o
inferior. Assim a penitência, o castigo, é executado sobre o responsável por
nosso infortúnio. Somo reparados, emendados, satisfeitos, desprofanados,
purificados.
(...)
... onde o poder lhes acaricia o ego...
(...)
Freud que disse que os ímpios “tem uma imensa mancha na alma (ferida
narcísea) que não pode ser mostrada, nem mesmo em sua forma de pensar”. Certos
gestos não devem ser compreendidos, pois em algumas situações compreender o
mal, significa às vezes justificá-lo. O escritor Primo Levi, sobrevivente do
holocausto, mas que terminou por se matar anos depois, em seu livro Si c’est um
homme, conta que “Não podemos nem devemos compreender a motivação de certos
atos violentos sob pena de nós nos identificarmos com aqueles que o praticam ou
nos vermos um dia no lugar daqueles que o sofrem" (Primo Levi;1964, p.58). Paul
Ricouver disse que "o mal exige uma explicação. Mas como o Tempo, o Mal não pode
ser completamente explicado. Há um ponto para além do qual o mal pode ser
apenas contando, narrado, descrito por intermédio da história, dos mitos, da
ficção”. Isso soa como na mitologia da Medusa, mulher horripilante com cabelos
de serpente que petrifica (escandaliza) quem a olhá-se nos olhos diretamente...
...no Judaísmo temos a mesma condição de escândalo conforme se dá com a mulher
de Ló, que advertida pelo anjo destruidor de Sodoma e Gomorra para não olhar
para traz, mesmo assim o faz e converte-se, no ato, numa “coluna de sal”.
Assim
é o mal profundo, ele não pode ser contemplado diretamente, pois assim seremos
petrificados por ele, sucumbiremos a ele, e nos tornaremos nos malignos que
acusamos. As tarjas negras da censura não existem por acaso. É para se evitar
escândalos. Que na Bíblia é o nome que traduzimos para pedra de tropeço.
Originalmente esta pedra era uma usada numa armadilha de laço. Na fraseologia
bíblica significa a contemplação de um ato mal que nos faz desviar do caminho
do bem, tropeçar.
(...)
...assim como muitos pepinos do mar quando são atacados soltam suas entranhas
para serem devoradas e fugir ileso, do mesmo jeito que o polvo solta um jato de
tinta para desviar o carnívoro, da mesma forma que alguns lagartos soltam a
cauda que fica mexendo distraindo o predador enquanto ele foge, do mesmo jeito
que algumas pernas de arranham quebram facilmente e continuam se debatendo por
algum tempo ludibriando o atacante, semelhantemente a alguns pássaros que
repentinamente soltam uma maça de penas, assim a sociedade humana sacrifica uma
parte sua para aplacar ou fugir dos perigos...
(...)
...no Gênesis lemos a história da criação do
mundo e dos primeiros humanos. Lá se afirma que Deus criou Adão e Eva e os
colocou no jardim do Éden, o Paraíso. Segundo o relato Deus os deixou naquele
lugar aprazível e deu uma única proibição. Que não comecem de certa árvore.
Eles desobedeceram esta lei. Quando Deus foi pedir o relatório do que tinha
acontecido, Adão logo culpou Eva, que a culpa não era sua era de Eva. Esta
disse que também não tinha sido sua culpa de comer do fruto proibido, tinha
sido culpa da serpente. O ponto interessante deste relato é que vemos o
protótipo do que aconteceria por todas as eras. Os homens projetando seus erros
nos outros, suas mazelas nos outros. O mecanismo do bode expiatório. E assim
como Adão acusou Eva a mais fraca (bem, não tinha outro, mas ele poderia
assumir sua culpa), durante a História este padrão se repetiu. A culpa dos
problemas geralmente foi de uma minoria. Por que? Jeffrey Richards afirma que:
“As minorias tem sido notoriamente suscetíveis à estereotipagem. Os
estereótipos são um meio de dar sentido a um universo desordenado, impondo
ordem, definindo o eu, personalizando os temores. Como escreveu Sander L
Gilman: todos criam estereótipos. Não podemos funcionar num mundo que não
disponha deles. Eles nos amortecem contra nossos temores mais urgentes através
de sua ampliação, permitindo-nos agir como se sua fonte estivesse além do nosso
controle. Estereótipos são um conjunto rudimentar de representações mentais do
mundo. Eles perpetuam um sentido necessário de diferença entre o eu e o outro”.
(...)
O ódio esta intimamente associado a esta projeção, se os homens visasem os
erros em si mesmos, e não projetassem estes erros, a coisas seriam melhores.
Ao invés disso eles se negam a ver os seus próprios erros, e ampliam e visam
estes mesmos erros jogando-os nos outros. Alguns são culpados de tudo aquilo
que acusam os outros.
Imagine uma bolha transparente e lustrosa flutuando no ar, como uma bolha de
sabão, só que de material mais resistente. Se você olhá-se para este globo
etéreo poderia ver do outro lado. Imagine que esta bolha seja a alma humana de
uma pessoa normal. Se esta alma se postasse em frente a um espelho poderia ver
todo o seu conteúdo interior e sua superfície exterior. Se dentro dela
contivesse detritos, impurezas, sujeiras, etc, ela poderia se ver assim. Desta
forma é a pessoa que não obscurece sua personalidade com os mecanismos de
defesa. Esta alma não é perfeita, tem seus defeitos, mas sabe lidar com eles,
reconchece-os, admite-os. Já aqueles que são perversos, são como uma bolha em
que na sua superfície grudou um material pegajoso, uma mácula. Que obnubla a
superfície impedindo de verem seu próprio interior, e ao cometerem seus erros
não vêem, não sabem o quanto imperfeitos são, e começam a acusar os outros por
mínimos erros, e depois os assassinam e dizem que mereciam isto. Este orbe se
torna como uma personalidade danificada, um ego ferido, possuidora de emoções
negativas e inconscientes para consigo própria, mas que é lançada nos outros.
Como acontece este dano na esfera?
(...)
...de tudo exposto neste texto é provável que as assertivas tenham
foros de verossimilhança, porquanto o testemunho dos documentos apresentados e a recorrência de citações paralelas de diversos autores confluindo para o mesmo tema surgem com um coeficiente probatório de ampla valoração...
(...)
INDENTIFICAÇAO COM O AGRESSOR -Mecanismo de defesa isolado e descrito por
Ana Freud (1936): o individuo, confrontado com um perigo exterior (representado
tipicamente por uma crítica emanada de uma autoridade) identifica-se : com seu
agressor, ou assumindo por sua própria conta a agressão enquanto tal, ou
imitando física ou moralmente a pessoa do agressor, ou adaptando certos
símbolos de poder que o designam. Segundo Ana Freud, este mecanismo seria
predominante na construção da fase preliminar do superego, pois a agressão
mantêm-se então dirigida para o exterior e não se voltou ainda contra o
individuo sob a força da auto-critica.
(...)
"Todos os que vieram antes de Mim são ladrões." ( João 10:8) Ele substitui a vingança social pelo arrependimento individual, restabelecendo o nexo racional entre os atos e as conseqüências, antes nublado pela mitologia sacrificial. (O. de C.)
"...pois a agressão mantêm-se então dirigida para o exterior e não se voltou ainda contra o individuo sob a força da auto-critica." Ana Freud
É só o cara reconhecer que é um pecador maldito exercendo uma auto-crítica consciencial e penitentemente se arrepender com honestidade de seus escorregões e vaciladas e parar de se fazer de vítima quando na verdade é o autor dos delitos colocando a culpa em inocentes vulneráveis. Para isto o cristianismo é uma técnica excelente.
ABSOLUTUM