segunda-feira, 30 de maio de 2016

LIVRO: COLUNAS DO CARÁTER

Pense bem amigo, se eu tivesse condições de disparar um míssel até Vênus ou Marte(De quem são eles?), uma arma tão poderosa que destruí-se o planeta completamente, tal qual faz a Estrela da Morte em Star Wars, ou se eu pudesse causar qualquer dano na Via Láctea, uma ameba como eu, mesmo assim, por maiores que fossem os danos, se esmigalha-se um planeta completamente, se pudesse, mesmo assim, com toda destruição maximizada que fosse capaz de alcançar nestas matérias invivas, mesmo assim EU NÃO ESTARIA COMETENDO NENHUM CRIME, nenhum ato ilegal ou anti-ético. Talvez estivesse cometendo, ou infrigindo os direitos de cidadãos em um futuro remotíssimo que viessem a bioformatar aquele mundo. Mesmo que eu ensandecido, com um lança-chamas, no meio do deserto escaldante do Saara, começa-se a queimar as areias gritando como um louco, mesmo assim eu não estaria cometendo nenhum crime. QUALQUER DANO QUE EU CAUSASSE À MATÉRIA, (e eu simplesmente não posso causar dano a ela, mas apenas deformá-la das configurações que outros lhe deram.... ) eu não estaria cometendo nenhum crime, ilícito, ou transgressão. Apenas e somente apenas, se esta matéria fosse o suporte para seres vivos e pessoas senscientes (redundância?) e eu atingi-se, indiretamente a estes Viventes, através do suporte material eu estaria cometendo algum CRIME. De todos os graus do Ser, a matéria é o mais baixo. É impermanente, como bem viu Gautama, é na verdade, com o perdão da palavra, lixo reciclável, literalmente.
O crime de Danos Matériais, violação de propriedade, furto, roubo, crimes contra o patrimônio em geral, só são crimes porque estes objetos inexoravelmente, indireta ou diretamente atingem a subjetividade, a sensciência, a consciência. TODO CRIME É CRIME CONTRA A PESSOA. 
Direta ou indiretamente, mesmo os crimes contra o patrimônio histórico só o são crimes, porque violam o direitos das pessoas saberem ou usufruírem aquilo e não pelas coisas, objetos em si.
Mesmo os crimes ambientais, ecológicos, só o são crimes porque se prosseguirem, virão ulteriormente a atingir pessoas. Ora bolas! A humanidade devorou os animais durante toda sua história e nenhum maluco EXCETUANDO-SE ativistas recentes consideraram isto um pecado, um proceder prejudicial ou CRIME. Bem, é verdade que o Budismo desaprova matar animais...mas o sacrifício budista é um sacrifício monstruosamente insano (ou não) onde nem se pode pisar em formigas ou engolir um mosquito. Quanto mais um camelo.... É evidente, objetos não podem ser vítimas.  Embora apenas sofram o atos dos agentes, como passionais, que sofrem paixão, por serem apenas potenciais... sem nenhuma capacidade de praticarem nenhum ATO por si mesmos, para sempre inertes, somente movidos, não motores. Vítimas só o são pessoas....os objetos, as coisas, no máximo são MEIOS de vitimarem as pessoas/almas.

Se por um acaso um maluco dinamitasse uma parte do Grande Kanion americano, ele só seria preso, em última analise, não pelo Grande Canion em si mesmo, que não sente nada, mas por causa das pessoas que ficariam tristinhas em não poderem contemplar as lindezas naturais esculpidas em eões pelas águas já secadas. Compreenda, SÓ PESSOAS SOFREM DANO, somente um sistema nervoso acusa a dor, somente uma alma sabe sobre si, se dobra e desdobra sobre si mesma, coisas são inconscientes, SÃO MORTAS, por assim dizer. 


Se por uma acaso fortuito, eu, em alguma aventura no mato encontrasse um tesouro antigo, que fosse de uma civilização antiga desaparecida, eu, sem nenhum remorso, tiraria a coroa de ouro da cabeça da caveira do rei, levaria sua espada e escudo incustrado com jóias raras, e sairia contente e feliz pelo achado. Sem nenhum medo de ter violado os 10 mandamentos, o côdigo penal, o tripitaka, o talião, o alcorão, o codigo vedantino, os mandamentos Jides ou o côdigo de hamurabi. Como poderia roubar os mortos?
Se não há proprietário (PESSOAS) não há propriedade (coisas imersas na subjetividade de uma pessoa).  Talvés algum arqueólogo ou alegantes descendentes dos antigos proprietários pudessem reclamar de alguma coisa. Em parte, mas só em parte, ACHADO não é roubado. Veja bem. Já devolvi 4 (Quatro) telefones celulares que achei aos seus respectivos donos. Um eu achei na prateleira de um supermercado, outro eu achei desconjuntado na BR, no acostamento, os outros dois não me lembro exatamente no momento... Em todos os casos eu tinha a obrigação moral de esperar os donos ligarem ou eu mesmo ligar para restituir aos seus respectivos donos os seus objetos de posse. Se eu achasse uma quantia em dinheiro com nome e endereço, moralmente eu tinha que devolver o dinheiro, mas se não fosse nomeada, para sempre estaria impossibilitada de ser incluida na posse de alguém, aí sim, ACHADO NÃO É ROUBADO. Aí eu ia só curtir! 
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Tudo isto que eu disse acima é só para exemplificar algo sobre um livro que estou lendo, que não fala de química, nem física nem ciências em geral. Não fala de objetos, coisas ou corpos. Fala de "coisas" invisíveis aos sentidos, não fenomênicas. São relações de PESSOAS para com PESSOAS, umas com as outras ou consigo mesmas e até mesmo uma relação com uma PESSOA infinita e ilimitada. Estas "coisas" presentes na dinâmica intrapessoal, interpessoal e TRANSpessoal transcendente (que é o campo abrangido pela ética e moral) são tais como benignidade, mansidão, fidelidade, longaniminidade,  genrosidade, caridade, modéstia, amizade, confiança, coragem, esperança, tenacidade, perseverança e etc. Que não têm peso, nem largura. Este  livro COLUNAS DO CARÁTER escrito por S. Júlio Schwantes "visa fazer uma contribuição à tarefa espinhosa da reconstrução do cárater sobre bases duradouras...o autor acredita na eficácia e urgência de uma campanha de rearmamento moral". E este livro foi escrito há 36 anos atrás, na década de 80. Imagine hoje.  Numa civilização materializada, mergulhada na carne, aprisionada nos prazeres sensoriais, obtusa para as sutilezas éticas e morais e indiferente para qualquer coisas espiritual, onde pelo martelar persistente de barbaridades criminais vinculadas nas redes informáticas as pessoas fecham-se cada vez mais em suas células da colmeia social (Mateus 24:12 - Cada um no seu quadrado) e entregam todo o poder a um Objetão, um mecanismo controlador que é o Estado, este livro é uma lufada de ar puro numa atmosfera intóxicada.

Se não santo-herói-sábio como dá as dicas o livro, sejamos pelo menos pacatos cidadãos...

É isso...