Depois de Os 12 macacos li também este códice que foi inspirado no filme Alien O Oitavo Passageiro, um filme que encantou (desencatou na verdade) minha infância, que levava o medo ao limite. Depois de tanto tempo revisitar a história é um prazer inesperado.
Nostromo o cargueiro espacial com 7 tripulantes entre eles a oficial Ripley recebe um pedido de socorro de um planetóide. Ao descerem verificam que o pedido na verdade vinha de uma nave avariada sobre o astro. Não era um pedido de socorro era um aviso.Ao retornarem a nave um dos tripulantes trás grudado no rosto um animal alienígena, um oitavo passageiro.
Tenente Hellen Riplay
Maiores informações confira no siteCAPACITOR FANTÁSTICO que foi de onde eu colei estas fatos aí de cima. No blog tudo é bem esmiuçado... bem explicadinho.
“...Em 1997, 5 bilhões de pessoas morrerão de um vírus....os sobreviventes abandonarão a superfície do planeta....os animais voltarão a dominar o mundo..." Trechos de uma entrevista com um paranóico esquizofrênico clínico. 12 de Abril, 1990 - Baltimore County Hospital
A Humanidade foi quase exterminada o que sobrou dela está morando no subterrâneo. Cientistas enviam um explorador para o passado na esperança de descobrir o foco original da contaminação para assim, então, tentarem bolar uma vacina. Este romance de 208 páginas escrito por Elizabeth Hand me fez "assistir" mentalmente ao filme OS 12 MACACOS. É curioso. Como o livro foi escrito depois e por causa do livro a escritora baseou todas os "quadros mentais" do livro nas "cenas reais" do filme. Quando eu estava lendo e o livro descrevia um local ou evento eu não poderia imaginar diferente do que já tinha visto no filme. O livro é praticamente um script-roteiro do filme. Mas acrescenta alguns detalhes importantíssimos no final. O livro descreve cada cena, cada diálogo quase 99% de como saiu na tela por isto lê-lo e como assistir de novo, desta vez somente com as reminissências da memória reativadas pelas palavras aos 12 macacos. Para saber mais sobre o filme ou o livro veja este blog aqui
Para uma visão mais "acadêmica" sobre a trama veja este estudo aqui . Dois traços digitais na trama que tornaram este filme/livro um cult foi o fato de (spoilers) o ator principal James Cole quando era uma menino ver sua própria morte quando voltou no tempo sendo um adulto. Isto fecha um circuito temporal pois o menino passa o resto da vida se lembrando da morte de um sujeito e quando adulto, morre sendo testemunhado por um menino que crescerá... e assim por diante. Outro traço digital talvez único é o tema ecológico que neste filme/livro é visto como negativo e como o causador da extinção da espécie humana. Os ativistas ecológicos são vistos sob um prisma depreciativo. Os cientistas do futuro colhem indícios fortíssimos que apontam um tal de Exército dos 12 Macaco como os responsáveis pelo ataque ecoterrorista que espalhou o vírus mortífero que matou bilhões. O Objetivo de James Cole e encontrar o foco irradiador para que os cientistas do futuro possam enviar alguem recolher amostrar e produzir uma vacina para que a humanidade futura possa retomar a superfície. É curioso que neste filme o passado não possa ser alterado, Cole não pode impedir os terrorista de executarem seu plano, nem impedir a própria morte. O que aconteceu não pode mundar...
"o indivíduo necessariamente desaparece
por trás da coletividade, cujo assentamento ecológico é
o que mais importa conservar: a Terra, então elevada ao nível
de Deusa-mãe. As conseqüências desse rebaixamento então
se desdobram, inelutáveis: totalitarismo, eutanásia, eugenismo,
aborto, etc. A oposição dos ecologistas não poderá
impedir que o homem, rebaixado ao nível dos animais, sofra também
ele manipulações genéticas e clonagem"
Tenho uma hipótese de que tudo o que somos na vida, pelo resto dela, até a morte biológica, foi configurado na gestação e primeiros cinco anos de existência. Estes primeiros cinco anos plasmam um núcleo afetivo profundo, uma barisfera afeto-volitiva que permanecerá daí por diante sem muita mudança, a menos que entrem fatores exógenos para alterar isto. Por cima desta barisfera afetiva construimos nossa cognição, nossa intelecção, que será para sempre condicionada por ela. Podemos aprender xadrez ou karatê, inglês ou técnicas de construção civil (pedreiro), podemos até mesmo esquecer estas informações, desaprendê-las mas nossos desejos e temores mantêm-se inalterados como uma rocha submersa num lago sob ondas cognitivas cambiantes. Todo conteúdo intelectivo é móvel, fugaz até. Uma pancada na cabeça e podemos perder anos de memórias. Nossas emoções são mais permanentes e em última análise são elas que definem nosso caráter, que moldam nossa moralidade. Que é a honestidade senão o amor a verdade e o ódio a mentira numa escalaridade proporcional ao que é mais importante para nós, ou o mundo de pessoas ou o mundo de coisas? O que sentimos e o que gostamos é o que define o que somos, não o que sabemos. Satanás sabe a Bíblia de cor e salteado.
Sherlock Holmes numa de suas investigações deduziu que uma certa família suspeita de ílicitos era pacata e serena por causa de seu cachorro de raça, que embora fosse de uma raça dada a agressividade era dócil como um cordeiro. Daí ele (com outros índicios evidentemente) buscou a solução em outra direção. O afetos e volições são o que mais contam.
Há pessoas que passaram a infância na zona rural e outras na urbana. Isto inapelavelmente deixará traços. Tenho um amigo, cujos país são de origem rural, que gosta de zombar dos caipiras assim : -"Ele saiu do mato mas o mato não saiu dele".
Tive uma peculiar criação dos 0 aos 5 anos, a fase primordial da formação afetiva. Não passei este período nem no campo nem na cidade (plenamente). Foi viajando de cidade em cidade com paradas no máximo mensais.Vi então muitas cidades grandes. Mas depois com cinco anos estacionei definitivamente numa cidade pequena. Vim de uma cidade pequena e esta foi minha vida. Mas vislumbrei na primeira infância, de soslaio, grandes cidades que ficaram apenas na memória, acopladas com lembranças dos primeiros e ternos cuidados paternos. Então ficou gravado em mim o protótipo ou arquétipo de um lugar paradisíaco de idílio: Uma metrópole com luzes de néon, letreiros coloridos, gigantescas caixas habitáveis que emitem luzes. Isto é uma particularidade minha, uma singularidade que aconteceu comigo e não espero ser compreendido nem generalizar. Ainda mais quando sabemos do alto índice de criminalidade e desmoralização nas grandes cidades. É claro que um cidadão metropolitano provavelmente irá rir disto que eu estou escrevendo, mas lembre-se que um caipira ou mais ainda um índio se rirá do anelo citadino pela "volta à natureza", pela "restauração do paraíso", do mito do bom selvagem de Rousseau, do anseio pela regressão uterina à Mamãezona Gaia. Tudo bobagem também.
O Paraíso espiritualnão pode ser um jardin ecológico e nem uma estação espacial com paralelepípedos de plásticos habitáveis. Estes dois extremos são os limites da nossa imaginação que é formada por imagens, os fantasmas dos escolásticos, que vindos da objetividade, da corporalidade, não podem descrever um mundo de substâncias intelectuais, inespaciais, intemporais, não dimensionáveis, não quantificáveis nem mensuráveis. Então não ria do meu paraíso como uma cidade de luzes. Para que você medite sobre isso veja só isto:
No fim do túneo de luz final não haverá nem um jardin nem um bairro de prédios... são só simbólos para nossa mente limitada.
É o Céu? Não é Dubai.
Bespin
Já fui Testemunha de Jeová e aprendi com elas uma visão do cristianismo (não compartilho mais) com dois escalões, duas ordens de cristãos. (O negócio é complicado e falso mas se você quiser saber mais veja aqui) Segundo Elas haverá uma grande multidão que ulteriormente ao Juízo Final (para elas Armagedon) morará em um paraíso para sempre.
Jerusalém de Cima
Elas tinham até mesmo um livro cujo título era "Poderá Viver Para Sempre no Paraíso na Terra". É uma mistura de Avatar com Adventistas. Os teólogos das T.Js jamais consideraram a possibilidade de a Terra torrar quando o sol virar uma gigante vermelha. Embora seja o que a propria Bíblia diz.(2Pedro 3:10). Segundo elas então, a humanidade criará um grande jardin terreal por todo o globo e viverá eternamente feliz. Mas há um outro grupo que não morará no paraíso. Segundo o entendimento das TJs um grupo de 144.000 cristãos e só esse tanto, irá morar no Céu. Na Jerusalém Celestial para governarem de lá a Terra restaurada. Minha expectativa espiritual, como membro da grande multidão era morar nesta "Pandora" pós-Armagedon aqui embaixo, mas me chamava a atenção a capital deste reino paradísiaco que desde o céu governaria a Terra. Nas ilustrações das publicações das TJs, especialmente no livro Revelação (ou Apocalipse) Seu Gradioso Clímax está Próximo a Nova Jerusalém é apresentada como uma, advinhem... metrópole moderna! Sim é só prestar atenção, no cubo que o livro de Apocalipse expõe como a Cidade Santa. Lá dentro envolto pela redoma de cristal cúbica, os artistas dos jeovistas colocaram prédios de uma metrópole. E retorna a oposição campo-cidade.
Metropólis de Fritz Lang
Eu não sei com que intensão eles fizeram isto, se foi consciente ou não, ou se foi a imposição mesmo das descrições da Jerusalém Celestial no livro de Apocalipse(Apo 21: 9-27) mas a gravura dela, nos livros russelitas, se parece muito com algo de Ficção Científica e lembra a teoria de que a Nova Cidade que desce dos céus seja um OVNI. Infelizmente não consegui achar na internet a gravura jeovista da Nova Jerusalem mas você pode conferir no livro citado e comprovar a semelhança da cidade com uma metrópole.
Se você pesquisar na internet poderá achar vários estudos sobre a Nova Jerusalém que desce dos Céus como noiva adornada para o Cordeiro. O curioso é a tendência do ilustradores de metropolizar a Cidade Santa. É curioso também a tendência ao afastamento do Éden bucólico paradisíaco. Não entremos nos méritos da questão, só gostaria de frizar a oposição campo-cidade, natural-artificial. E a possibilidade de lugares finais com as duas características...
...bonito vídeo. Não era meu objetivo aqui me aprofundar na Jerusalém Celestial, mas o tema é literal e figurativamente arrebatador...
...magnífica, observe que a Nova Jerusalém é uma cidade moderna...
...veja também a futurística Cidade nas Nuvens de Bespin....
A Ficção criou muitas cidades: Atlântida, Eldorado, KRISHNAIAUAIA ou Cidade de Luz, Metropólis do Lang, etc. Mas ninguém exagerou mais do que George Lucas que criou uma cidade que cobre toda a superfície de um planeta. O conceito de megalópole para ela é pouco. O planeta-cidade é Corruscant a capital do Império Galáctico.
O mundo biológico orgânico é diferente das zonas urbanas onde a única coisa viva, pelo menos em escala macroscópica é o homem. Numa cidade tudo é morto. Tudo é artificial. As casas, os veiculos (excetuando-se os de tração animal), os objetos, utensílios em geral. A água e a energia. Somente os alimentos que penetram no perímetro urbano foram vivos, ou de origem animal ou vegetal. No sertão a própria moldura da paisagem é dada pela vegetação. Cachoeiras, morros, árvores, etc, dão a configuração visual deste ambiente. É o mundo vivo, orgânico, natural, a biota cibernética. 99,99% do material de uma cidade é de origem mineral a começar pelo concreto. Somente o combustível é de origem orgânica. Mas já estão dando um jeito nisto. A Nova Jerusalém é feita não de concreto mas de predras preciosas e de ouro.........
Do mesmo autor de o mundo de Sofia é um livroque expõe todas as principais religiões do globo, seus fundadores e seu desenvolvimento histórico bem como sua situação atual. Apresenta também o desenvolvimento moderno do marxismo-humanismo como reação a visão tradicional religiosa.
Um livrinho interessante no mesmo caminho é oHOMEM EM BUSCA DEUSpublicado pela Torre de Vigia que poderá ser adquirido por até mesmo R$ 1,00 nos salões do reino, mais próximos, das Testemunhas de Jeová.
Em estilo romanceado, usando as descobertas da ciência bíblica e
historiadores da época de Jesus, o autor faz do texto sagrado uma
surpreendente obra literária. Um livro para todos, para quem nada sabe
sobre Jesus Cristo, para quem o conhece e nele crê, e também para quem
possui bons conhecimentos bíblicos e teológicos.
Uma obra de fôlego do russo Aleksandr Mien, cuja morte se deu logo
após a publicação do livro (1989), provocada por extremistas em pleno
clima de abertura da Perestróika, que no entanto foi incapaz
de deter a conquista dos corações do seu povo... mais de um milhão de
exemplares vendidos logo no primeiro ano!
Aleksandr Mien
O Cristianismo desde o ponto de vista da Igreja Ortodoxa Russa e uma ênfase nas circunstâncias da Ressurreição.
Nos desenhos animados, filmes e romances que já tive o privilégio de ver, no meio da trama, dos conflitos e superações um certo trecho me emocionava especialmente. Era naqueles momentos de uma atmosfera sapiencial e paternal em que o MESTRE aconselhava os seus discípulos. Nestes instantes o clima ficava misterioso e professoral e o mentor dava as diretrizes para um desfecho feliz da narrativa, cabendo aos discípulos a decisão de por em prática ou não as sugestões do guru. O Mestre não é nunca um comandante que dá ordens inexoráveis mas um conselheiro experiente que adverte. Os "agentes práticos" do enredo são compensados com uma orientação e um certo freio pelo "agente teórico" (Vixe! Vai assim mesmo não tenho tempo para depurar os termos). Quando o mestre aparecia tocava uma musiquinha misteriosa, uma melodiazinha oriental de fundo emoldurando as sábias palavras do Sensei. A coleção do tipo é enorme mas vou ilustra este texto com os meus preferidos.
Tem muitos baixinhos
Como diria o mestre Yoda: saber quiser você sobre mestre (mentor) leia o livro "O herói de mil faces" ou este resuminho aqui: A jornada do herói mitológico
Como disse acima, sentia uma aura mágica quando aparecia o guru, uma densidade emocional e uma vibração nos fios cognitivos. É curioso que os mestres geralmente nunca falam diretamente, em alto e bom som, mas usam frequentemente de um linguajar sinuoso contraditório. Para se bancar um mestre é só começar a dizer para os pupilos que o alto na verdade é baixo, quando tudo está escuro aí sim é que as coisas estão claras. Uma pedra é mole, você pensa que o fogo é quente mas na verdade é frio, etc. Expressa isto as contradições da própria realidade? Não sei. Talvez o conteúdo que o mestre quer transmitir excede a capacidade do discurso racional e somente por parábolas, símiles e símbolos poderá expressar o supraracional. É morrendo que se nasce para a vida... eterna.
Os mestres são idosos, de cabelos brancos, estão no limiar da vida biológica, orgânica. Estão com um pé no além-mundo. Tiveram anos de
experiência e aprendizado também. O mestre já foi um aprendiz. Na verdade mestre e aprendiz fazem parte de uma cadeia temporal e um se converte no outro dependendo do ângulo e da fase cronológica em que se encare o mesmo. O melhores discípulos serão os futuros mestres. Mas o mestre também é um aprendiz constante pois ele não sabe tudo. Todos os mestres são aprendizes. Creio que é a isso que se refere O Mestre Jesus em Lucas 6:40 :
"O discípulo não está acima do seu mestre; todo aquele, porém, que for bem instruído será como o seu mestre."
Claro está que este versículo se refere a doutrina, mandamentos e comportamentos religiosos. Podem existir exceções e não se aplica a tudo. Mas transmite o versículo a idéia de que o copo do discípulo só enche até a medida do copo do professor e se o preceptor for bom o aluno chegará a estatura dele. É um principio, uma regra geral e comportar exceções evidentemente.
Albert Einstein aprendiz
O único sábio é Deus só ele não tem com quem aprender nada. Anjos, humanos ou outros seres senscientes que possam existir por mais sábios que sejam serão, além de mestres dos mais novos e inexperientes, discípulos de alguém mais sábio do que eles ou do próprio mundo, da natureza e da vida. Nos seres contingentes não existe o mestre acabado, até a hora da morte "o mestre é um aprendiz". E como os conteúdos intelectivos não são criados do nada quase nunca se pode criar algo original sem uma ajudinha de algum guru. Por exemplo, veja este vídeo aqui:
Jackson aprendiz
Imagine quantas vezes o pequeno Michael Jackson não deve ter assistido a este filme? Observe que até mesmo a indumentária ele copiou em alguns clipes. Até mesmo o moonwalker (aqueles passos delisantes para trás) está em esboço aqui. As luvas e o esparrame de areia com a mão que ele repete no clipe Remember the time também. Bilie Jean e outros clipes dele estão em semente aqui também. É só um exemplo. Ainda que artístico apenas e não muito apropriado.
***
Grandes mestres ou aprenderam com outros ou com o Céu. Confúcio e Laotsé, Moisés e Mohamed, Sidarta Gautama ou Paulo de Tarso aprenderam com o Céu foram os arquétipos dos mestres da ficção romancesca e filmográfica. São seguidos até hoje por bilhões de pessoas. Os outros aprenderam com mestres humanos mesmo. Mário Ferreira dos Santos aprendeu com São Tomás de Aquino e este com Aristóteles... o mestre é um aprendiz. Alguns pretendem refundar toda a filosofia em bases pessoais, pensar com a própria cabeça, negando toda influência professoral. É uma coisa temível. Sendo mestres de si mesmos. Outros absorvem ensinamentos de todos os mestres e os comparam, como diz o livro do sábio Salomão: Provérbios 15:22:
"Onde não há conselho, frustram-se os projetos; mas com a multidão de conselheiros se estabelecem."
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OS MESTRES
(literais)
Confúcio
Lao Tsé
Sidarta Gautama
Moisés
(etc)
O mentor da ficção é só um eco longínquo deles... é a reverberação deles através de suas caricaturas modernas que atrai.
Um de meus locais preferidos, onde sinto um fluxo maior de estímulos sensoriais e intelectivos são os terminais rodoviários e outros pontos de influxo de pessoas de vários locais, como por exemplo postos de saúde, delegacias, hospitais, etc (embora nestes últimos as pessoas sempre vão com algum problema). Em casa ou na rua a massa humana ou está dispersa no universal e despersonalizada(rua) ou aprisionadas na particularidade e no familiar (casa). Na rua só abordamos para conversar aqueles que já conhecemos, em casa só conversamos com estranhos, quando trazem produtos: religiosos (testemunhas de Jeová por exemplo) políticos (candidatos) e produtos comerciais, etc. Nos pontos de convergência de pessoas que mencionei no principio (terminais rodoviários, aeroportos, hospitais, etc) as pessoas são "aprisionadas" espacialmente e por alguma fração de tempo, o que permite uma interação maior do que na rua e com um simulacro de casa. É como um misto de casa-rua fugaz. Quantas amizades e famílias não começaram nestes locais? Geralmente esperar um ônibus ou ser atendido numa fila é torturante, é como estar em um limbo, mas você poderia aproveitar para fazer novas amizades ou ler um livro. É certo que festas noturnas, circos, parques de diversões, praias, etc, que são locais de lazer, são mais apropriadas para fazer amizades e se divertir. E são pontos de convergência de pessoas de diversos locais. Mas cada um destes pontos de diversão (e conversão) apresentam seu público homogêneo e específico. Parques de diversão, crianças e adolescentes e seus pais. Festas noturnas, jovens e adultos, geralmente solteiros ou enamorados. Estes locais não são como o pontos de distribuição de destinos como os terminais ferroviários ou os locais de acolhimento de enfermos e acidentados como os hospitais. As pessoas nestes locais são heterogêneas. Com faixa etária diversa, religiões ou raças distintas, e até mesmos classes sociais outras (caso um de uma classe mais alta se veja temporariamente sem seu automóvel). Um terminal agrupa um feixe de destinos possíveis, é um centro convergente de onde parte para múltiplos escopos, seres de divergentes origens.
Outro nódulo sócio-espacial que aprecio são as feiras livres, uma inversão do que acontece quando um vendedor bate a nossa porta. Gosto de feiras pelo mesmo motivo supramencionado. Bem se vê que não sou nada misantropo. Mas a feira concentra a atenção no comércio e não nas pessoas. Não permite aquela contemplação pessoal, aquele diálogo gratuito e descompromissado.
Agora, por favor, faça um esforço de abstração e esqueça as particularidades, os acidentes, os adjetivos destes locais que mencionei. Veja-os apenas como centrais de convergência de pessoas e posterior divergência teleológica (fins múltiplos). Abstraindo tudo a imagem "geométrica" que fica são diversas trajetórias convergindo se agrupando (se cruzando) e depois divergindo. A imagem que fica é a do cruzamento ou encruzilhada. Que comportar uma forte simbologia.
Estes "locais" são pontos onde entes de diversas origens se encontram e depois se separam. De onde tudo vêm de todo lugar e vai para todo lugar. Há uma forte carga psicológica e simbólica nestes pontos que podemos chamar de encruzilhadas. Não é átoa que os despachos de macumba são colocados nas encruzilhadas. Também não é por acaso que as estátuas dos deuses antigos eram colocadas nestes lugares. Não apenas pelo número de pessoas que passam por estes lugares mas pela atmosfera densa que os envolvem.
CRUZAMENTO DE VIAS
Para uma compreensão maior dos significados por trás da encruzilhada, cruzamento e por fim da CRUZ veja o livro de metafísico Rêne Guenon de título O Simbolismo da Cruz. E poderá ver também a antiguidade deste símbolo e sua universalidade neste escrito aqui (A Cruz e seu simbolismo)Se você for protestante veja a parte final do simbolismo/misticismo joanino. Veja também o interessante texto de onde tirei esta gravura aqui:
Como bem nos explicou Einstein o universo não têm um centro físico e todos os pontos de vistas são relativos (em sentido físico). Somente a partir de um ponto de vista relativo e que nós criaturas podemos entender as coisas. Existem núcleos ou centrais para onde tudo converge além dos já mencionados acima. São centrais de operações, centrais de informações. Normalmente as pessoas não se apercebem de quanto a cidade é perigosa (acidentes de trânsito, assaltos) ou enferma até permanecerem nem que seja por meia hora numa hospital ou delegacia. Por exemplo. Todos os dias me levanto e cuido de minhas atividades, no final do dia vou dormir. Tudo transcorreu dentro de mais pura normalidade. Não sei de nada que aconteceu na cidade e acho que tudo estava bem. Ledo engano. Houve dezenas de acidentes de trânsito, centenas de pessoas foram hospitalizadas por diversos motivos, o SAMU, bombeiros e polícia foram acionadas por múltiplas causas e eu simplesmente não fiquei sabendo. Apenas quando a imprensa consegue "chegar junto" dos acontecidos e que fico informado pela televisão. Se você ficar uma hora numa central de operações da policia você sai precavido e assustado com medo de ser assaltado a qualquer momento. Mas ante de as informações de assaltos em vários pontos da cidade terem chegado até a central você esta inocente e despreocupado pois o perigo não existia para você. Não existia para você porque você não estava no ponto central para onde todas as informações sobre aquele determinado evento (o crime) ia naturalmente. Você vivia tranquilamente pensando que só de vez enquanto acontecia um crime vultuoso porque você estava longe do núcleo gravitacional dos informes sobre violações do côdigo penal. O mesmo se pode dizer caso você passe uma hora no SAMU, no corpo de bombeiros ou num grande hospital, onde a correria é acelerada. Curiosamente sua percepção será deformada ou melhor informada de acordo com a atração para um ponto gravitacional de convergência de informações. Se por acaso você ler apenas sites religiosos é claro que você tenderá para uma visão espiritual da vida. Se você ler apenas sites ateísticos provavelmente você será um ateu. Pois estes sites ateísticos e religiosos são como núcleos centrais que só apresentam argumentos favoráveis a seu PONTO de vista, seu local de visão da realidade. O argumento contrário ou é minimizado ou ignorado completamente. O mesmo vale para as ideologias políticas pois " quem quer a verdade compara o jornalismo de esquerda com o de direita e tira suas próprias conclusões". É sair de seu ponto de vista e ir para o do lado contrário e voltar e ir de novo e pela comparação chegar a um resultado final. Se eu ficar só em casa não tem crime nem acidente ou doença (apenas esparçamente) mas este ponto espacial e de vista em que me encontro não abrange a real situação em que me encontro como cidadão (no sentido de morador de uma cidade).
Estou fora dos cruzamentos, das encruzilhadas informáticas onde a vida passa. Somente se me alçar a um posto de observação privilegiado poderei ter uma intelecção melhor e maior de tudo Toda cruz é formada por um cruzamento de duas retas. Um cruzamente urbano é formado pelo encontro de duas ruas. Agora vamos subir, alçar vôo. Um conjunto de cruzamento de vias rodoviárias forma o que? Um arruamento. Que é o traçado formado pelas ruas de uma cidade que apresenta a forma de uma grade. Pelo acumulo de cruzamentos chegamos a uma teia/rede/malha (um grupo de cruzinhas unidas forma uma grade). Da cruz a grade. De toda a simbologia da cruz como podemos ler nos textos dos links acima podemos dar um salto para uma compreensão de uma amplitude maior usando
Conclui a leitura do oitavo livro de J. J. Benítez da série Operação Cavalo de Tróia e gostaria de deixar minha recomendação para o hipotético leitor deste blog a leitura desta série. Gostei da série (ainda falta o último livro) por nos permitir um mergulho realista na Palestina antiga, obra de arte de Benitez. Por aumentar a cultura bíblica do leitor e de certa forma fazer com que Jesus Cristo (Benítez nunca usa o Cristo mas Jesus de Nazaré) se torne mais real em nossa imaginação. Pretendo ler novamente o primeiro livro pois foi o que mais gostei.
Somente advirto ao leitor cristão para duas coisas:
1) A tese de que os Deuses eram astronautas que Benitez endossa com sutileza e elegância introduzindo-a gentilmente na trama com fineza. Jesus ET, entendeu?
2) O virus gnóstico da confusão do Eu com Deus, e do controle absoluto do Ego sobre a realidade (impiedade). O Cristo de Benitez doutrinariamente não é Cristão. É Gnóstico.
(A teologia de Benitez é sôfrega e sua metafísica é de lascar). É uma amputação da capacidade abstrativa das pessoas modernas diagnosticada por Mário Ferreira dos Santos.
Isolando estes dois defeitos e só aproveitar.
A propósito isto me lembrou de que muito do que li em Benitez não era novidade pois a cultura bíblica ali impregnada eu já vislumbrava nas matérias das revistinhas A Sentinela e Despertai! das Testemunhas de Jeová (gnósticas por seu turno) Foi mais um resgate das conexões sinápticas e engramas adquiridos em anos de leitura daquelas revistinhas quando eu próprio era uma Testemunha de Jeová (Oh! não me leia Ancião!). Embora devamos considerar elas Cristãs. (Não vou salivar no recipiente em que me alimentei.) têem uma certa contaminação doutrinal.
Da próxima vez em que as T.J. lhe oferecerem um revista aceite e leia as matérias "internas", recomendo.