domingo, 21 de setembro de 2014

ARTIGO 01/2014

Bob Marley no Céu



É curioso. Gosto de tabaco, seja inalado  na forma de charuto, cachimbo ou cigarro, industrial ou caipiresco de palha. (Não é pecado fumar moderadamente de acordo com o Catecismo da igreja Católica, veja:
2290  " A virtude da temperança manda evitar toda espécie de exceção, o abuso da comida, do álcool, do fumo e dos medicamentos. )
Além de Coca-Cola (que contem cafeína) tomo  Erva-mate (ilex paraguariense)  instrumentalmente na forma de Chimarrão (erva também contendo cafeína). 
Gosto também de incensos, principalmente os indianos.  Sendo assim as únicas substâncias que ingiro e que podem ser classificadas como drogas são apenas NICOTINA e CAFEÍNA. Não  tomo Café, só Coca-Cola e Chimarrão. Nenhuma destas substâncias alteram a consciência (perceptivelmente) e nunca em minha vida ouvi falar que alguém fumou um cigarro e endoidou ou matou alguém. Idem para substâncias que contem cafeína. Parece que o mundo moderno já condenou a NICOTINA à morte mas ainda tolera a CAFEÍNA. Ao mesmo tempo querem liberar outras drogas que podem causar danos maiores. Quanto ao ÁLCOOL não ingiro mais e nada tenho a falar a respeito. Mas veja algo interessante sobre isto, aqui: (A DROGA DA INCOERÊNCIA)
Se quiser mais informações sobre narcopolêmicas veja também ISTO e ISTO.




MINHAS DROGAS









O curioso é que um dias desses atrás entrei em uma lojinha no centro da cidade e me surpreendi com um enigma que ainda tento decifrar. Neste mesmo comércio haviam além de charutos, cigarrilhas, erva-mate, bombas de chimarrão, narguilés e essências para narguilé, isqueiros diversos e especializados... também haviam incensos e incensários de origem indiana, bem como imagens do Buda e símbolos, pingentes e correntinhas com alusões a religiões orientais. Havia também uma estatuazinha do Gandhi sentado com as pernas cruzadas. 
Nirvana artificial?
Além de ser uma central de NICOTINA e CAFEÍNA, e também um tipo de fornecedor de material para meditadores , havia algo mais. E isto é o que é  o MISTÉRIO.
O mistério aflora à vista quando juntamente com tudo isto que listei acima: narguilés arábicos, chimarrão do extremo-sul sul-americano, charutos americanos, incensos e aparatos esotéricos orientais aparece também toda uma constelação de objetos da CONTRACULTURA do Ocidente dos anos 60 do século 20  em diante. Camisas pretas com ícones de cantores de rock incensados, correntes de metaleiros, (vi ate mesmo soqueiras metálicas) símbolos de paz e amor (aquele tipo um pé de galinha) juntamente com o ying-yang. Neste local onde os atendentes falam só na gíria, faz-se também tatuagens e piercings em imitação a bandas de roque. E que Deus me perdoe se estiver maliciando, mas acho que se pergunta-se discretamente poderia conseguir alguma porção da Cannabis Sativa de Lineu. Que na verdade é o que saí maldando sobre que substância seria  usada nos narguilés.

Juntamente com imagens, camisetas, etc de Osbourne, Elvis Presley, Joplin, Beatles, Sepultura, Raul Seixas etc, havia imagens de religiões orientais. POR QUE? O que tem haver a CONTRACULTURA hippie woodstockiana, metaleira, drogadita com a CULTURA de religiões orientais como BUDISMO, HINDUÍSMO, TAOISMO, CONFUCIONISMO etc? 


Formulação do enigma:

CONTRACULTURA OCIDENTAL  +  CULTURA ORIENTAL =  ?


LOJINHA HIPPIE = OBJETOS DA CONTRACULTURA + OBJETOS PSEUDOESOTERICOS ORIENTAIS


MEDITAÇÃO ORIENTAL + USO DE DROGAS =?
  


Primeiramente parece-me já há muito tempo que existe um afastamento da cultura judaico-cristã de todos os drogados, maconheiros, etc, que fugindo da cultura matriz de seus antepassados buscam uma cosmovisão  alternativa onde a repressão e desincentivo  as drogas não seja tão pesada. É por isso que os dependentes químicos, usam tatuagens de culturas tribais e orientais, embora muitos usem cruzes e santos. É sabido que os indígenas ocidentais usavam e usam drogas alucinógenas, cogumelos, ayahuasca, maconha, etc. Agora que os místicos orientais usassem drogas nunca tinha ouvido falar. A ingestão de psicotrópicos é expressamente proibida no budismo, o islamismo proíbe terminantemente o álcool, e o judaísmo e cristianismo a embriaguês alcoólica.("O bêbados não herdarão o reino de Deus"  1 Coríntios 6:9-10). Tudo o que li até hoje sobre meditação oriental não tem nada haver com narcóticos, muito pelo contrário isto seria um impedimento ao Moksha, a Liberação e ao Nirvana, a Extinção do renascimento na roda do Samsara. (Sendo Moksha e Nirvana algo aparentemente melhor que a Salvação Cristã).


Quanto à associação à cultura indígena ocidental com drogas vai lá. Mas quando esta associação é feita com religiões como o budismo, não dar para entender.  Algumas religiões que são pseudohinduismo como o Movimento Espírita em algumas vertentes dele usam drogas para a expansão da mente como é o Caso do Santo Daime e da União do vegetal. Parece-me que é um erro de conclusão achar que o efeito das drogas seja comparado com o efeito da meditação oriental, como se as drogas fossem um caminho mais fácil um elevador para o Moksha enquanto a meditação oriental fosse as escadas.
É como se os doidões achassem que seu estado alterado de consciência (que expressão batida) causado pelas drogas fosse a mesma coisa que as elevações místicas e esotéricas de monges e místicos orientais. Como se um noiado completamente zumbizado  fosse um mini Buda realizado espiritualmente. O engraçado é que já vi até mesmo caricaturas de Bob Marley fumando uma marijuana na posição de Lótus. Isto é uma confusão espiritual dos diabos que vem de longe, onde espiritualidade é confundida com psiquismo, uma viagem psicotrópica com uma iluminação espiritual.  Até mesmo o grande escritor de ficção científica do Admirável Mundo Novo, Aldous Huxley, caiu nesta armadilha. No seu livro AS PORTAS DA PERCEPÇÃO ele descreve suas experiências com psicotrópicos numa tentativa de expandir a consciência.
Estes fatos são como disse o meu arquiguru Olavo:
"Transes induzidos por drogas simplesmente desligam algumas defesas pragmáticas habituais e deixam o sujeito voando, durante uns minutos, pela variedade de mundos que sua fantasia possa criar com reminiscências de leituras, imagens soltas na memória e sensações ampliadas. Isso tem tanto a ver com o conhecimento espiritual quanto um bebê fazer pipi na fralda tem a ver com o Kama-Sutra." (Numa nota intitulada Uma experiência com o Santo Daime)"

"Pois uma das marcas características da pseudo-espiritualidade é precisamente o contraste patético entre a intensidade psíquica hipertrófica das vivências subjetivas e o seu resultado cognitivo dúbio ou irrelevante."

Uma época em que essas experiências, por si, adquirem o prestígio do "espiritual" (ao ponto de a inevitável constatação da sua inocuidade servir de argumento em favor do materialismo), é uma época em que uma mentalidade pueril se assenhoreou de todas as consciências, dividindo-as entre uma credulidade sonsa e uma suspicácia apedêutica, que não podem sair do materialismo puro e simples senão para cair naquilo que o Dalai-Lama chamou "materialismo espiritual", e do qual certamente a proposta do Santo Daime é amostra típica e inconfundível."


















Mas quem misturou misticismo oriental com drogas primeiramente?


Aleister Crowley talvez, ou a Senhora Helena Blavatsky quem sabe? :

"No livro The Diary of a Drug Fiend, Aleister Crowley cita a experiência de Coleridge. Crowley foi o bruxo criador do Satanismo moderno, se julgava a Grande Besta e é ainda popular entre celebridades da política, das artes e ciências em todo o Ocidente. Ele difundiu o uso de drogas como parte de um processo de libertação espiritual. Crowley foi um dos mais perversos personagens do século XX, era viciado em quase todo tipo de droga, principalmente heroína, e levou isso até seu leito de morte. Era aficcionado por oráculos chineses e dizia incorporar deidades orientais. A cultura popular o transformou em um ícone com grande poder de fascinação entre os jovens.
Yuri Bezmenov, ex-agente da KGB, conta que a agência manifestava grande interesse em exercer influência entre líderes de seitas indianas que recebiam constantes visitas de celebridades americanas. A KGB tinha objetivos claros quanto à influência destas doutrinas na sociedade ocidental justamente pelo caráter de alienação que elas levavam aos cidadãos. Em um contexto de Guerra Fria, não impressiona que o mundo ocidental tenha sido invadido por cultos orientais e esotéricos em suas formas mais toscas e deslocadas do seu sentido original. O objetivo era o enfraquecimento da moralidade cristã, grande empecilho ao avanço do comunismo.
A busca pela transcendência e pelo conhecimento das razões e dos sentidos dos mundos espirituais passou a ganhar certo prestígio no século XX, a partir da contracultura, com o resgate de nomes como Crowley, Spare e Blavatsky e sua inclusão na cultura pop, por conta da articulação das seitas gnósticas. As experiências extra-corpóreas, as visões de anjos e interações com entidades, sensações que remetem a um relacionamento direto com os mundos imateriais e outras dimensões de existência, finalmente deixaram de ser exclusividade dos mestres, dos sacerdotes e dos bruxos. Qualquer jovem, desiludido com o mundo que o cerca e com a imposição de padrões comportamentais dos quais ele discordarva, podia, afinal, conhecer o maravilhoso mundo das descobertas transcendentes e das experiências com criaturas verdes e espíritos de luz, mediante o simples e banal uso de uma droga entorpecente facilmente acessível, de consumo incentivado por meio da conduta de artistas comprovadamente orientados por mestres de seitas.  (Cristian Derosa)

"No livro A experiência psicodélica: manual baseado no livro tibetano dos mortos (1964), Leary destaca a importância de drogas como o LSD como chave de abertura da consciência, comparando seus efeitos com as proezas psíquicas das antigas religiões tibetanas. Junto a escritores como Fritjof Capra e outros contemporâneos, Leary defendia a adoção da psicologia oriental para a transformação e experimentação da consciência afim de ultrapassar novas fronteiras. O objetivo das experiências com LSD era a perda do ego, coisa necessária para alcançar a verdadeira transcendência. (Krokodil - a manifestação física do mal e seus antecedentes.)




Então se você pesquisar, pesquisar, acho que encontrará o segredo deste enigma lá pela metade do século XX quando um pseudoesoterismo invadiu o ocidente com estímulos da agência secreta soviética KGB. Aleister Crowley influenciou o "mago" Paulo Coelho que influenciou Raul Seixas. Então os Beatles foram atrás de gurus no oriente e artistas hollywoodianos começaram a usar piramides de cristal e fazer yoga numa imitação tosca de religiões orientais. É a tal da Nova Era. Na verdade um gnosticismo disfarçado de religião do oriente, misturado com cultos tribais primitivos. Mas sobretudo uma desculpa espiritual para se drogar.  Renê Guenon também denuncia este fenômeno mas ainda estou lendo sua opinião sobre o assunto. Ele denuncia um pseudoesoterismo e um erro dos Espíritas quando à sua metafísica que influenciou negativamente os ocidentais. Estou lendo ainda... 



Bem, com eu disse ainda estou pesquisando o enigma da lojinha, mas já podemos ter um vislumbre antecipado do que ocorreu. E as dicas de pesquisa são estas ai de cima que vou cavar mais. 


Mas uma coisa aparece também. Neste mundo atual,  segundo o filosófo Olavo de Carvalho existem três esquemas globalistas de tentativa de dominação mundial  : veja nestes links






Parece-me agora que mesmo os outros dois esquemas, o globalista ocidental  e o islâmico são frutos do russo-chinês. Parece-me que foi a KGB que criou a Nova Era e que enlouqueceu o mulçumanos com uma espécie de Teologia da Libertação maometana. São os ERROS DA RÚSSIA anunciados pela Senhora. Erros que parecem que vão aumentar, não é mesmo? 










Ah sim! Tem mais uma coisa que gostaria de comentar...


Exsurge de todas as elocubrações supra declinadas o seguinte:

Um mal entendido de que drogas possam trazer algum benefício espiritual/cognitivo. É claro que Xamãs e feiticeiros no passado usaram drogas para abrir as portas da percepção. Mas era um tipo de macumba e erro. Sendo as substâncias químicas das drogas coisas físicas, estas coisas físicas agiam no cêrebro que é um objeto no espaço-tempo e apenas distorciam a lente com que a alma vê o mundo. Outra dia desses um conhecido que frequenta a UDV (União do Vegetal) que consomem o Santo Daime me convidou para ir em uma sessão. É claro que não fui, embasado em todo que escrevi acima. Mas já frequentei creio que umas 10 vezes sessões da UDV e consumi o tal do chá de MARIRI com a CHACRONA, uma mistura de raizes e folhas, uma das coisas mais amargas que já senti na língua. Uma vêz tomei meio copo (o normal e uma dose daquelas de copo de pinga) e passei mal. Não tenho conceitos nem palavras para descrever o que passei.  Porque fui nessas sessões? Creio que por dois motivos. O primeiro é que quando era adoslescente fazia parte de um grupo que pesquisava discos voadores e viagens astrais. Chamava-mos GPP, grupo de pesquisas paracientíficas. Até hoje tenho a carteirinha.  Algumas coisas que li na biblioteca do grupo, que era na casa do líder da instituiçãozinha me despertou o interesse por estas viagens fantásticas. 
 Uma certa vez tomamos em grupo o tal do chá de Trombeta (Datura Stramonium)  e anotamos os efeitos em nós mesmos.Com toda a evidência, mesmo o LSD, qualquer cogumelo, o Ayhahuaska e qualquer outra droga psicodélica não terão a capacidade de proporcionar o transporte para outra dimensão paralela que esta droga é capaz. Se você dúvida é só picar umas cinco flores e ferver em meio litro dágua. Depois é só tomar meio copo. 
Esta com toda certeza será a primeira e a única vez que você fará isto, mas não duvidará do poder desta flor. Espero também que esteja pagando as mensalidades da funerária no caso de uma pequena ultrapassagem da dose. 
...
Mas será por que mesmo que existem alguns que tem interesse em liberar as drogas?










absolutum 






sexta-feira, 9 de novembro de 2012

CRÔNICA DO CAPUZ

Na primeira vez em que assisti Guerra na Estrelas chamou-me a atenção, explicável naquele clima desértico, o capuz usado por Ben Kenobi ou Obi Wan Kenobi. Dava um aspecto de monge ao ermitão escondido da sanha do Império Galáctico. Pensava que aquele roupão e assessórios eram apenas para o uso no deserto. Mas com o prosseguimento das sequências do filme podemos ver que se trata de um tipo de uniforme, um traje de uma ordem de "filosofia aplicada e ciência oculta" (1). Notamos também nesta história que há dois grupos se batendo pelo domínio do universo, o lado da luz e o lado negro, ops, escuro (era assim que dublavam na decada de 70/80: negro). As duas ordens, dos Jedis e Siths buscavam conhecimento e aprimoramento espiritual com práticas misticas e físicas. Se vestiam mais ou menos assim:



O curioso é o ar de mistério que este traje passa, algo inexplicável, algo que não consigo descrever. A função do capuz não é apenas proteger mas também ocultar. Ocultar o rosto, parcial ou totalmente. E assim vi em  dezenas  de filmes e desenhos animados:
Dr.  Destino e seu charmoso capuz


O Esqueleto e seu capuz de... Rapper ?
 A morte simbolizada, com seu capuz e foice que talvez seja a matriz-arquétipica  das outras figuras acima e abaixo.



O Cara-fantasma do filme Pânico, onde, creio eu juntou-se o ícone da morte de capuz com aquela pintura do Grito
E que tal olhar bem no fundo do capuz dos dementadores da Saga  H. Potter.
De tudo o acima exposto podemos concluir que na maior parte das vezes o capuz é usado pelos vilões, como por exemplo é o caso do Satanás de Star Wars o Lord Sith/ Imperador Palpatine:


Os mocinhos mesmo quando usam deixam sobre os ombros na maior parte das vezes:


E passam a usar cada vez mais ao passo que cada vez mais seu coração se torna obscuro e mal. É uma tentativa da consciência se encobrir? De se afastar dos outros seres? Um recuo das outras subjetividades?
Porque Anakin passa a usar o capuz sempre, após passar para o lado escuro, para imitar o Sith?
Saindo das trevas e indo para a luz, como eu havia dito, são poucos os mocinhos que usam capuz no mundo ficcional. Consegui encontrar apenas a Sheila da Caverna do Dragão que usa um capuz e uma capa para se tornar invisível:
Sheila denominada no jogo de RPG: A Ladra
Há outro que usa uma capa com capuz vermelha que tem o poder de invisibilidade também mas desta vez vilão da Marvel, que é denominado Capuz
É interessante a capa/capuz estar associada a invisibilidade no universo ficcional atual quando justamente nos mitos antigos isto também acontecia (vide por exemplo a saga dos Nimbelungos)E já que estamos falando em invisibilidade recomendo este texto fantástico aqui: INVISIBILIDADE.

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End

terça-feira, 23 de outubro de 2012

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

ENSAIO 08/2012

SMYLE  X BAD BOY

Em um tardinha de neblina, enquanto estava lendo um dia, na mesa da cozinha, quando me debrucei sobre ela por alguns segundos, tive um "sonho-visão" curioso. Era o seguinte: Como naqueles clipes do Michael Jackson dos anos 80, sobre gangs em bairros pobres americanos, em uma rua enevoada vi surgir de dentro da neblina o rosto agressivo daquele simbolo do BAD BOY.  Realize: de dentro da neblina que envolve pilastras do estacionamento abandonado surge lentamente em sua direção o Bad Boy zangado (e de preferência com uma musica techno)...
Olha só como o cêrebro trabalha. Numa conversa rápida com  um conhecido ele tinha me dito que este símbolo era originário de uma gang de Nova Yorque que pinxava os muros do seu bairro com ele. Com certeza este comentário passageiro entrou como um dos componentes da fórmula deste sonho. Na época eu não sabia disto, mas como é de conhecimento geral este símbolo é só uma marca de produtos esportivos radicais. E a cara de mal é a de um combatente, um judoka, um carateca e etc, que com certeza não combateriam com a carinha de outro cara que falaremos mais à frente. E também esta cara não tem nada haver com gangs. Talvés apenas terciariamente.

Do outro lado do estacionamento em frente ao garoto mau de dentro da cerração com uma musiquinha techno, um pouco mais pop, avança o Smyle com um leve vinco no senho, um suave sorriso ironico, os característicos olhinhos ovais e a cor amarela... 
 A história do Smyle é mais antiga e ele representava tudo de bom, de alegria, felicidade, alto astral, até fazerem  a droga com formato dele e produzirem o filme de terror com um assassino pisocopata com os olhos e sorrisos copiando o dele. Mas ele sobreviveu.

Acredite-me ou não tive o sonho do Bad Boy e do Sorriso se confrontando em um duelo. Na verdade não chegaram a se confrontar, era só uma preparação, um encarando o outro, desafiando, como os duelos do velho oeste onde os pistoleiros se preparavam para atirar.  Então eu acordei antes da briga, foi um breve traillerzinho onírico.

Mas... sim, por falar nestes dois, neste exato momento me lembrei de algo que por associação é atraido ao núcleo do assunto. É mais um persongem-rosto que expressa simboliza e encarna uma emoção. Assim como o Bad Bay simboliza inicialmente a raiva combatente dos esportistas radicais e posteriormente deliquentes, assim também como o Smyle representava a alegria as pessoas boas, paz e amor bicho, etc, assim também um outro "persona-face" ganhou fama por representar uma das piores emoções humanas... o medo. Você acertou, é ele mesmo:
...


PROSSEGUE 

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

DICA DE LIVRO

Otelo - William Shakespeare 

O professor de literatura e escritor Harold Bloom produziu o livro o Cânone Ocidental, que trata especificamente de literatura  ou mais precisamente de seus maiores escritores. Ele elege então o Espanhol Miguel de Cervantes (Dom Quixote), Dante Alighiere (Divina Comédia) e William Shakespeare como os maiores escritores de todos os tempos, o centro do cânone, e coloca este último, o Bardo, tão alto ao ponto de dizer que nunca mais será superado, que pode aparecer um quase igual mas nunca melhor. Ele diz também que os clássicos são diferentes dos outros livros e que seria melhor ler-mos os clássicos aos outros, evidentemente.  Aceitando a sugestão resolvi então ler Shakespeare. Já tinha lido Romeu e Julieta, e comecei então por OTELO. Não me arrependi. 

Bloom afirma no livro que  " se pudéssemos conceber um cânone universal, multicultural e multivalente, seu único livro essencial não seria uma escritura, a Bíblia, o Corão ou um texto oriental, mas antes Shakespeare, que é encenado e lido em toda parte, em todas as línguas e circunstâncias (pág. 45). Diz também que o núcleo da cultura ocidental são SHAKESPEARE-ARISTOTÉLES.

Um outro escritor argumentando sobre a importância dos clássicos diz que : "...Mas um clássico não é um livro para especialistas. É um livro que deu origem aos termos, conceitos e valores que usamos na vida diária e nos debates públicos. É um livro para o homem comum que pretenda ser o cidadão consciente de uma democracia. Clássicos são livros que criaram as noções de realidade e fantasia, senso comum e extravagância, razão e irrazão, liberdade e tirania, absoluto e relativo – as noções que usamos diariamente para expressar nossos pontos de vista." (aqui).


A história de Otelo é uma das Obras clássicas de Shakespeare  e confesso, nem imaginava do que se tratava, nem mesmo da televisão ou cinema, que gosta de produzir filmes e desenhos cujos roteiros são obras literárias clássicas. 


Otelo, um maioral em Veneza conquista a bela Desdêmona filha de Brabâncio outro poderoso local. Otelo, um guerreiro calejado e amigo de Brabâncio contava seus feitos castrenses em noitadas na casa de pai da jovem. ("O pai dela me tinha em grande apreço, e seguidas vezes convidava-me à sua casa... (contava-lhe) ...as batalhas, os cercos, as aventuras por que passei. E eu contava tudo, contando desde o dia de minha infância até aquele exato momento em que ele me pedia que lhe relatasse os fatos de minha vida...) e ela sempre que os afazeres permitia ouvia as historias meios inteiras meio aos pedaços. Então ela começa a se compadecer do  mouro Otelo e esta compaixão se transforma em paixão.  Ela  se  dirige a Otelo e pede para que lhe conte suas histórias e declara seus sentimentos. E que gostaria de ela mesma ter vivido estas façanhas sobre montanhas que tocavam os céus e canibais terríveis. Otelo sentindo-se como que consolado pelas condolências da jovem também retribui os sentimentos.  Foge então a alva Desdêmona com o negro Otelo. (Neste trecho até que se parece com Romeu e Julieta). Entra em cena então o pérfido Iago o alferes (sub-tenente) de Otelo, que fingi-se de seu amigo e leal subordinado mas nos recônditos de sua mente maligna trama maliciosamente uma vingança contra seu senhor. Iago odeia Otelo por ter sido preterido numa promoção de graduação militar. Otelo ao invés de promover a tenente Iago, promove Cássio. subordinado de Otelo. Iago Também imagina que Otelo teria sido amante de sua esposa, diz ele suspeitar do mouro ter visitado seus lençóis. E executaria sua vingança "esposa por esposa" e lhe poria, escrito literalmente na tradução portuguesa "um par de chifres". Se não ele próprio, através de outro, digamos, agente. Quando uma frota turca se desloca avançando na direção de Chipre Otelo é mandado para a Ilha na condição de Governador e protetor, seu alferes traidor vai junto, bem como sua esposa. 

 

 


 CONTINUA

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

ENSAIO 07/2012


CORPO ESPECIAL


Segundo os tomistas a matéria foi criada por Deus e só pode ser aniquilada por Ele. A matéria é a potência  do ato, mais ou menos como uma massa de modelar que ganha forma (atual) com os nossos dedos. Essa matéria "modelada" (enformada) é a matéria segunda, a matéria "não-modelada" é a matéria-prima (informada, não atualizada). Falando grosso modo. O contrário da matéria-prima, que é a potência pura é Deus que é Ato Puro.  (Ato de Ser - o verbo ser como uma ação e ação infinita). Nós, seres criados somos compostos de ato e potência em diversos graus. Ou seja de ato (forma) e potência (materia) mesclados. 

O contrário da matéria é a forma que também é o ato e também a essência do ser.

Para alguns só existe a matéria e o mundo mental que conhecemos não passa de um epifenômeno da própria matéria. Ela é a potência pura de onde vem todo ato. 

A potência pura e a impotência total são a mesma coisa sem um ATO PURO. (Deus)

Outras coisas que também foram criados por Deus, de acordo com os  religiosos e filosófos antigos foram os espíritos; os anjos e as almas humanas, que são eternos (humano inclusa) e só deixam de existir se Deus os decidir aniquilar.

A matéria é composta, formada por partes  e por isto está sujeita a decomposição, adição, subtração, geração, corrupção e etc. 

A matéria ocupa lugar no espaço, na extensão e por isto tem partes. O contrário da matéria, o espírito é indecomponível, não está sujeito a quantificação, não ocupa lugar no espaço, na extensão e por isto não tem partes, é simples e uno ao contrário da matéria corpórea que é múltipla e variada mudando no tempo como um rodamoinho numa tardinha seca numa rua deserta de uma cidadela abandonada. 

De acordo com os antigos "a Forma era Ato da Matéria e a Matéria era Potência para assumir novas formas".

Na antropologia tomista e muitas outras antigas o homem é um ser híbrido no universo pois é composto de matéria (seu corpo) e forma (seu intelecto, alma). 

O homem é composto, segundo eles, de substância material e substância intelectual, esta última indestrutível por não ter partes como a substância material.




No homem acontece que "o ínfimo do Supremo (Deus) toca o supremo do ínfimo ( homens)" -Tomás de Aquino

"...o homem é a interseção entre o finito (pois participa das coisas corpóreas) e o infinito (pois participa das coisas incorpóreas, dada as suas potências superiores: a inteligência que conhece a verdade e a vontade que quer o bem)..." (fonte)


Não tenho tempo nem condições de (tentar) provar que a substância intelectual existe, cujos reflexos são o seu querer e o seu pensar mas você poderia dar uma lida aqui. A matéria existe evidentemente sem precisar de provas,ou será que não existe? (Será o mundo uma simulação mental ou um mundo intelectual sem matéria?)

Dê por pressuposta então a dicotomia matéria e forma, o binômio corpo e alma em prol do prosseguimento da argumentação.

Para Santo Tomás de Aquino o corpo humano era o mais superior dos corpos e o intelecto humano o mais inferior das substâncias intelectivas.

A matéria é possibilidade para o ser, em outras palavras a matéria existe para se fazer o que se quiser com ela e foi isto o que o homem fez durante sua história sobre a face do planeta. Extraiu metais, explorou e cultivou vegetais criou e consumiu animais. E até mesmo usou outros homens como escravos.  E tudo vai se fazendo, se criando, se consumindo, se gerando e corrompendo durante o transcorrer do tempo. Imagine a quantidade de alimentos que a humanidade consumiu durante  sua existência e os materiais que usou, imagine os vegetais que já existiram, os animais, os dinossauros por exemplo. Para onde foi todo este material? A maior parte está aqui mesmo, em nós, nos animais, nos objetos. A matéria é eterna no sentido de que ao se corromper não se aniquila não vai para o nada, permanece aqui recompondo outras coisas. É como no brinquedo Lego, aquele das pecinhas de montar. As pecinhas são indestrutíveis apenas as configurações, as formas que montamos, as figuras que formamos são temporárias. Só lembre-se que os átomos não são as pecinhas. Os átomos mesmos são formados de outras pecinhas, que são formadas...

No livro de Gênesis bíblico relata-se que Deus diz ao homem para dominar sobre toda a natureza e foi isto o que fez ao longo da sua trajetória planetária. Mas observo que há um tabu, um limite que ao ser tocado fazem os religiosos reclamarem seja de que denominação for, seja espírita, budista, cristã ou mulçumana. Sempre que a civilização se aproxima desta linha divisória forças conservadoras, tradicionais se levantam em sua defesa. Foi observando as disputas ideológicas, políticas, científicas, filosóficas e religiosas que percebi  uma tendência uma linha divisória que estava ali todo o tempo mas eu não percebia e de repente ela aflorou à vista. É o seguinte, o homem faz com que toda a natureza se transforme num material dúctil, plástico, maleável, mas quando começa a se aproximar do objeto que em parte compõe o seu ser (seu CORPO) para mexer nele, sempre há livros sagrados proibindo e sacerdotes condenando dos púlpitos. É curioso, o homem mexe em toda a matéria, mas a matéria que está contida em parte de seu ser deve ser tratada como algo mais UM CORPO ESPECIAL

Isto não se dá apenas nas honras fúnebres, mais em toda as fases de geração, crescimento e desenvolvimento do corpo humano. Na geração existe o ativismo anti-aborto, na senescência e com os doentes terminais tem-se as políticas anti-eutanásia. (ou seja tentá-se impedir de se destruir um corpo humano em formação/geração ou em processo de se aproximar da corrupção) A ordem e não tocar, deixar na "Mão de Deus," deixar o corpo humano fora do alcance do próprio domínio humano. Em Gênesis 1:28 Javé diz que o homem deve encher a Terra e sujeitá-la (provavelmente se refere aqui aos recursos minerais) e dominar sobre os outros animais e vegetais, mas não é dito que domine sobre SI mesmo,  uma parte de si mesmo.

Deixando de lado os livros sagrados das outras religiões somente no Velho Testamento podemos ver inúmeras proibições condenando o uso do corpo humano como um simples objeto de uso (desacralizando-o) e vê-mos também um esforço de maximização da atualização do potencial reprodutivo, uma tentativa de abrir todos os canais para que se nasça o maior número de pessoas. Dê no que dê. Sem controle populacional. E sem intervensão, seja no processo reprodutivo, seja na sucessão das etapas biológicas.

Nos livros sagrados, por exemplo, de Levítico e Deuteronômio onde Javé baixa as leis que os israelitas deveria obedecer existem, entre outras proibições de outras coisas, muitas proibições que envolvem tratar o corpo humano como algo comun ou como qualquer coisa sem importância. Veja alguns textos:

  "Filhos sois do Senhor vosso Deus; não vos dareis golpes..."   (Deuteronômio 14:1)
 
"Pelos mortos não dareis golpes na vossa carne, nem fareis marca alguma sobre vós: eu sou o Senhor." (Levítico 19:28)" 

"Não farão calva na sua cabeça, ... nem darão golpes na sua carne." (Levítico 21:5).

Modelando para o "mal"
Modelando para o "bem"
E isto trata apenas de coisas mais superficiais ,pense então no extremo, para não falar de outras assuntos sexuais, disto aqui: o implante de globos e outros objetos para ficar-se parecendo com lagartos, partir-se a língua e etc ou o caso aqui, do lado direito , da ucraniana de 21 anos Valeria Lukyanova que fez plásticas no rosto, retirou costelas e outras coisas que só Deus sabe para ficar igualzinha a boneca Barbie. Sim a foto ao lado não é da Barbie , pode-se ascessar até mesmo no youtube vídeos com entrevistas da moça. Embora tenha ficado realmente muito bonita, é evidente que padece de deficiência qualitativa na alma racional. O outro também.

Provavelmente a diretriz ou princípio de tornar santo o corpo humano na Bíblia induz alguns grupos a proibir a camisinha  e anticoncepcionais( católicos), as transfusões de sangue (testemunhas de Jeová)  e outros tabus que não estão contidos nas Escrituras. Pelo menos não explicitamente. Para ficarmos só restritos a este último grupo (TJs) em benefício de uma melhor clareza na exposição das idéias veja neste texto maravilhoso aqui a luta sequencial e secular do grupo Testemunha de Jeová contra as vacinas, o uso de vasilhas de alumínio (para se evitar envenenamento) e as trágicas resistências aos transplantes de orgãos e as tranfusões de sangue. (Assuntos médicos e as testemunhas de Jeová). O Texto é evidentemente escrito para denegrir as testemunhas de Jeová como fundamentalistas mas não vou entrar no mérito da questão, somente frisar que o grupo agiu desta forma por uma má exegese das Escrituras evidenciado por sua ulterior modificação das doutrinas. Isto fica patenteado ao longo do texto quando eles rebatem as novas tecnicas médicas com proibições de milênios oriundas das Escrituras.:


"Embora milhares de transplantes de córnea sejam realizados cada ano...Há aqueles, tais como as Testemunhas Cristãs de Jeová, que consideram todos os transplantes entre humanos como canibalismo..."
"Será que há alguma objeção bíblica a que se doe o corpo para uso na pesquisa médica ou que se aceitem órgãos para transplante de tal fonte?... Aqueles que se submetem a tais operações vivem às custas da carne de outro humano. Isso é canibalesco...Jeová não deu permissão para os humanos tentarem perpetuar suas vidas por receberem canibalescamente em seus corpos a carne humana, quer mastigada quer na forma de órgãos inteiros ou partes do corpo, retirados de outros."
                                                                                  - A Sentinela de 1/6/1968, pág. 349,350 

E por falar nisto, deixa eu relembrar aqui de algo pessoal à título de nostalgia e de alerta simultaneamente. Quando eu tinha por volta de, se não me engano, 22 anos portava na carteira um documento assinado para que se  minha pessoa sofre-se algum acidente não deve-se receber nenhuma transfusão de sangue, ou seja era a chancela de uma hemoragia completa até o Hades. Toda testemunha de Jeová tem um documento assim que é um potencial problema para o SAMU e a equipe médica:
Declaro por minha livre vontade o meu desejo de não receber sangue e etc...
 
Bem, este é só um grupo religioso (especialíssimo) e uma atualização das possibilidades dentro do Cristianismo. Mas a maioria é menos singular.

Eu poderia linkar aqui dezenas de sites católicos, evangélicos, espíritas, budistas, hindus, mulçumanos e etc (seria ocioso) que condenam tudo que envolve uma aproximação manipulatória ao corpo humano, inclusive até mesmo os estudos que visarão manipular o material que plasmará um corpo humano, traduzindo, PESQUISAS COM CÉLULAS TRONCO. Até nisto as religiões persistem na condenação inspiradas consequentemente por seus livros sagrados e suas tradições.
CONTINUA

terça-feira, 11 de setembro de 2012

DICA DE LIVRO


É ISTO UM HOMEM ?

O Escritor Ítalo-judeu Primo Levi deixou  neste livrinho de 175 páginas, escrito de maneira simples e paradoxalmente um pouco divertido relato de sua passagem pelo campo de concentração de Auschwitz. Uma impressionante história de algo que ele denomina uma anti-história bíblica, uma má nova. Primo Levi descreve o dia-à-dia extenuante do Campo, as diversas nacionalidades e os problemas de comunicações por causa dos idiomas. Discorre sobre as penúrias físicas, os sapatos rotos, as camas duras e o limbo entre dormindo e acordado durante toda à noite até a hora da alvorada por volta das 04:00 da manhã quando os guardas comandavam o despertar.
O escritor recorda-se das pancadas contínuas dos Kapos (encarregados) e de como alguns Kapos compassivos batiam nos presos para aliviarem dores maiores: 

"Mordo fundo meus lábios; bem sabemos que provocar-se uma pequena dor acessória pode servir de estímulo para juntar as extremas reservas de energia. Também os Kapos sabem disso; alguns deles surram-nos quando estamos debaixo de carga quase carinhosamente, acompanhando os golpes com exortações e incitamentos, assim como fazem os carroceiros com seus esforçados cavalos."

E escreve uma frase na página 68, que fora do contexto pode parecer extremamente ridícula mas para quem ler o livro e sabe do que Levi está falando tem todo o sentido de uma realidade máxima:

"A latrina é um oásis de paz"

Medita ele ainda profundamente sobre a vida no Campo (pág 15):

"Cedo ou tarde, na vida, cada um de nós se dá conta de que a felicidade completa é irrealizável; poucos, porém, atentam para a reflexão oposta: que também é irrealizável a infelicidade completa. Os motivos que se opõem à realização de ambos os estados-limite são da mesma natureza; eles vêm de nossa condição humana, que é contra qualquer "infinito" . Assim, opõem-se a esta realização o insuficiente conhecimento do futuro, chamado de esperança no primeiro caso e de dúvida quanto ao amanhã, no segundo. Assim opõem-se a ela a certeza da morte, que fixa um limite a cada alegria, mas também a cada tristeza. Assim, opõem-se as inevitáveis lides materiais que, da mesma forma como desgastam com o tempo toda a felicidade, desviam a cada instante a nossa atenção da desgraça que pesa sobre nós tornando a sua percepção fragmentária, e, portanto, suportável.
Foram justamente as privações, as pancadas, o frio, a sede que, durante a viagem e depois dela, nos impediram de mergulhar no vazio de um desespero sem fim. Foi isso. Não a vontade de viver, nem uma resignação consciente: dela poucos homens são capazes, e nós éramos apenas exemplares comuns da espécie humana. "
Esta compreensão de que nem mesmo a dor será infinita pois morreremos enfim e de que os maiores prazeres também são finitos e se acabarão me fez recordar desta monografia aqui que muito me ajudou. Ao ler as palavras do ex-prisioneiro do campo de concentração me veio a memória imediatamente as deste outro autor. O Autor sem o saber estava vibrando em ressonância com Primo Levi e disse algo na mesma direção, sem as porradas da dura máter/ matéria dura, só na teoria. Veja aí e compare:


"...O segredo da felicidade, apesar de alardeado como tão misterioso, é tão estranhamente simples que por vezes pode escapar de vista pelo simples fato de insistirmos em procurar em contextos mais complicados.
Em síntese, podemos descrever tal “segredo” na forma de duas proposições praticamente axiomáticas: Reconhecer que toda e qualquer coisa apresenta aspectos agradáveis e desagradáveis, e agir de modo a maximizar os aspectos agradáveis e minimizar os desagradáveis 
Toda e qualquer coisa” significa literalmente qualquer tipo de fenômeno existencial concebível e vivenciável. A vida mais luxuriosa, abastada e despreocupada possível apresenta os aspectos negativos da falta de desafio, da possibilidade do tédio, da desilusão, do medo da perda etc.
A situação mais desprezível, miserável e aversiva possível apresenta os aspectos positivos da possibilidade de fortalecimento, de conhecimento de situações adversas, da oportunidade de demonstrar superação e heroísmo.
A pessoa feliz, bem como o otimista, se é que haja alguma diferença, é simplesmente alguém que enfoca os aspectos naturalmente agradáveis da situação, e como a grande maioria de nós vive longe desses extremos acima concebidos, o leque de escolhas sobre o que valorizar e maximizar é, em geral, bastante vasto. Assim, justificamos a noção trivial de que a pessoa otimista se sente feliz pelo que já conquistou e se sente animada pela possibilidade de conquistar mais, enquanto o pessimista despreza o que conquistou e sonha com o que não conquistou, e ou se concentra em sua incapacidade de conseguí-lo..." (Marcus Valério)



Outro trecho do livro de Levi que me chamou a atenção foi:

"Se, do interior do campo, uma mensagem tivesse podido filtrar até os homens livres, deveria ter sido esta: procurem não aceitar em seus lares o que aqui nos é imposto". 

O que ele quer dizer é o seguinte: algumas coisas desumanizam o ser humano, algumas coisas os objetalizam, os transformam em meras coisas e que isto é tão grave, mas tão grave que não deveria ser aceito nem mesmo dentro de casa. Nem mesmo em germe, como em um Mini-Campo e nós homens livres não deveríamos aceitar no ambiente onde podemos atuar algo que foi imposto num Campo de Extermínio.
Ele diz ainda:

"Uma parte da nossa existência está nas almas de quem se aproxima de nós; por isso, não é humana a experiência de quem viveu dias nos quais o homem foi apenas uma coisa ante os olhos de outro homem. Nós três ficamos em grande parte imunes a isso e por essa razão nos devemos gratidão recíproca. Minha amizade com Charles resistirá ao tempo."

 Até o próximo

terça-feira, 4 de setembro de 2012

DICA DE FILME



P   R  O  M  E  T  H  E  U S

No clima da Alien o oitavo passageiro, após ter lido este livro, assisti ao filme Prometheus que segundo os comentaristas se passa numa época anterior a época do Alien e explica até mesmo seu surgimento.
Eu mesmo após assistir ao filme detectei algumas citações e referências ao alien, pelo menos ao livro que tinha acabado de ler pois o filme eu não me lembro quase nada, pelo menos não nos detalhes. Parece que a memória começa a ser perder nos detalhes:

1) Tanto em Alien quanto em Prometheus a duas naves são muito parecidas. Ou seja a Nostromo se parece muito com Prometheus.

2)Nos dois filmes os lanças chamas estão presentes e são sobejamente utilizados.

3)Tanto em Alien quanto em Prometheus existem androides e nos dois filmes as cabeças dos mesmos são arrancadas

 4)Tanto em Alien quanto em Prometheus no final, a única sobrevivente é uma mulher e passar a ditar um relatorio final

5) A Nostromo era um cargueiro comercial de uma companhia a Prometheus uma nave exploratória de uma tal de corporação.

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SAIBA MAIS
1)QUEM SÃO AOS ENGENHEIROS




CONTINUA

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

DICA DE LEITURA

ALIEN 
O OITAVO PASSAGEIRO
  

Depois de Os 12 macacos li também este códice que foi inspirado no filme Alien O Oitavo Passageiro, um filme que encantou (desencatou na verdade) minha infância, que levava o medo ao limite. Depois de tanto tempo revisitar a história é um prazer inesperado.
 Nostromo  o cargueiro espacial com 7 tripulantes entre eles a oficial Ripley recebe um pedido de socorro de um planetóide. Ao descerem verificam que o pedido na verdade vinha de uma nave avariada sobre o astro. Não era um pedido de socorro era um aviso.Ao retornarem a nave um dos tripulantes trás grudado no rosto um animal alienígena, um oitavo passageiro.










 
Tenente Hellen Riplay



 Maiores informações confira no site CAPACITOR FANTÁSTICO  que foi de onde eu colei estas fatos aí de cima. No blog tudo é bem esmiuçado... bem explicadinho.

ATÉ O PRÓXIMO

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

DICA DE LIVRO

OS 12 MACACOS

       “...Em 1997, 5 bilhões de pessoas morrerão de um vírus....os
sobreviventes abandonarão a superfície do planeta....os animais voltarão a
dominar o mundo..." Trechos de uma entrevista com um paranóico
esquizofrênico clínico. 12 de Abril, 1990 - Baltimore County Hospital

A Humanidade foi quase exterminada o que sobrou dela está morando no subterrâneo. Cientistas enviam um explorador para o passado na esperança de descobrir o foco original da contaminação para assim, então, tentarem bolar uma vacina. Este romance de 208 páginas escrito por Elizabeth Hand me fez "assistir" mentalmente ao filme OS 12 MACACOS. É curioso. Como o livro foi escrito depois e por causa do livro a escritora baseou todas os "quadros mentais" do livro nas "cenas reais" do filme. Quando eu estava lendo  e o livro descrevia um local ou evento eu não poderia imaginar diferente do que já tinha visto no filme. O livro é praticamente um script-roteiro do filme. Mas acrescenta alguns detalhes importantíssimos no final. O livro descreve cada cena, cada diálogo quase 99% de como saiu na tela por isto lê-lo e como assistir de novo, desta vez somente com as reminissências da memória reativadas pelas palavras  aos 12 macacos. Para saber mais sobre o filme ou o livro veja este blog aqui
Para uma visão mais "acadêmica" sobre a trama veja este estudo aqui . Dois traços digitais na trama que tornaram este filme/livro um cult foi o fato de (spoilers) o ator principal James Cole quando era uma menino ver sua própria morte quando voltou no tempo sendo um adulto. Isto fecha um circuito temporal pois o menino passa o resto da vida se lembrando da morte de um sujeito e quando adulto, morre sendo testemunhado por um menino que crescerá... e assim por diante.  Outro traço digital talvez único é o tema ecológico que  neste filme/livro é visto como negativo e como o causador da extinção da espécie humana. Os ativistas ecológicos são vistos sob um prisma depreciativo. Os cientistas do futuro colhem indícios fortíssimos que apontam um tal de Exército dos 12 Macaco como os responsáveis pelo ataque ecoterrorista que espalhou o vírus mortífero que matou bilhões. O Objetivo de James Cole e encontrar o foco irradiador para que os cientistas do futuro possam enviar alguem recolher amostrar e produzir uma vacina para que a humanidade futura possa retomar a superfície. É curioso que neste filme o passado não possa ser alterado, Cole não pode impedir os terrorista de executarem seu plano, nem impedir a própria morte. O que aconteceu não pode mundar...


 Para saber mais sobre Viajens no Tempo e Paradoxos Temporais leia o texto retrolinkado.
Para ter uma outra visão sobre o ativismo ecológico, caso você não tenha medo de ser "mentalmente divergente", veja o texto :  O Império Ecológico e o Totalismo Planetário     e  A Face Oculta do Mundialismo Verde. Um pouco menos confiável, mas veja também : Ativismo Ecológico Radical e Crise da Febre Aftosa e Agenda de Controle Populacional.
No filme um grupo de ativistas é apontado como os causadores da quase extinção da raça humana sob pretexto de salvação dos animais. Nos links monstrados acima o mesmo pretexto criará, possivelmente, um governo mundial opressor onde:

 "o indivíduo necessariamente desaparece por trás da coletividade, cujo assentamento ecológico é o que mais importa conservar: a Terra, então elevada ao nível de Deusa-mãe. As conseqüências desse rebaixamento então se desdobram, inelutáveis: totalitarismo, eutanásia, eugenismo, aborto, etc. A oposição dos ecologistas não poderá impedir que o homem, rebaixado ao nível dos animais, sofra também ele manipulações genéticas e clonagem"

ATÉ O PRÓXIMO!