EPISTOLAZINHA DE
NATAL
Feliz
Natal! Há quantos anos você ouve esta saudação ser pronunciada no mês de
dezembro? Tantos quantos são os anos de tua
vida consciente não é verdade? É um feriado que não é nacional, que não está
circunscrito a um povo só como a Páscoa Judaica (Pessach), a um país como o 4 de Julho americano, o 7 de
Setembro brasileiro, mas pertence a uma multidão de povos que se chamam de
cristãos, devendo este nome ao fundador desta religião que nasceu em tese neste
dia de 25 de dezembro há teoricamente 2011 anos atrás.(2018) Cristãos
Católicos, Ortodoxos e Protestantes têem neste dia um marco temporal para seus
calendários (judeus, muçulmanos, budistas e etc têem outros calendários).
Alguns grupos "cristãos" como as Testemunhas de Jeová não comemoram o natal e na verdade o condenam como um fermento (- tipo um vírus na linguagem evangélica) pagão que corrompeu o cristianismo
"verdadeiro". Adventistas e Mórmons tem também umas idéias heterodoxas com
respeito ao natal. Que o natal foi uma cristianização de comemorações pagãs é
um dado com sobejantes indícios de ter sido um fato. Como afirma um site
batista americano aqui : "Os Feriados de Origem Pagã e Como Foram Adotados no Mundo
Ocidental" . Em verdade, em verdade vós
digo: o natal é muito mais profundo que o cristianismo (em sentido temporal), nesta página aqui o autor afirma que o tema de
nascimento de um divindade por volta do solstício de inverno é um arquetipismo
recorrente em muitas religiões e apresenta uma corroboração de que o
cristianismo tem ressonância em bases profundas da espaço-localização e
cosmologia do próprio planeta Terra, algo "astrológico", ou melhor
astronomico, uma espécie de evangelho escrito na matéria corruptível, nos céus
estrelados. A configuração do sistema solar influencia a natureza que
influencia a sociedade e cultura. De que o cristianismo (mais precisamente a narrativa natalícia) seja baseado (ou reflita)
os arquétipos profundos ou duplique a fórmula de cultos de outras crenças
não decorre que seja falso ou verdadeiro.
Nascimento
e Morte Escritos nas Estrelas
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Natal de
um "mundo paralelo" sem Cristo
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Um exemplo de recorrência de algo
parecido ao Natal em alguns povos distantes no tempo e no espaço, de uma "Festa de Luzes" por
volta do final de Dezembro é o Hanuká ou
"natal" judáico
O escritor Max Sussol disse no
interessante A Mãe de Deus não foi a Única Mãe
Virgem? que os elementos do Natal (e do nascimento virginal) estão presente em muitíssimas narrativas míticas
ao redor de todo o mundo em povos em múltiplas épocas... (mas ele diz que a história do Natal Cristão é um
plágio destas narrativas.)
Não seria uma mesma história impressa a
ferro e fogo na mente humana pelos linotipos dos arquétipos?
Reverberações e ecos da
"HISTÓRIA" ABSOLUTA, que emana da eternidade e submerge no temporal?
Alguém (que não direi o nome, por causa dos mecanismos de
busca), afirma sobre os pontos de contatos
entre religiões diferentes que:
"A coincidência do Natal e do Eid-al-Fitr (fim
do jejum) muçulmano é uma ocasião para lembrar que os pontos de contato entre
as religiões cristã e islâmica - e também a judaica - vão muito além do que as
fórmulas de bom-mocismo ecumênico podem sugerir." (Lembrete de Natal)
E sobre comparações entre religiões:
"Muito mais frutífera é a aproximação dos
símbolos, que dizem a mesma coisa em linguagens diversas, mas de tal modo que a
mente, ao apreender a comunidade de sentido entre elas, não pode traduzi-la
numa terceira. Compreendida como disciplina contemplativa, a ciência dos
símbolos sacros é uma introdução à clareza do indizível." (Lembrete de Natal)
Shmi Skywalker e seu filho que nasceu por partenogênese com agente causal de
origem sobrenatural.
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Estas narrativas mitológicas e
das grandes religiões convergentes condicionaram a literatura e induziram os
autores a enxertarem elementos desta "história" absoluta em suas obras (para atrair apreciadores) como por exemplo fez George Lucas com Anakin Skywalker (mais aqui) que como Jesus nasceu de uma virgem.
Na monografia Heróis de Areia o autor explica a trajetória de vários
heróis e as similaridades entre elas:
"...Como espero ter demonstrado, mesmo hoje em dia, apesar de toda a nossa nova bagagem cultural, de nossas inovações tecnológicas e nossas cada vez mais arrojadas perspectivas, as estórias continuam repetindo umas poucas fórmulas clássicas, recombinando-as e as readaptando à nossa época. De uma certa forma, dos valores e símbolos mais profundos, nada é novo, mas sim apenas “renovado". Penso haver uma relação direta entre o sucesso de uma estória e sua capacidade de inovar a roupagem ao mesmo tempo que conserva ou resgata os elementos clássicos. Veremos que as mais bem sucedidas sagas heróicas de todos os tempos não diferem muito umas das outras em sua essência..."
"...Como espero ter demonstrado, mesmo hoje em dia, apesar de toda a nossa nova bagagem cultural, de nossas inovações tecnológicas e nossas cada vez mais arrojadas perspectivas, as estórias continuam repetindo umas poucas fórmulas clássicas, recombinando-as e as readaptando à nossa época. De uma certa forma, dos valores e símbolos mais profundos, nada é novo, mas sim apenas “renovado". Penso haver uma relação direta entre o sucesso de uma estória e sua capacidade de inovar a roupagem ao mesmo tempo que conserva ou resgata os elementos clássicos. Veremos que as mais bem sucedidas sagas heróicas de todos os tempos não diferem muito umas das outras em sua essência..."
Veja também o livro de Joseph
Campbell "O
Héroi de Mil faces" que
sinteticamente grosso modo termina por dizer que toda historia
é a mesma história se metamorfoseando exteriormente por fatores culturais,
ambientais e históricos.
Natal idem
E este o ponto que quero chegar com
respeito ao natal:
1)O verdadeiro natal é o aniversário de
Jesus embora aja outros que são uma cava para este aqui ser encaixado.
2)A nossa civilização teria algo
parecido ao natal por estas épocas mesmo que não tivesse havido a encarnação do
Verbo Divino. (Esse negócio de Papai Noel, renas voadoras não
tem muita coisa haver com aquela cena do presépio). O "Papai
Noel" é o prótese ou engaste cultural para a jóia do Presépio.
Retirado a jóia o engaste pode permanecer.
***
A
despeito de o que digam religiões para-evangélicas e cientistas creio no natal como algo que tem haver com
Cristo, com o seu nascimento. É como um núcleo afetivo e
psicológico que dá o DNA de nossa civilização,
que dá sentido, coordenadas as nossas vidas. O nascimento (vida e morte)
de Jesus é a história matriz de todas as histórias, é o âmago cultural da
civilização Ocidental (Judáica-Cristã) (ainda).
Nestas épocas então ocorre um fenômeno
anômalo...
Há muitos anos venho percebendo-o e não
é mistério algum, existe uma bibliografia até considerável sobre esta
manifestação, mas antes delas eu já vinha percebendo em primeira mão, por
testemunho direto, este fenômeno psico-sociológico de final de ano. É muito
conhecido pelo pessoal da área da psicologia e a partir de agora falo sério.
Posso fazer uma comparação dele com as palavras de Jesus registradas em Marcos
4:24-25:
"Aos que muito tem
mais será dado, mas aos que pouco tem, até aquilo que eles tem ser-lhes-á
tirado"
Estas palavras magoaram a alguns,
escandalizaram outros (os fizeram tropeçar , no evangelês) mas apresentam um principio
de analogia de um círculo vicioso e outro virtuoso, aparentemente
injusto, mas não sendo nem um pouco se consideramos como um dado elementar da
própria vida. Por exemplo, um alterofilista ao se exercitar
fica cada vez mais musculoso, um pessoa sedentária enfraquece e atrofia cada
vez mais. Posso
também usar uma analogia térmica para tentar explicar esse fenômeno. Posso
dizer que na época de Natal o que está dentro que é quente, esquenta
mais ainda e o que está fora que é frio, fica mais frio ainda. Pessoas
muito identificadas com a civilização cristã nesta época sente se consolidarem
suas estruturas simbólicas e sentem um certo conforto e segurança, dentro das
Igrejas, nas famílias influenciadas pelo cristianismo. Nestes tempos os valores
que estavam submergidos e meio que disfarçados ao longo do ano vêem mais a
tona. Lembranças de velhos Natais e de parentes distantes outrora
reunidos são recordadas e a fé pela influencia grupal é reforçada. Quem é
religioso ou simpatizante se sente no lugar certo, locado (ao contrário de
deslocado). Pelo menos psicologicamente. Em contrapartida nestas épocas, apesar
do clima de solidariedade e confraternização, pessoas
para quem o Natal não tem o menor significado, a nem mesmo cultural, se sentem
meio desenturmadas, pessoas solitárias, solteiras, sem filhos, sem parentes ou
de poucos amigos constatam-se mais solitárias e depressivas do que no
resto do ano. Assim como Lima Barreto que próximo ao aniversário da perda de
sua mãe era internado em sanatórios, pessoas com problemas mentais pioram
nestas épocas, o que era sólido se consolida, mas o que era trincado, se racha,
e as vezes esmigalha. Acontecem muitos suícidios, rebeliões em presídios (a) são comuns próximos a este período, o consumo
de álcool e demais drogas aumentam consideravelmente, brigas domésticas onde
parentes cobram dívidas afetivas dos outros parentes são comuns nos dias
anteriores por volta ao 25/12, os furtos e roubos multiplicam-se, ocorrem
muitos homicídios. No caso destes, o ruim mesmo não é nem o número é a
qualidade destes assassinatos (homicídios
qualificados). Elementos que estão longe do núcleo
quente afetivo de uma vida comum e normal ao cair "a
temperatura" nas frias noites do final do ano cometem os piores crimes que
se tem notícia, os mais hediondos. Indivíduos desajustados cobram da sociedade
e da vida a carência que se acham no direito de suprir e cometem barbaridades
contra as ovelhinhas que eventualmente se colocam temporariamente fora do
aprisco e do aconchego social. Esta é a hora de ficar perto da fogueira e
vigilante sobre os entes queridos, porque lá fora as trevas se adensam quase ao
ponte de serem apalpadas e a temperatura desce a 1000 graus sub-zero, e os
lobos famintos rondam as ovelhas amadas...
Feliz Natal!
ABSOLUTUM
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