quarta-feira, 18 de março de 2015

PITAIA

Um certo dia quando eu era menino, creio que tinha uns 09 anos se não  me engano quando vinha de um banho em um córrego  não muito próximo de casa, mais alguns amigos, observei uma certa frutinha vermelha que nascia em uns mandacarus ou xique-xique (uma espécie de cactus). O pessoal da região nunca come este treco pensando, eu acho, se tratar de uma flor ou algo não comestível. Como achei pela cor e formato que aquilo deveria ser um fruto e talvez ser de um sabor agradável, experimentei. Até que o gosto não foi ruim. Desde então sempre que vejo um pé de mandacaru carregado com estas frutinhas vou lá colhe-las e levo-as para casa. O pessoal às vezes estranha. Tenho o hábito de experimentar frutas e outros alimentos exóticos pois acho que a língua está para os alimentos assim como os olhos estão para as formas e cores (leituras incluso) ou os ouvidos estão para os sons (música clássica incluso). Sempre que faço compras no supermercado ou vou no mercado público, fico procurando por surpresas gastronômicas ou novas "informações linguais" (há há). Já comi jacaré frito em óleo de banha de sucuri, rã (que aqui a gente chama de GIA) e outros animais que o Ibama não aprovaria. Quando vou no supermercado e tem aquela sessão de frutas exóticas quando vejo uma que ainda não degustei, levo uma unidade para conhecê-la. Levo uma unidade porque realmente é só o que consigo comprar pois elas custam os olhos-da-cara. Depois do primeiro episódio com a frutinha vermelha do xique-xique passaram-se um, dois, três anos... e mais uma, duas, três décadas e então um dia desses, eu já com meus quarenta anos redondos vi esta semana no supermercado uma fruta inédita (Para mim pessoalmente, é claro). 

Me chamou a atenção por parecer uma flor e ao manuseá-la de perto ela me lembrou da fruta do mandacaru. Li na plaquinha: PITAIA. O gosto era parecido com o Kiwí e as frutinhas que eu degustava quando menino. Ao chegar em casa pesquisei no onisciente Google sobre pitaia é não é que minha indução estava certa! A fruta que incorporei ao meu banco de dados gustativo era parente da mesma frutinha do cactus. Ela também nascia em cactus. Que curioso há há. Desde as regiões da multiplicidade e diversidade infinita manda mais outra Senhor Jesus!


quinta-feira, 12 de março de 2015

O MAIS IMPORTANTE É O AMOR

Você se lembra de um livrinho que era distribuído gratuitamente por uma tal de liga bíblica mundial contendo o Novo Testamento em português cujo título é O MAIS IMPORTANTE É O AMOR? Acabei de lê-lo depois de décadas vendo ele jogado por todo canto e nunca me interessar por sua leitura. Numa linguagem quase  coloquial, num português mais simples, quase uma paráfrase dos Evangelhos, o livrinho transporta os antigos pergaminhos cristãos para uma linguagem de nossa época. Poderá adquirir um exemplar neste endereço aqui: O mais importante é o amor.



Até...

KINGSMAN - SERVIÇO SECRETO


Para quem gosta de filmes de 007, o James Bond,  Kingsman - Serviço Secreto foi talhado para agradar a tais pessoas. O filme é uma homenagem humorística, uma paródia de filmes de agentes secretos e espiões com menções e alusões a tais filmes. Os personagens bebem para caramba as bebidas mais chiques e caras, assim como 007 fazia. Os ternos indefectíveis são outra lembraça do James Bond.  Há uma menção também ao Maxuel Smart, o Agente 86 e seu Sapatofone. O vilão, Valentini com sua língua presa é fantástico, e como sempre seu plano de dominar o mundo é levado em frente com a ajuda da tecnologia mais moderna. (Não vou contar mais para não estragar a surpresa.). Tecnologia está que também salva todos os agentes secretos em todos os filmes. 



O vilão Gênio do Mal com trajes meio que Rappers e e fala do Patólino




A cena que mais me perturbou, me fez não entender mais nada do filme e que mais fez-me rir às gargalhadas e ao mesmo tempo a mais chocante foi uma que não vou contar para não estragar a surpresa do filme mas se você já quer adiantá-la poderá ver aqui:    CENA DA IGREJA FUNDAMENTALISTA

Tudo sobre o filme veja na internet. Mas me chamou a atenção neste caso três coisas:



1) O Vilão como Gênio do Mal ou cientista louco. Cuja alguma reflexão sobre este fenômeno você poderá ver aqui: O Gênio do Mal, A Ameaça do Gênio e O Gênio da Lâmpada  que foi de onde extraí esta analise sobre os Gênios do Mal:





"Vejamos outro ponto de vista sobre o cientista louco. É que os grandes vilões fictícios costumam ser criados de modo a serem os únicos responsáveis por todo o mal que causam. Diferente de, por exemplo, os grandes ditadores, tiranos, gangsters, que naturalmente dividem a responsabilidade de seus atos com seus comparsas, subordinados, seguidores etc.
Acontece que um indivíduo sozinho jamais poderá ser capaz de causar uma ameaça à sociedade em si, não sem compartilhar objetivos e ganhos com associados. Portanto, para que uma só pessoa possa ser considerada um grande vilão capaz de por em risco a própria humanidade, ele deve ter um grande poder em especial, e é aí que entra a "ciência", como uma espécie de porta para o domínio da natureza, promessa de realizações que tragam tecnologias superiores capazes de subjugar uma civilização. Poderiam ser magos, bruxas, ou super poderes, mas no caso, só o "super cientista" seria capaz de feitos similares.
Antes de funcionar como uma desculpa, essa percepção apenas agrava a noção de que o conhecimento seja apenas um instrumento para a obtenção do poder, com objetivos escusos, como se alguém que fundamentalmente é um candidato a ditador, ou um psicopata qualquer, fosse capaz de penetrar nos domínios do conhecimento aplicado para realizar essas pulsões primitivas. Ou seja, ao invés de achar que o Conhecimento, a Ciência em especial, necessariamente levará ao Mal, pensasse que o Mal é capaz de promover e produzir Conhecimento avançado.
Ocorre que a única coisa que de fato resulta no desenvolvimento do saber é a busca do saber em si mesma, algo mais próximo da curiosidade do que da mera utilidade. Quem faz pesquisa, em geral, faz porque gosta! O filósofo investiga o pensamento, na maioria das vezes, por prazer. A cientista estuda a natureza por vocação. Ninguém entra em qualquer um desses campos para ganhar dinheiro, conquistar parceiros ou ficar famoso. É claro que isso pode acontecer e ninguém se opõe, pois é possível unir o útil ao agradável, mas o talento necessário para ser um cientista, um intelectual ou pensador em geral, é mais específico. É seguramente mais fácil ficar rico e famoso cantando funk do que se envolvendo com a produção de saber."


2) Por que nós filmes de espiões um capanga do vilão tem que ter alguma deformação que suprida por uma prótese o torna mais ameaçador ainda? Como por exemplo um ajudante de vilão de um dos filmes do 007 que tinha uma mão decepada e que era compensada por um gancho ou outra arma manual. Havia outro também que tinha dentes de metal, você lembra?


 














Estas deformações às vezes aparecem no Vilão principal também, seria uma simbolização física de deformações morais?






















Mas por falar nisto a terceira coisa que me chamou a atenção no filme foi que a capanga de Valentini que tinha as pernas mutiladas e substituídas por duas armas perigosíssimas . Descontando o fato de ser vilã e a deformação física das pernas, ela é linda, nunca a tinha visto nem a conhecia mas fiquei apaixonado e até procurei por ela no Face para adicioná-la. A Gazelle no filme, a atriz Sofia Boutelli. No filme ela parte o coração de um agente, mas literalmente quando o parte bem no meio com suas pernas letais:



 Sofia Boutelli:



Algumas imagens do filme:





Vou assistir mais uma vez.

segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

GRAVOSFERA

GRAVOSFERA



Como desde a minha infância gostei de ler e estudar amadoristicamente, cheguei a ler uma quantidade de livros considerável e acho que aprendi algumas coisas neste passatempo. Por isso resolvi escrever neste blog algumas das idéias, conceitos e outras coisas mais que me vieram à cabeça. Considerando o tempo transcorrido desde o primeiro post do blog e a data atual (26/novembro/2007 à 26/janeiro/2015) deveria haver centenas de postagens e não apenas as 55 que tem. Acontece que escrevo neste blog também amadoristicamente sem preocupação com números ou com o reino da quantidade. Doravante após este pequeno balancete tentarei ser mais assíduo nas postagens  do blog e também tentarei terminar as postagens incompletas.



GRAVOSFERA



O nome Gravosfera foi uma constrição ou compactação do antigo nome do Blog: ATMOSFERA DENSA, GRAVIDADE DOBRADA  , que após se tirar o adjetivo DENSA e o advérbio DOBRADA, ficou ATMOSFERA  + GRAVIDADE. ou GRAV + SFERA = GRAVOSFERA, que também pode-se dizer que é uma esfera de gravação.



A primeira postagem foi a de um conto de Ficção Científica que escrevi, uma distopia, tema que gostava muito no passado: 




Aqui também temos o mesmo conto noutro formato:





Dois anos depois postei este rascunho de um Ensaio que  vislumbra uma classificação moral nas almas:




Depois continuei escrevendo esparsamente e falei sobre a influência da política na violência aqui:





Posteriormente falei sobre um reflexo das tipologias das castas na produção de entretenimento, sendo a base da pirâmide social representada por anões gêmeos em muitas criações fictícias:






Na sequência discorri sobre uma curiosidade que detectei em um dos  meus filmes prediletos:






Falei um pouco sobre ontologia e transcendência em :







Expus uma recorrência que constatei em filmes e livros aqui:






Fiz uma brincadeira com os Elementos aqui:






Fiz outra brincadeira sobre o Graal e a Copa do Mundo aqui:





Sobre ética e ontologia discorri um pouco aqui:





Tentei demonstrar a relação entre o pensamento mágico e o racional aqui:







Algumas observações sobre o Natal expus aqui:






Sobre a configuração do mundo físico e sobre a consciência aqui:






A parte dois deste texto acima, coloquei aqui:






Uma anamnese afetivo literária, fiz aqui:






Sobre algo transcendente veja aqui:






Uma dinâmica acerca dos reptéis e mamíferos residuais em nós, clique aqui:






Sobre alguns simbolismos, da cruz por exemplo, veja aqui:





Algumas reflexões sobre o Mestre e sobre o Mestre do Mestre, neste local aqui:





Sobre alguns tipos de Paraísos clique aqui:




Sobre o corpo humano e como as religiões tratam de como se deve tratá-lo  veja aqui:





Na sequência sobre Drogas e Meditação veja aqui:





Prosseguindo, sobre o Jogo que é a Vida, veja:







Sobre o que uma fila tem haver com filosofia dê uma olhada aqui:




E mais algumas recomendações de leituras e filmes veja alhures no blog. Bom, foi isto que escrevi nestes 7 anos. Muito pouco. Mas é só um passatempo despretensioso. Pelo menos é o que eu acho. 


Absolutum em 29 de janeiro de 2015.

sexta-feira, 28 de novembro de 2014

MINHA COLEÇÃO DE CABEÇAS

Já ouviu falar de umas tribos indígenas que encolhiam as cabeças de inimigos e usavam como enfeites? Pois bem. Em sentido simbólico tenha minha própria coleção de cabeças. Formada não por inimigos mas por filósofos que admiro. Digo que suas cabeças são minhas propriedades no sentido de que tenho o objetivo de absorver todas as informações que forem geradas por estes núcleos de consciência privilegiados. Não só absorver como também compreender e usar estes filosofemas como ferramentas para entender também o mundo e a mim mesmo. É claro que tenha dezenas de outras cabeças que curto, mas escolhi destacar estes cinco megacéfalos por serem cognitiva e afetivamente os meus preferidos. Os meus gurus e mestres intelectuais. A lista não segue necessariamente uma ordem de preferência pois ora um ora outra esta na frente por causa de um aspecto ou outro, mas são meu pentacrânio-chaveirinho. É claro que estas cabeças são gigantes e a minha é que seria o chaveirinho deles. Mas no sentido de objeto de atenção eles são uma coleção de cinco cabecinhas que tenho no meu chaveirinho.

MINHA COLEÇÃO DE CABEÇAS









Comprei há mais de 10 anos atrás  em um sebo um livro denominado Métodos Lógicos e Dialéticos (clique aqui para o Download) Na época nem prestei atenção em quem era o autor somente percebi que o livro era especial. Encapei ele com uma proteção especial e se tornou meu livro de cabeceira. E fiquei lendo e lendo, por ele ser também muito difícil. Posteriormente através da internet e através de outra cachola privilegiada vim a conhecer o trabalho de Mário Ferreira dos Santos e fiz o download de seus livros e áudios e passei a ouvir (estou ouvindo e lendo até hoje). Foi então que vi que um dos livros que tinha baixado era o mesmo que era meu livro de cabeceira. Posso ser um microcéfalo, mas pelo menos tenho um faro como uma toupeira cega para ir na direção de algo bom. Sem mais rasgamento de seda, o cara é um Cabeça-dinosauro como dizia o Antunes.








Doutor da Igreja, Doutor Angélico, discípulo de Aristóteles fez a síntese da Filosofia com a Revelação Bíblica, O TOMISMO. Defensor da Fé, criador de uma visão total da realidade embora não fechada em si. Que dizer desta cabeça que teve um fim relativamente jovem aos cinquenta quarenta e nove anos? Nada, apenas leia seus pensamentos através de um de seus expositores.








De todos estes crânios mencionados este é o mais misterioso com sua "unidade transcendente das religiões", sua "Tradição Primordial", sua "Iniciação" para a "Realização Espiritual". Alguns católicos até gostam dele mas os protestantes piram. Encéfalo de ouro gelatinoso














digitando



























O Homem Que Nunca Existiu

Dica de livro



Digitando no Google esta frase entre aspas: O homem que nunca existiu -  aparecerá (em 0,34 segundos) em 48 mil e 600 resultados aproximadamente. Esperava menos incidência. O HOMEM QUE NUCA EXISTIU tratasse de o título de um livro. Este códice chegou até mim através de um achamento ou melhor um reviramento que fiz em um latão de lixo de um quartel quando "era" militar. Lá estava a brochura abandonada no meio de vários outros papéis contendo 136 páginas não impressas em gráfica ou mesmo impressora de computador de mesa, mas DATILOGRAFADAS com alguns erros e imprecisões  aqui e ali pelas velhas máquinas de escrever que passaram para a lata de lixo da história. No tamanho e formato mais ou menos de um caderno de matéria de alunos do ginásio, este livro, já com a coloração amarelada de papel velho(datado de 1973)foi um achado e tanto para mim, o título em si já era estranho: O Homem que Nunca Existiu, A História mais espantosa da II GUERRA MUNDIAL, Assombroso dia a revista TIME, Fascinante diz a Saturday Rewiw.  Pelo que pesquisei o livro é raro e só é encontrado em sebos. Mas se você estiver interessado neste exemplar que tenho ligue (63 9200-0105 ou 63 9971-0079). O assunto da história é sobre um engodo que os Ingleses perpetram contra os Alemães os induzido ao erro por pensarem que os aliados atacariam em um local distante do que seria  o esperado por qualquer pessoa com senso comum incólume. Uma jogada de areia nos olhos. Uma desinformação. um drible. Para tanto criaram um Major Martin usado um cadáver
Vestiram uma farda e anexaram uma pasta contando documentos forjados  amarrada com uma correntinha a mão do Major. O corpo foi deixando no mar próximo a costa e os alemãos o resgatam e posteriormente pesquisado os papeis e caido na forgicação. (O melhor texto sobre o livro que li foi este :O HOMEM QUE NUNCA EXISTIU))







DIGITANDO

absolutum


sábado, 15 de novembro de 2014

O SINAL - O SANTO SUDÁRIO E O SEGREDO DA RESSUREIÇÃO




O tema do Sudário foi sempre bastante absorvente e instigante, misterioso e promissor para mim. Por isso ao ver na banca de revista o livro de Thomas de Wesselow, que estava em promoção, não titubeei  e fiz a aquisição num átimo de segundo. Ao segurar o volume e sentir o peso (O bicho tem quase 500 páginas) vislumbrei e pré-saboreei a quantidade de informações sobre o Sudário sem precisar estar sentado fixo olhando para uma tela energizada e sim para um velho e bom Códice de papel que pode ser acionado em qualquer lugar e hora, deitado, sentado, em pé ou de cócoras, numa fila ou dentro de um ônibus coletivo. Sem precisar recarregar como um tablet ou qualquer outro meio. 

De tudo o que já li sobre o Sudário tenho a tendência a achar que ele seja autêntico e era isto o que esperava fosse confirmado pelo livro. E foi, pacientemente, pelo historiador de arte e  escritor. O Sudário tem uma grande probabilidade de ter envolvido o corpo de Jesus Cristo. Muitas dúvidas e curiosidades foram sanadas. E uma provável explicação natural para a imagem no lençol de linho que o autor ofereceu até que achei satisfatória. Mas não revelarei é claro. Leia. O ruim mesmo e eu já tinha previsto isto ao ler o subtítulo "... o segredo da Ressurreição." é que o autor chegando quase na terça parte do livro começa a sair do terreno científico, se mete a teólogo e descamba para inventar a história de que o Cristo que ressuscitou foi o Sudário. Ou melhor, a alma de Cristo saiu do seu corpo e entrou no pano. E isso é que é a RESSURREIÇÃO! Ele passa então a distorcer os evangelhos e pedir ajuda aos velhos apócrifos de sempre. Tudo num malabarismo e contorcionismo intelectual formidável para tentar criar uma ficção de que bilhões de pessoas hoje e ao longo de 2000 anos seguiram as instruções, deram a saúde, os bens, o tempo e vida adorando um... LENÇOL PINTADO. Que Paulo mudou drasticamente desde Saulo, porque viu uma gravura e ficou cego. 


E então ele mete novamente as velhas histórias de que Jesus era casado com Madalena que ela era uma maioral no inicio do cristianismo e os velhotes misoginos patriarcais tentaram abafar sua influência e denegri-la como ex-fornicatriz


A mesma teoria que Dan Brawn eructa no Côdigo Da Vince e  J.J. Benitez flatula no Operação Cavalo de Tróia. O lado feminino da deusa obscurecido por um complô conservador reacionário. Como se nas jaculatórias à Nossa Senhora os católicos já não colocassem Ela quase que acima de Deus alguma vezes. (tipo: Rainha do Universo... rogai por nós!) 


Esse negócio de uma santa rapariga cheira a marcha das vadias. (Ah sim, desculpe, ela era casada com Jesus Cristo.)


O livro traz subsídios para confirmar que Jesus morreu tal como diz o Evangelho, que Jesus existiu mesmo. Mas, antes, porém, infelizmente, não ressuscitou coisa nenhuma e sim, seu corpo viu a corrupção e foi deixado de lado e nós cristãos somos uns jumentos iludidos com um pano extendido na frente dos olhos, fazendo às vezes da cenoura, e a Igreja sacudiu e manejou o pano tal como um toureiro enganando todo mundo durante todo este tempo. 


Podemos ilustrar toda a segunda tese do livro numa simples imagem que sintetiza todos os argumentos secundários e o desenvolvimento histórico posterior da cristandade numa interpretação que o referendo Albert Dreisbach fez de um quadro de Caravaggio:
São Tomé confirmando a ressuireição de Cristo... no Sudário

Mais poderia ser dito mas infelizmente por enquanto é só isso por que estou sem tempo.

É isso aí.
Absolutum

sexta-feira, 24 de outubro de 2014

FILASOFIA


FILASOFIA




Neste último dia das crianças estava  com meus filhos em um evento patrocinado por um supermercado. Havia fila para o algodão doce, fila para a pipoca, fila para refrigerante, fila para o Touro mecânico, fila para o pula-pula, fila... fila.. etc. Lembrei-me então que onde houver algo de graça haverá fila. Porque o bem visado talvez não seja suficiente para todos os carentes daquele bem. E me veio a mente uma multidão deste objeto que faz parte de nossa vida cotidiana, pelo menos de quem é pobre, desde que nascemos até o último dia. Várias espécies de filas: Fila do caixa eletrônico, fila da casa lotérica, fila do cinema, etc. É claro que geralmente o bem visado pelos membros da fila é suficiente para todos, mas para ordenar a distribuição, disciplinar o movimento das partículas pessoais até o valor é necessário a submissão paciente à uma fila.  Para não tumultuar ou para que não haja saque, onde uns sairiam com muito e outros com nada. Estabelece-se assim a prioridade do primeiro na fila. Quem chegar primeiro é o tal. A fila é uma instituição, um ritual civil, uma religião com seu herege, o fura-fila, que quando é identificado recebe uma saraivada de insultos. Faça-mos algumas considerações sobre a fila.
Diz o dicionário que fila é uma série de coisas dispostas uma após outra (andar em fila indiana por exemplo), fileira de pessoas que se colocam umas após outras pela ordem de chegada. São objetos ou corpos numa disposição em que um após o outro ocupam o lugar que era do anterior. Cada lugar na fila tem um valor, onde este valor vai aumentando a medida que se aproxima do início da fila. O primeiro da fila é alegre. O último da fila é triste e desesperado. E a cada avanço na fila gradualmente uma sensação de alívio vai crescendo. Alívio desta prisão espaço-temporal entre inúmeras outras a que somos submetidos (clique no link:LIMBO).

Quando há um avanço simultâneo de pessoas em direção a um bem ou valor poderemos ter turbulência e alguns sem consciência moral poderão aproveitar a situação para levarem mais do que lhes era de direito, até mesmo pilhar, saquear.

Então criou-se a fila para que o avanço ao fim seja sucessivo, sequencial.



Uma fila é uma estrutura espaço-temporal . É uma forma onde a matéria que a compõe são seus elementos em deslocamento.  Uma fila não existe sem elementos. Em uma fila existe uma hierarquia de valor dependendo da posição espacial do componente no seguimento. Na fila a preferência está sempre adiante e "onde há uma preferência há uma hierarquia, onde há hierarquia há valores" (Mário Ferreira dos Santos). Neste caso o valor é uma localização, o gradiente de valor é quantificado pela distância do primeiro da fila. Mas no caso de uma fileira que se aproxima de algo negativo, como uma fileira para uma execução por pena de morte, enforcamento ou guilhotina por exemplo, a valoração se inverte. Lembro quando estudava a terceira série do colégio primário, quando vacinavam-se crianças nas salas de aula com aquelas pistolas similares as que vacinam gado, quanto mais íamos nos aproximando da injeção no ombro o medo ia aumentado gradualmente. Alguns tinham que ser subjugados fisicamente pelos enfermeiros devido ao grande pavor das pistolas. Não cheguei na idade da velhice ainda, mas presumo que muitos idosos sentem uma apreensão a cada aniversário, vislumbrando o seu ocaso biológico. Sim, é uma fila cronológica que passamos do nascimento até a morte. Uma fila composta não por elementos separados, mas por várias versões do nosso eu.


 Há também as filas simbólicas como os nomes nas listas para se aguardar algo. A fila à espera de um transplante, de um benefício da serviço social, da convocação para um emprego. 


Quem vive dentro do tempo esta sujeito a espera inexoravelmente, pois o tempo é a "medida da sucessão", para nos tudo acontece sucessivamente. Quando você esta almoçando as porções de  comida no prato ficam "aguardando" a sua vez de serem guindadas pela colher e levadas a boca colher por colher. Para quem vive dentro do espaço nenhuma distância é percorrida instantaneamente; do meu quarto para a cozinha tenho que percorrer fatias na extensão espacial. Encarando-se assim parece-me que podemos ampliar esta visão é afirmar-mos que para nós que vivemos no tempo, tudo seja uma fila, pois tudo acontece SEQUÊNCIALMENTE para nós. Em tudo existe antes e depois, anterioridade e posterioridade, causa e efeito. este texto por exemplo você não consegue apreende-lo instantaneamente em uma só contemplação. Terá que ler  palavra por palavra, linha por linha, frase por frase, umas após as outras.

Os anjos embora não existam na dimensão temporal quanto à sua essência, executam alguns atos que acidentalmente obedecem ao principio de anterioridade e posterioridade. Deus, o eterno, acima do tempo, não está preso a nenhuma sequencialidade, tudo o que fez, faz e fará acontece de uma só vez. Ato puro, sem nenhuma mescla da potencialidade, de espera. Ele vive no agora eterno, que faz parte da essência do anjos, mas não dos seus atos. Nosso agora está contido no agora eterno. O ontem,  hoje e o amanhã que para nós acontecem serialmente, já acontecem tudo de uma só vez para Deus. A diferença é como em um desfile de 7 de setembro grande que vêmos passar diante de nós momento a momento. Deus está como um observador em um helicóptero que vê o desfile todo de uma vez, todas a fileiras e colunas num só bloco formando um imenso retângulo. Não existe fila para Deus. Assim também ele vê a nossa vida de fora do tempo. Do nosso nascimento até a morte toda de uma vez, e também a dos que vierem depois e depois e depois. Já viu tudo. Não, vê tudo no agora eterno. onde não há passado nem futuro, só o hoje permanente. Deus já sabe o que nos tornaremos.


Vivemos por fatias temporais e espaciais. Numa fila de momentos. onde os ponteiros do relógio percorrem os segundos um após o outro até o dia em que não haverá mais filas, a não ser de pensamentos e sentimentos.


Enquanto existirmos no tempo e espaço nossa imperfeição metafísica nos obrigará a ter ESPERANÇA  de chegar nossa vez na fila e também muita ...










ABSOLUTUM